CONTERRÂNEO ANALISA ATUAÇÕES DE POLÍTICOS

de: Manfredo Rosa 
para: lambertofontes@gmail.com
data: 13 de julho de 2013 09:45
assunto: Os políticos brasileiros

Tenho visto na TV uma propaganda partidária recentemente divulgada.

Nela aparecem alguns políticos informando que seu partido vai mudar o Brasil e, para explicar essa afirmação, alinham como objetivo de atuação da agremiação aquelas  principais reivindicações que o povo trouxe para as ruas no admirável e histórico mês de junho passado. Quer dizer, nunca fizeram nada pelo país e agora querem pegar carona política de 3a. categoria nos anseios populares.

A desfaçatez, o impudor, o cinismo dos políticos brasileiros, não tem mesmo limites. Tudo de depreciativo que possa existir no dicionário da língua portuguesa talvez seja pouco para descrever completamente esses pilantras.

Outra coisa também é comum a todos eles. 

Os semblantes deformados, as peles lustrosas, a postura distorcida, a baba no canto da boca compõem a figura típica de toda essa gente. Eles caminham inflados na ventripotência cuidadosamente  exercitada nos restaurantes cinco estrelas, vão por ai corrompidos pelas vaidades, enaltecidas pelos capachos de sempre.

Digo toda essa gente para não fazer exceção, pois que ela não existe mesmo. E também não vou citar nomes para não incorrer em injustiças. Se cito um josé qualquer vem lá um outro protestar: como assim, eu roubei muito mais do que ele, meus assessores transitam para todo lado com maletas cheias de dinheiro, viajo em aviões da FAB para desfrutar de meus fins de semana em bacanais sustentadas pelo erário público, como assim, quero ser distinguido.

Entre os políticos brasileiros, a corrupção é a atmosfera vital. Quando não estão assaltando os cofres do país, ou recebendo propinas ou, enfim, se não estão envolvidos em alguma atividade que não seja ilegal, falta-lhes o oxigênio.

Entre essa gente, o cochicho ao pé do ouvido é a forma usual de interlocução. Qual vampiros, temem a claridade do dia. Uma porta ou uma janela aberta que permita circular ar novo os incomoda terrivelmente, fogem esbaforidos. Seus gabinetes são a prova de som, para não escutar os gritos do povo lá fora, e, ao mesmo tempo, permitem ouvir nitidamente o mais leve balbuciar de um empreiteiro.

Todos eles, sem exceção, estão viciados numa das mais torpes e subversivas entre as atividades humanas. Sua índole é do mais arrematado terrorismo, aniquilando milhares de compatriotas, na violência das ruas, na impunidade, no corporativismo, no analfabetismo, nos óbitos pelos corredores de hospitais, nas horas sem fim de espera de condução para voltar para casa. Com eles, e por causa deles, o país está como está, abandonado. 

Quem vê um desses políticos brasileiros, de longe, logo o distingue.

Arrastam-se malevolentes entre relações egoístas e expõem as ruinas do que originalmente foi um coração e um espírito.

Manfredo