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DE MARÇO DE 2014
Contra maré de apostas negativas, economia brasileira
apresenta o primeiro conjunto de resultados em 2014; Produto Interno Bruto,
atividade industrial e criação de empregos superam todas as expectativas; mesmo
quem enxergava bons números em meio à fumaça pessimista foi ultrapassado; com
prévia de crescimento de 1,26% em janeiro, aumento de 3,1% na atividade
industrial, criação 111% maior de empregos no primeiro mês do ano sobre mesmo
período de 2013 e manutenção de investimentos, economia real deixa pregadores
da catástrofe falando sozinhos
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– Os pessimistas sobre a
capacidade de a economia brasileira enfrentar e vencer a crise internacional
têm de refazer suas contas. Mais uma vez. Contra a unanimidade de críticos
plantados na mídia familiar e tradicional, o Brasil real mostrou em números o
que se pode constatar, a olho nu, no dia a dia das cidades: o mercado de
trabalho vive um momento de aquecimento.
E, com ele, cresce a atividade industrial e comercial, estão
mantidos os investimentos e o PIB já apresenta números positivos. Na primeira
safra de indicadores, todos os resultados, sem exceção, pegaram os pregadores
do catastrofismo na contra-mão dos fatos.
Segundo as medições realizadas pelo banco Itaú, uma das
instituições de proa na oposição à política econômica do governo, a atividade
da indústria de transformação cresceu 3,1% em janeiro deste ano sobre dezembro
do ano passado. O comércio varejista, em toada semelhante, verificou aumento de
2,1% no mesmo período.
Um dos medidores de Produto Interno Bruto mais respeitados pelo
mercado, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) projetou uma
expansão de 1,26% em janeiro sobre dezembro. A ser divulgado esta semana, a
marca oficial do IBGE, acredita-se, ficará bem próxima desse resultado. Com isso,
quem apostou numa queda sobre o último mês de 2013 mostrou falta de sintonia
com os fatos.
Mas o que marcou mesmo a primeira safra de resultados de 2014 foi
o indicador de criação de empregos, divulgado hoje pelo Ministério do Trabalho.
O Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) apresentou saldo de
260,1 mil novos empregos, um crescimento de 111% sobre janeiro do ano passado.
Nem mesmo os chamados otimistas em relação ao quadro econômico do País ousaram
fazer uma previsão tão alvissareira.
Os negativistas, por outro lado, perderam em todas as frentes.
Comentaristas com espaço garantido em colunas e nas entrevistas para o
noticiário do dia a dia apostavam num recuo completo da economia, com queda no
PIB, na atividade dos setores primário e terciário e, por consequência, na
geração de empregos. Igualmente, vaticinaram que os investimentos estrangeiros
iriam escassear de imediato, em razão de medidas do Federal Reserve. Não foi o
que aconteceu.
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou em
palestras para empresários e investidores em seminário promovido pelo banco
americano Goldman Sachs que, em fevereiro, o fluxo de investimentos
estrangeiros no Brasil ficou positivo em US$ 9,2 bilhões. Durante o período em
que esse indicador se formou, o que se lia nos jornais de maior circulação do
País era que os investidores estavam fugindo do País para muito longe. Como se
viu na matemática real, isso não aconteceu.
Cercada por análises com prognósticos recheados de interesses
eleitorais, a presidente Dilma Rousseff tem agora números à mão para calar seus
críticos. Na guerra ideológica em torno dos números, ela acaba de encontrar
armas de grosso calibre para defender sua política econômica.
Abaixo, notícia da Agência Reuters a respeito:
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br)
registrou expansão de 1,26% em janeiro sobre o mês anterior, acima do esperado
e indicando que a economia brasileira iniciou 2014 em recuperação, mas ainda
insuficiente para compensar a retração vista em dezembro.
Atividade econômica do País
cresceu 1,26% em janeiro na comparação com dezembro
O indicador, considerado uma espécie de sinalizador do Produto
Interno Bruto (PIB) e divulgado nesta sexta-feira (14), mostrou aceleração da
atividade, mas não com força suficiente para anular a queda de 1,40% de
dezembro sobre novembro em dados dessazonalizados revisados pelo BC.
Anteriormente havia sido divulgado um recuo de 1,35% naquele mês.
Ainda assim, o resultado mensal de janeiro foi o melhor desde
dezembro de 2009, quando também avançou 1,26%, e ficou bem acima da expectativa
em pesquisa da Reuters, cuja mediana de 26 projeções apontava alta de 0,70%.
Na comparação com janeiro de 2013, o IBC-Br - que incorpora
estimativas para a atividade em serviços, indústria e agropecuária - avançou
1,01% e acumula em 12 meses alta de 2,47%, ainda segundo dados dessazonalizados.
A expansão em janeiro decorre de dados melhores do que o esperado
tanto da indústria quanto do varejo, apontando para um certo fôlego no início
deste ano, mas ainda encarado com cautela pelos agentes econômicos.
Enquanto a produção industrial
avançou 2,9% no primeiro mês do ano sobre o anterior, as vendas varejistas
subiram 0,4% no período.
A economia brasileira surpreendeu no quarto trimestre de 2013 com
crescimento de 0,7% na comparação com os três meses anteriores, garantindo
avanço em todo o ano passado de 2,3%.
Ainda assim, agentes econômicos veem que a economia vai
desacelerar neste ano, e a pesquisa Focus do BC mostra que a expectativa é de
expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,68%.