O caso Furnas
e a cegueira seletiva
da justiça mineira
A notícia veiculada pelo Estadão nesta quarta-feira,
12 de março, de que o lobista da Alstom é o mesmo do esquema de Furnas
acrescenta mais uma prova à existência de lavagem de dinheiro através da
estatal. Enquanto isso, o jornalista Marco Aurélio Carone, principal divulgador
de informações sobre o esquema de corrupção conhecido como Lista de Furnas,
permanece preso sob o silêncio da mídia e da justiça mineira.
Já são muitos os fatos que remontam à
existência do esquema em Furnas: o relatório
da Polícia Federal comprovando
a autenticidade da Lista de Furnas, a denúncia
do Ministério Público do Rio de Janeiro detalhando o esquema, a denúncia
de Roberto Jefferson, o recibo apresentado pelo deputado Antônio Júlio e
agora a ligação entre Furnas e o caso Alstom.
Contudo, parece que nada disso é suficiente
para enquadrar o alto escalão do tucanato e reverter a situação do preso
político Marco Aurélio Carone.
O
silêncio sobre a prisão de Carone evidencia a estratégia de “dois pesos, duas
medidas” adotada pelo judiciário em Minas Gerais: enquanto o jornalista,
juntamente com o lobista Nilton Monteiro, segue preso mesmo sem condenação; os
condenados de Felisburgo agora gozam dos privilégios de um habeas corpus.
Tudo ao
sabor dos governantes do estado.