1 DE JULHO DE 2014
PML: INFLAÇÃO
NO GOVERNO FHC
FOI PIOR QUE COM PT
“Se em duas décadas
a inflação jamais retornou aos planos absurdos de 1993 (2477% ao ano) ou de
1994 (916%) a atuação do PSDB para proteger o bolso dos brasileiros,
especialmente os mais humildes, aqueles que mais sofrem com a alta dos preços,
foi o pior em 20 anos”, diz o colunista da Istoé Paulo Moreira Leite,
comparando os dados oficiais da era FHC com o período Lula-Dilma
247 – O colunista da Istoé Paulo Moreira Leite aponta que a inflação
no governo do tucano FHC foi pior do que os índices apresentados nas gestões
petistas de Lula e de Dilma Rousseff. Leia:
Números mostram real do Real: inflação no governo FHC foi pior
que nos governos Lula e Dilma
Estamos assistindo aos primeiros sinais de que o 20o aniversário do Plano Real deverá ser comemorado em grande estilo.
Estamos assistindo aos primeiros sinais de que o 20o aniversário do Plano Real deverá ser comemorado em grande estilo.
Não é para menos. No caminho da sexta eleição presidencial desde
que o Real foi anunciado, o plano é uma bandeira prioritária da oposição para
reivindicar a chance de retornar ao Planalto, após três derrotas
consecutivas.
Mas é um debate que os criadores do Real devem encarar com
cautela. Se em duas décadas a inflação jamais retornou aos planos absurdos de
1993 (2477% ao ano) ou de 1994 (916%) a atuação do PSDB para proteger o bolso
dos brasileiros, especialmente os mais humildes, aqueles que mais sofrem com a
alta dos preços, foi o pior em 20 anos. Quando os dados são expurgados do
prestígio e da preferência que a maioria dos analistas devota aos economistas
ligados ao PSDB, verifica-se que a realidade é muito diferente. Coube a governo
de FHC cravar as piores médias do período.
Aos números: no primeiro mandato do governo Fernando Henrique,
eleito a bordo da nova moeda, o IPCA foi de 22,4 em 1995, 9,5 em 1996, 5,22 em
1997 e 1,6 em 1998. Média anual: 9,3%.
No segundo mandato, a inflação subiu 8,9 em 1999, 5,9 em 2000,
7,6 em 2001 e 12,5 em 2002. Média anual: 8,6%.
No primeiro mandato do governo Lula, as altas foram de 9,3 em
2003, 7,6 em 2004, 5,6 em 2005 e 3,1 em 2006. Média anual: 6.4%
No segundo mandato do governo Lula, as altas foram de 4,4, 5,9,
4,3 e 5,9. Média anual: 5,1%
No governo Dilma, as altas foram de 6,5 em 2011, 5,8 em 2012,
5,9 em 2013 e 6,4 na projeção em 2014. Média anual prevista: 6,1%.
Colocando a avaliação no plano puramente inflacionário, está
claro que os melhores números foram obtidos nos dois mandatos de Lula. O
governo Dilma fica em 3o lugar, enquanto o governo FHC ocupa as piores
posições.
Alguma dúvida?
Há outros pontos que podem ser lembrados. A reconstituição da
vida nos primeiros anos do Real descreve um país idílico, sem problemas, sob
comando firme e resoluto.
Os economistas da época adoram lembrar a inflação de 1998, a
menor daquele tempo, sem mencionar que o crescimento foi de 0,04% e em 1999,
0,25%. Imagine onde foi parar o emprego -- ainda mais porque a prioridade não
era proteger o mercado interno, nem reforçar a renda dos mais pobres, com essas
políticas que na visão dos campeões da austeridade só aumentam o déficit
público, certo?
Terceiro presidente do Banco Central pós-Real, Armínio Fraga
anunciou juros a 45% quando tomou posse. Os juros ainda foram a 24,5% em 2002
e, nos primeiros meses de 2003, já no governo Lula, tiveram de ser levado um
pouquinho a mais, tamanho o descontrole deixado pelo governo anterior. A
credibilidade do país era tão baixa que os candidatos de oposição tiveram de
avalizar acordo com FMI que, caso contrário, não faria o empréstimo pedido por
FHC no fim do governo. As reservas do país não chegavam a 20% do nível de hoje.
Na passagem do primeiro para o segundo mandato, foi preciso que Bill Clinton
fizesse um pedido pessoal ao Tesouro norte-americano para que saisse um
emprestímo bilionário que impediu a quebra do país.
Vamos compreender que o Real teve méritos. Mas não vamos fingir
que foi uma glória que não volta mais, certo?