05/07/2014
Tragédia em BH
e a mídia macabra
A mídia tucana está à procura de cadáveres.
Todos os jornalões deram manchetes garrafais para a tragédia que atingiu Belo Horizonte e resultou em duas mortes.
Atordoada
com a pesquisa do Datafolha, que apontou a melhoria do humor dos brasileiros
com o sucesso da Copa e seus reflexos positivos na candidatura de Dilma
Rousseff, a mídia tucana está à procura de cadáveres. Na sexta-feira (4), todos
os jornalões deram manchetes garrafais para a tragédia que atingiu Belo
Horizonte e resultou na morte de duas pessoas.
A
mídia macabra evita criticar a empreiteira Cowan, responsável pela construção
do viaduto que desabou; também isenta o prefeito da capital mineira, Marcio
Lacerda, um aecista convicto que inclusive rompeu com seu partido (PSB) para
apoiar o candidato tucano ao governo estadual. Tudo é feito para desgastar a
imagem da presidenta!
Os barões da mídia até parece que combinaram suas manchetes espalhafatosas num encontro mórbido. Folha: “Obra inacabada da Copa desaba e mata 1 em BH”; O Globo: "Viaduto de obra da Copa desaba e mata 2 em BH"; Estadão: "Viaduto planejado para Copa cai e mata 2".
Os barões da mídia até parece que combinaram suas manchetes espalhafatosas num encontro mórbido. Folha: “Obra inacabada da Copa desaba e mata 1 em BH”; O Globo: "Viaduto de obra da Copa desaba e mata 2 em BH"; Estadão: "Viaduto planejado para Copa cai e mata 2".
O tom da cobertura também é idêntico. Todos os jornais
enfatizam que a construção faz parte do Plano de Aceleração do Crescimento
(PAC), com o nítido propósito de culpar o governo federal. Evitam destacar o
fato de que a execução das obras do PAC cabe aos estados e municípios. Até a
lacônica explicação do prefeito Marcio Lacerda, de que a tragédia foi uma
simples “falha de engenheira”, passa batido pelos jornalões.
A Cowan foi contratada pela prefeitura de Belo Horizonte para duplicar uma avenida e construir três viadutos nas proximidades do estádio do Mineirão. As obras, com um custo de R$ 171 milhões (afora os aditivos), não foram concluídas a tempo para os jogos da Copa.
A Cowan foi contratada pela prefeitura de Belo Horizonte para duplicar uma avenida e construir três viadutos nas proximidades do estádio do Mineirão. As obras, com um custo de R$ 171 milhões (afora os aditivos), não foram concluídas a tempo para os jogos da Copa.
Além
do atraso – que não é realçado pela mídia privada, que adora criticar apenas a
ineficiência do setor público –, agora ocorreu o desabamento. Para o prefeito,
“acidentes como esse infelizmente acontecem... Não sabemos se é falha de
projeto ou de construção. Serão feitas todas as perícias, um inquérito policial
será aberto e essa análise será feita com cuidado”. Lacerda também garante que
a prefeitura fiscalizou a execução da obra.
Em editorial, a Folha tucana não fez qualquer crítica à empreiteira e ao prefeito amigão de Aécio Neves, o cambaleante candidato do PSDB. Num oportunismo explícito, ela preferiu tratar do “humor da Copa” e dos reflexos nas eleições. Para o jornal, a queda do viaduto “não foi, felizmente, tragédia de maiores proporções. Serve para lembrar, ainda assim, o quanto houve de irresponsabilidade e improviso, para nada dizer de corrupção, na organização do Mundial”.
Em editorial, a Folha tucana não fez qualquer crítica à empreiteira e ao prefeito amigão de Aécio Neves, o cambaleante candidato do PSDB. Num oportunismo explícito, ela preferiu tratar do “humor da Copa” e dos reflexos nas eleições. Para o jornal, a queda do viaduto “não foi, felizmente, tragédia de maiores proporções. Serve para lembrar, ainda assim, o quanto houve de irresponsabilidade e improviso, para nada dizer de corrupção, na organização do Mundial”.
Ao
tratar da pesquisa Datafolha, que apontou o crescimento de Dilma, a Folha
escancara a sua torcida. “Não é improvável que, passada a Copa, a percepção
positiva venha a ser confrontada com outras realidades e se dilua no turbilhão
da campanha eleitoral”.
Como já apontou Fernando Brito, no excelente blog Tijolaço, a cobertura da triste tragédia em Belo Horizonte só confirma a “politicagem mórbida” da mídia. Ele lembra que “há menos de um mês, caiu uma viga da obra do monotrilho da Linha 17 – Ouro do Metrô paulista, próxima ao Aeroporto de Congonhas, e matou uma pessoa.
Como já apontou Fernando Brito, no excelente blog Tijolaço, a cobertura da triste tragédia em Belo Horizonte só confirma a “politicagem mórbida” da mídia. Ele lembra que “há menos de um mês, caiu uma viga da obra do monotrilho da Linha 17 – Ouro do Metrô paulista, próxima ao Aeroporto de Congonhas, e matou uma pessoa.
O
monotrilho, que fará a ligação entre o aeroporto de Congonhas e a rede de trens
metropolitanos, era, como está noticiado em uma velha matéria do UOL, ‘a única
obra de responsabilidade do governo do Estado de São Paulo que consta na Matriz
de Responsabilidades da Copa do Mundo'
A mídia tucana, porém, não
fez qualquer escarcéu
e rapidamente arquivou esta tragédia!
Geraldo Alckmin, candidato à reeleição
do PSDB,
deve ter agradecido - sabe se lá como!