quarta-feira, 17 de setembro de 2014

A GRANDE MÍDIA CONVENIENTE AOS SEUS INTERESSES COMERCIAIS E PARTIDÁRIOS NÃO DERAM A REPERCUSSÃO NECESSÁRIA À GRANDE VOTAÇÃO INTERATIVA E PESSOAL, SOBRE A CONSTITUIÇÃO DE UM PLEBISCITO POPULAR PARA A REFORMA POLÍTICA TÃO NECESSÁRIA E TÃO SOLICITADA PELOS MOVIMENTOS SOCIAIS DE 2013.

BLOG TEREZA CRUVINEL
16/09/2014














A MÍDIA, O POVO
E PLEBISCITO POPULAR

No último dia 7 de Setembro,  1.744.872 pessoas de todas as regiões do Brasil votaram pela Internet no plebiscito popular, organizado por 450 entidades da sociedade civil sobre a reforma política. Entre estas,  96,9% (1.691.006) votaram SIM à constituinte exclusiva para reformar o  sistema Político, e  3,1% (53.866) votaram NÃO. Outros milhares votaram através das 40 mil urnas físicas e estes votos ainda estão sendo apurados pelos 1.800 comitês organizativos.  
Toda esta mobilização, entretanto, mereceu da grande mídia um silêncio ensurdecedor, que fala de sua desconexão com os movimentos populares.  Afora uma nota aqui (como a de Ilimar Franco hoje no Globo), outra ali, nada na mídia impressa nem nos meios eletrônicos,
O movimento que preparou esta consulta começou no ano passado, depois das manifestações de junho, quando ficou evidente a falência do atual sistema eleitoral para garantir a legitimidade de nosso  regime  democrático baseado na representação popular através dos partidos políticos.
Entre as 450 instituições patrocinadoras há sindicados, organismos de classe, associações civis as mais diversas e apenas três partidos políticos: PT, PC do B e PCR.  
Não sei que peso eles tiveram na mobilização, que não contou com apoio oficial da Justiça Eleitoral ou de qualquer agência do Estado.

Foi realizado graças ao engajamento de milhares de militantes e ativistas de todas as partes do Brasil, preocupados com os rumos da democracia que, aos trancos e barrancos, o povo brasileiro vem construindo e aprimorando.

Trata-se de um movimento independente  que, em algum momento, terá de ser ouvido, se não pelas mídias, pelo menos pelos partidos e políticos que se sustentam sobre um sistema erodido pelo descrédito na política, decorrente dos delitos de uns e da campanha movido pelos agentes do negativismo contra a atividade política.  

O resultado final da consulta será divulgado no dia 24 de setembro, quando será apresentado aos dirigentes do Congresso, aos partidos e aos candidatos a presidente.

O silêncio da mídia sobre o plebiscito expressa, além de sua dissintonia com as iniciativas populares, a descrença no resultado de tudo que não tem origem no status quo.  A História, entretanto, já mostrou algumas vezes que o caminho social pode nascer das pequenas trilhas.  

Em 1983,  um jovem deputado de terno branco e chapéu panamá, recém chegado ä Câmara, chamado Dante de Oliveira,   corria atrás dos jornalistas no Salão Verde da Câmara para falar de sua proposta de emenda constitucional restabelecendo as eleiçoes diretas para presidente da Repúblicas. Que utópico, dizíamos nós, e o ouvíamos por delicadeza.  

Saia um registro aqui, outro ali. Ate que em algum momento dr. Ulysses Guimarães, como nós e todos o chamávamos, colocou-a na agenda do PMDB.

Os outros partidos de oposição se juntaram, levantaram a bandeira e aconteceu a memorável campanha das diretas-já.

Seja através do plebiscito, do referendo ou de uma iniciativa corajosa do Congresso, a reforma política terá que vir. Assim como passado eram inexoráveis a anistia, o fim do arbítrio, as eleições diretas e a Constituinte.  
 Quem não gosta da idéia, trate de assimilar isso.