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Publicado em setembro 24, 2014
[EcoDebate] Como num funeral, ontem – 23/09/2014 – é um dia de luto histórico para o rio São Francisco e seu povo. Segundo o diretor do Parque Nacional da Serra da Canastra sua nascente histórica secou (G1).
Secou a nascente histórica
do rio São Francisco
por Roberto Malvezzi (Gogó)
Nascente
do Rio São Francisco, na cidade mineira de São Roque de Minas.
Foto: Luciano Queiroz /
Shutterstock.com / Infoescola
Como dizia Shakespeare
pela boca de Macbeth:
Amanhã,
e amanhã, e ainda outro amanhã arrastam-se nessa passada trivial do dia para a
noite, da noite para o dia, até a última sílaba do registro dos tempos. E todos
os nossos ontens não fizeram mais que iluminar para os tolos o caminho que leva
ao pó da morte.
Apaga-te, apaga-te, chama breve!
A vida não passa de uma sombra
que caminha, um pobre ator que se pavoneia e se aflige sobre o palco – faz isso
por uma hora e, depois, não se escuta mais sua voz.
É uma história contada por
um idiota, cheia de som e fúria e vazia de significado.
Nem o
pior dos vaticínios nos anteciparia essa notícia. Agora não é mais previsão dos
catastrofistas, dos apocalípticos, de ambientalistas sectários.
Estamos diante
do fato.
James
Lovelock previa que o território brasileiro, até o final do século, seria
inabitável.
Se ele está certo ou ou não só o futuro dirá.
Mas, com certeza,
pela destruição de nossas bases naturais, estamos construindo um futuro
apavorante.
Roberto Malvezzi (Gogó), Articulista do Portal EcoDebate, possui formação em
Filosofia, Teologia e Estudos Sociais. Atua na Equipe CPP/CPT do São Francisco.