domingo, 12 de outubro de 2014

A QUE PONTO CHEGA A GANÂNCIA PARA ATINGIR O PODER...


FCO.LAMBERTO FONTES
 JORNALISMO INTERATIVO
 em ARAXÁ / MG.

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postado em: 09/10/2014
Política

Juarez Guimarães e Leandro Cruz (*)
Marina Silva agora
trai a causa ambiental
AO APOIAR O CANDIDATO DO PARTIDO CUJO GOVERNO
EM MINAS GERAIS É PENTA CAMPEÃO NACIONAL
NO DESMATAMENTO DA REGIÃO DA MATA ATLÂNTICA


A Fundação SOS Mata Atlântica, através da sua diretora-executiva, Márcia Hirota, acabou de divulgar os dados mais recentes sobre o avanço no desmatamento deste bioma fundamental do Brasil que se desenvolve em dezessete estados brasileiros.

Para o ano 2012/2013 o desmatamento avançou 9 % em relação ao ano anterior, derrubando 23.948 hectares de mata, o equivalente a 39 quilômetros quadrados. Dos 1,3 milhões de quilômetros quadrados originais, a Mata Atlântica tem hoje apenas 8,5 % de remanescentes florestais acima de 100 hectares e 12,5 % de fragmentos acima de 3 hectares.

Pelo quinto ano consecutivo, isto é, a partir dois últimos anos do segundo governo Aécio Neves e pelos três primeiros anos do governo Anastasia, Minas Gerais é o campeão do desmatamento. No ano de 2012/2013, o estado de Minas Gerais destruiu 8.437 hectares, ou seja, mais de 30 % do desmatamento.

A informação que coloca Minas como penta campeão nacional do desmatamento da Mata Atlântica vem a público quase ao mesmo tempo de uma outra noticiando que o ex-secretário do Meio Ambiente do governo Anastasia do PSDB, por muitos anos e recentemente trocado do cargo por recomposições políticas às vésperas das eleições deste ano, está sendo processado pelo Ministério Público de Minas Gerais por envolvimento em corrupção com a MMX Sudeste Mineração, de Elke Batista.

Por decisão do Ministério Público, o ex-secretário Adriano Chaves foi também afastado do cargo de assessor especial do atual governador Alberto Pinto Coelho, para o qual havia sido remanejado. Ele era também membro do Conselho da Administração da Cemig.

Sucateamento e mineradoras

Um balanço da gestão ambiental durante os doze anos de governo do PSDB em Minas revela o sucateamento, o completo descaso e as relações íntimas do governo mineiro com as empresas mineradoras, que poluem os biomas, os rios e as bacias hidrográficas.

Apenas 10 dos municípios mineiros se encontram habilitados a realizar o licenciamento ambiental em um estado com 853 municípios. Cerca de 70 % das unidades de conservação definidas ainda não foram adquiridas pelo governo do Estado. 86 % não possuem planos de manejo, não passando de parques de papel. A ausência de planejamento estratégico, de fiscalização, de estruturas de controle tem favorecido a predação incontrolada do meio-ambiente pelas mineradoras.

O Mapa da Qualidade das Águas, realizado pelo Instituto de Gestão das Águas a partir da avaliação de 585 provas de excelência colhidas nas nove bacias hidrográficas do estado, apontou os rios Jequitinhonha, Doce e Pardo como em estados críticos.

A revista do projeto Manuelzão da UFMG, que tem pesquisado e orientado as campanhas de preservação e recuperação dos rios mineiros, evidencia em sua última revista a decepção com o cumprimento das metas anunciadas em 2014 de despoluir a região mais degrada da bacia do rio das Velhas, que vai da foz do rio Itabirito até o ribeirão Jequitibá:

“Por isso, há que se lamentar que tenham faltado mais esforços políticos e investimentos por parte do governo para que pudéssemos atingir o objetivo finalista da Meta 2014, de nadar no trecho metropolitano do rio das Velhas.”

Ao apoiar o candidato do partido do governo penta campeão nacional do desmatamento da Mata Atlântica e ao acusar de dedo em riste o governo Dilma Roussef, Marina se torna assim uma ex-verde além de ex-socialista e agora neoliberal, apoiadora dos adversários históricos de Chico Mendes.

Em 18 de setembro deste ano, o governo de Dilma Roussef, através da Ministra do Meio-Ambiente, Izabela Teixeira, recebeu o principal prêmio da ONU na área ambiental – o prêmio Campeões da Terra, em sua categoria de liderança política – pela redução de 84 % no desmatamento da floresta amazônica, conquistado através das políticas públicas de controle e regulação postas em prática principalmente desde o segundo governo Lula.

O desmatamento anual que era de 27 mil quilômetros quadrados em 2004 passou a 4,5 mil quilômetros quadrados em 2013. Por ironia, o mesmo prêmio havia sido já concedido em 2007 para Marina Silva, então Ministra do Meio-Ambiente do governo Lula.

Em seu discurso de premiação, a Ministra Izabela Teixeira afirmou que, através das políticas públicas de incentivo, 18 a 20 % da área desmatada da floresta amazônica estão em processo já de restauração ambiental. E que foram criados pelos governos Lula e Dilma, 250 mil quilômetros quadrados de áreas sob proteção, o equivalente a 75 % do total mundial das florestas protegidas.

(*) Leandro Cruz é Secretário do Meio-ambiente do PT de Minas Gerais 
     e Juarez Guimarães é professor de Ciência Política da UFMG