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postado em: 03/11/2014
EMIR SADER
Quem é democrata
hoje no Brasil?
Mas quem realmente é democrata hoje no Brasil e quem não o é?
O Brasil foi sempre caracterizado como o país mais desigual do continente mais desigual. Não o mais rico, nem o mais pobre, mas aquele cuja desproporção entre ricos e pobres era a maior.
Não era, portanto, um país
socialmente democrático embora, pelos cânones liberais, era considerado uma
democracia: divisão dos poderes do Estado, eleições periódicas, pluralismo
partidário, imprensa livre (atenção: livre quer dizer privada, para o
liberalismo).
Não poderia ser democrático, porque não o era para a grande maioria. Foram os governos do PT que ampliaram enormemente a inclusão social e, portanto, a democracia no Brasil. Mas esse processo se choca com estruturas de poder a que a democratização não chegou.
A democratização obedeceu aos cânones liberais apontados acima.
Não poderia ser democrático, porque não o era para a grande maioria. Foram os governos do PT que ampliaram enormemente a inclusão social e, portanto, a democracia no Brasil. Mas esse processo se choca com estruturas de poder a que a democratização não chegou.
A democratização obedeceu aos cânones liberais apontados acima.
Mas não
chegou às estruturas profundas do poder no Brasil.
Não chegou ao sistema
bancário, à propriedade da terra, às grandes corporações industriais e
comerciais, não chegou aos meios de comunicação.
Ao contrário, em vários aspectos essas estruturas
de poder se consolidaram como grandes monopólios, ao invés de ser
democratizadas, de forma paralela às estruturas políticas e institucionais.
Os governos Lula e Dilma dão continuidade ao processo de democratização, estendendo-a ao plano social, desenvolvendo processos de inclusão e de cidadania para a grande maioria. E se chocam com aquelas estruturas não democrática de poder na sociedade.
O processo eleitoral recém concluído viu, por um lado, um apoio majoritário às políticas sociais que deram início ao mais importante processo de democratização social do Brasil, por outro, o controle da formação da opinião pública por parte da direita, apoiada no controle monopolista dos meios de comunicação.
Quem é democrata hoje no Brasil?
Os governos Lula e Dilma dão continuidade ao processo de democratização, estendendo-a ao plano social, desenvolvendo processos de inclusão e de cidadania para a grande maioria. E se chocam com aquelas estruturas não democrática de poder na sociedade.
O processo eleitoral recém concluído viu, por um lado, um apoio majoritário às políticas sociais que deram início ao mais importante processo de democratização social do Brasil, por outro, o controle da formação da opinião pública por parte da direita, apoiada no controle monopolista dos meios de comunicação.
Quem é democrata hoje no Brasil?
Quem estende direitos elementares, sempre negados,
à grande maioria da população?
Ou quem considera que a economia não cresce porque
o salário mínimo seria alto?
Quem luta pela democratização dos meios de
comunicação ou quem detém o seu monopólio e faz uso partidário e discricionário
dele?
Quem propõe o fim do poder do dinheiro sobre as
campanhas eleitorais?
Ou quem elege bancadas de lobbies baseados nos
financiamentos empresariais, para defender seus interesses?
Quem fortalece os bancos públicos para desenvolver políticas sociais?
Quem fortalece os bancos públicos para desenvolver políticas sociais?
Ou
quem se vale dos bancos privados para a especulação financeira?
Quem faz chegar
atenção médica a dezenas de milhões de brasileiros, que nunca puderam gozar
dela?
Ou quem se opõe a isso, bem como à abertura de novas vagas nos cursos de
medicina das universidades públicas?
Quem quer que as decisões do governo se baseiem em consultas à população?
Quem quer que as decisões do governo se baseiem em consultas à população?
Ou quem quer seguir monopolizando as instâncias de decisão
parlamentar, baseados na negociata de cargos e favores?
Quem quer um país para
todos?
Ou quem quer voltar ao país governado só para uma parcela da população?
A campanha, mais além dos enfrentamentos imediatos, faz parte de uma
imensa luta para democratizar o Brasil.
Que tem agora na democratização dos
meios de comunicação e na reforma política, suas próximas batalhas.