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22 DE DEZEMBRO DE 2014 ÀS 11:19
“A HEROÍNA DO FANTÁSTICO E A VENINA DO LINKEDIN”
"Duas vidas diferentes?", pergunta o jornalista Fernando Brito, do blog Tijolaço; ele resgata informações do perfil da ex-gerente da Petrobras na rede social corporativa Linkedin e constata que "durante ao menos sete anos era auxiliar de confiança de Paulo Roberto Costa"; ele contesta o fato de ela ter sido "afastada" da empresa em Cingapura, como afirmou, e de ter sido pressionada; "Quando PRC cai, Venina não é perseguida, mas promovida"; "Ela estava dentro dos esquemas de Paulo Roberto ou, pelo menos, aceitou-os", escreve o blogueiro
247 – Em um
novo post no blog Tijolaço, o
jornalista Fernando Brito compara informações dadas pela ex-gerente da
Petrobras Venina Velosa da Fonseca durante entrevista ao Fantástico, na noite
deste domingo, e as que constam em seu perfil na rede social corporativa Linkedin.
"Duas vidas diferentes", pergunta o blogueiro.
Ele contesta os argumentos de Venina de
que teria sido pressionada na Petrobras a deixar de denunciar irregularidades,
ressalta que ela trabalhou por mais tempo do que revelou ao lado de Paulo
Roberto Costa, alvo da Lava Jato, e questiona o isolamento relatado por ela em
Cingapura, onde teria sido proibida de trabalhar.
Brito diz não acusá-la de nada, pois não
há provas, mas argumenta que "não é possível afastá-la de todo deste caso.
Ela estava dentro dos esquemas de Paulo Roberto ou, pelo menos, aceitou-os".
Leia abaixo:
A heroína do Fantástico e a Venina do Linkedin... Duas vidas
diferentes?
Depois de aceitar que Paulo Roberto Costa
passou ao menos três anos roubando “enojado” e “enojado” continuava recebendo
parcelas de propinas por contratos mesmo depois de ter sido afastado da
empresa, agora temos a história mais que capciosa de D. Venina Fonseca, a quem
não posso, por desconhecimento, acusar de nada – a Petrobras não abriu os
detalhes dos processos interno que correm contra ela, embora ela tenha ido ao Fantástico
acusar a presidente da empresa de cúmplice de todos os malfeitos da empresa.
Mas posso, como qualquer jornalista
deveria fazer, comparar o que ela disse na televisão com o que é, segundo ela
própria, sua carreira na empresa.
Segundo a transcrição da entrevista feita
pelo Diário do Centro do Mundo, ela diz que “eu trabalhei junto com Paulo
Roberto, isso eu não posso negar. Na diretoria de abastecimento, a partir de
2005″.
Não é verdade, segundo a própria Venina
informa em seu currículo no Linkedin.
Lá, consta que ela era – o texto eu cito
em inglês, como está escrito – “Manager, Implementation of Integrated
Management Systems at Natural Gas Logistics Supervision Centre. De “May
2002 – May 2004 (2 years 1 month)“.
Ora, de 2001 a 2003, Paulo Roberto Costa
era responsável pela Gerência Geral de Logística da Unidade de Negócios
Gás Natural da Petrobras…
Depois, segundo a própria Venina, em
seu Linkedin, foi ser “Assistant Manager to the
Downstream Director’s Office” (diretor de abastecimento), em maio de
2004.
Paulo Roberto Costa assumiu a diretoria
de abastecimento em… 14 de maio de 2004.
Não seria justo inferir ligações
anteriores, mas é a própria Venina quem documenta que não foi “na diretoria de
Abastecimento, a partir de 2005″, mas que durante ao menos sete anos era
auxiliar de confiança de Paulo Roberto Costa.
Mais adiante, Venina diz:
“A opção que eles fizeram em 2009 foi
realmente me mandar para o lugar mais longe possível, isso está entre aspas,
onde eu tivesse o menor contato possível. Com a empresa, aparentemente eu
estaria ganhando um prêmio indo para Cingapura, mas o que aconteceu foi que
realmente quando eu cheguei lá me foi dito que eu não poderia trabalhar, que eu
não poderia ter contato com o negócio, era para eu procurar um curso”.
De fato, Venina foi para Cingapura, como
“Chief Executive Officer, PM Bio Trading Pte Ltd”, uma joint-venture entre
a Petrobras, a Mitsui e a empreiteira Camargo Correia, empresa subordinada a… Paulo Roberto Costa, o diretor de Abastecimento, o
enojado …
Quando PRC cai, Venina não é perseguida,
mas promovida.
Passa a diretora-gerente (“Managing
Director, Petrobras Singapore Private Limited”).
E, segundo ela própria, com amplos
poderes pois assim ela define suas funções, desde então:
“Responsável por conduzir o aumento das
receitas junto com as margens de lucro e ser responsável por todos os
contratos, a evolução dos negócios, as principais partes interessadas e
clientes. – Reestruturação de toda a unidade, que resultou em significativa
redução de custos e aumentando o lucro líquido três vezes nos primeiros seis
meses de nomeação. – Liderou s Petrobras Singapore (PSPL) para
atingir um lucro líquido recorde de US 59,5 milhões em 2012 de
US $ 18 milhões em 2011, e, posteriormente, outro avanço no lucro líquido, de
US $ 184 milhões em 2013″
Nada de ficar “encostada”, portanto. E
muito menos de viver trancada, numa situação de quase “escrava branca”, algo
que justificasse a melodramática declaração ao Fantástico de que
” me afastar(am)
do meu país, das empresas que eu tanto gostava, dos meus colegas de trabalho.
Eu fui para Cingapura, eu não vi minha mãe adoecendo. Minha mãe ficou cega,
transplante de coração, eu não pude acompanhar minha mãe. Meu marido não pôde
mais trabalhar, ele teve que retornar.”
O marido de
Venina, Mauricio Luz, também segundo o seu Linkedin, “had been lived in Singapore
from january 2010 to june 2012, working as a consultant and helping to
implement the Braskem office in Singapore“.
A Braskem é uma empresa que tem, entre os
principais acionistas … a Petrobras, com 47% e a Odebrecht, com 50%.
A saída de Luz, também casualmente,
coincide com a queda de Paulo Roberto Costa.
Não se faz aqui, como se
viu, nenhuma acusação a Venina, porque seria um absurdo acusar, como ela faz,
alguém de irregularidades e cumplicidades sem ter provas cabais disto.
Mas não é possível afastá-la de todo
deste caso. Ela estava dentro dos esquemas de Paulo Roberto ou, pelo menos,
aceitou-os.
O Brasil está mesmo virando uma fábrica
de “santinhos”
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