FCO.LAMBERTO FONTES
Trabalha em JORNALISMO INTERATIVO
Mora em ARAXÁ/MG
1 blogspot, + 1 página no facebook, + de 90 grupos no facebook, + twitter,
+ de 940 blogs e comunidades no google+, + de 433 conexões no LinkedIn.
532.911 visualizações em 43 meses
5 de Agosto de 2016
Altamiro Borges é responsável pelo Blog do Miro –
Uma trincheira na luta contra a ditadura midiática
A falta de caráter
do tucano Anastasia
Em mais um capítulo grotesco do "golpe
dos corruptos", a Comissão Especial do Impeachment no Senado aprovou nesta
quinta-feira (4) o relatório do tucano mineiro Antonio Anastasia
favorável ao afastamento definitivo da presidenta Dilma.
Foram 14 votos a
favor e cinco contrários. A partir da próxima terça-feira (9), o texto passa a
ser analisado pelo plenário em uma votação prévia chamada de "pronúncia do
réu".
Se for aprovado por maioria simples - por 41 dos 81 senadores
-, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, marcará
a data para o julgamento final - previsto para começar em 25 ou 26 de agosto e
que deve durar cerca de cinco dias.
A sessão que aprovou o relatório teve quase três horas e muito bate-boca. Dominada pelos golpistas, a comissão nem fez esforços para comprovar o crime de responsabilidade que justificaria o processo do impeachment.
A sessão que aprovou o relatório teve quase três horas e muito bate-boca. Dominada pelos golpistas, a comissão nem fez esforços para comprovar o crime de responsabilidade que justificaria o processo do impeachment.
A
motivação política da conspiração ficou evidente.
Alguns senadores até fizeram
questão de se defender, jurando que não são golpistas.
A ex-serviçal da TV
Globo, Ana Amélia (PP-RS), por exemplo, rechaçou a tese de que este impeachment
é um típico golpe.
"O rito está sendo respeitado aqui. Se assim não fosse,
e aí de novo cai a narrativa do golpe, caberia ao STF suspender este processo.
No
outro extremo, os senadores favoráveis à legalidade democrática deixaram de
lado o conhecido cretinismo parlamentar.
Lindbergh Farias (PT-RJ) foi enfático:
"Não é necessário ter tanques nas ruas. Esse é um golpe frio. Os que
votaram pelo impeachment ficarão na História como golpistas".
Já o líder
do PT no Senado, Humberto Costa (PE), classificou o processo como uma
"pedalada" contra a democracia. "Os decretos jamais
justificariam a retirada de uma presidente... Escolheu-se a criminosa e agora
procuram por um crime... Passam por cima da Constituição em nome de um projeto
de poder. Querem vencer no parlamento porque não conseguem vencer nas
urnas".
As pedaladas do cínico tucano
Entre
os golpistas, porém, o papel mais deprimente coube ao relator do processo, o
senador Antonio Anastasia.
Ex-governador de Minas Gerais,
o tucano demonstrou
total falta de caráter.
Como acusou o advogado da presidenta Dilma, o
ex-ministro José Eduardo Cardozo, seu relatório final foi "movido pela
paixão partidária".
Não apresentou provas, mas apenas
"indícios".
O tucano insistiu na tese das "pedaladas
fiscais" quando todo o mundo político sabe que ele cometeu o mesmo
"crime" durante sua gestão em Minas Gerais.
Ele também fez várias
insinuações sobre desvios de verbas públicas, quando são conhecidas as inúmeras
denúncias de corrupção que pesam contra ele há muitos anos.
Já
quando da sua indicação para a relatoria, no final de abril, muitos senadores
questionaram a sua moral para julgar o caso.
Na ocasião, um documento da
Controladoria-Geral de Minas Gerais foi bastante citado. Ele denunciou o
ex-governador por corrupção, desvios e mau uso de dinheiro público na
construção de um centro internacional de meio ambiente na cidade mineira de
Frutal.
A auditoria confirmou que os prejuízos aos cofres públicos chegaram a
R$ 18 milhões.
Entre as irregularidades, ela constatou pagamentos indevidos a
empresas por serviços não prestados, superfaturamento, não entrega dos
equipamentos comprados e restrição à competitividade nas licitações.
Também
foram lembradas as suas famosas manobras fiscais, as tais pedaladas, na gestão
pública.
A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) foi uma das que criticou a
incoerência do relator neste assunto.
"O senhor usou fartamente esse
instrumento quando governou Minas Gerais.
O senhor usou de muita contabilidade
criativa quando era governador, tanto é que os documentos do Tribunal de Contas
do seu estado e de outras instâncias provam que, infelizmente, o senhor não
cumpriu preceitos constitucionais sagrados como a destinação de 12% para a
saúde e 25% para a educação".
Na
mesma linha, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) fustigou:
"Dos quatro anos
em que o senhor foi governador, o senhor não cumpriu em nenhum ano a meta
fiscal em Minas Gerais.
Agora quer cassar a presidente por um ato que fez como
governador?
Como justifica isso?...
O senhor sabe que não tem autoridade
para afastar uma presidente".
Esta ausência de moral, porém, não o fez
recuar no relatório golpista aprovado nesta quinta-feira, em mais um grotesco
capítulo do "golpe dos corruptos".