FCO.LAMBERTO FONTES
Trabalha em JORNALISMO INTERATIVO
Mora em ARAXÁ/MG
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Todo mundo que tem
vergonha na cara sabe que a corrupção não tem partido e que o PT está pagando
sozinho uma dívida que é de todos os partidos.
Afinal, políticos de todos os
partidos vêm sendo denunciados por empresários picaretas que corrompem o Estado
há décadas, subornando Executivo, Legislativo e Judiciário em nível federal,
estadual e municipal.
Para as pessoas decentes
e responsáveis, portanto, não constitui novidade alguma que mais um tucano
tenha sofrido acusação tão ou mais grave do que as que pesam contra quaisquer
petistas e que essa acusação (reiterada) não receba da mídia tratamento sequer
parecido com o que é dado a estes.
Nesse aspecto, a
denúncia feita pela
Folha de S. Paulo em agosto e agora reiterada pelo
jornal, de que Serra recebeu propina da Odebrecht, soma-se a denúncias iguais
contra outros tucanos – FHC, Alckmin, Aécio – que ocorrem sempre mas que não se
tornam de conhecimento público porque ficam restritas ao único veículo da
grande mídia que faz denúncias contra caciques do PSDB: à Folha.
E ninguém lê a Folha.
Ou
o Estadão.
Ou a Veja.
As denúncias deles só têm repercussão quando vão para o
Jornal Nacional.
E o Jornal Nacional não denuncia tucanos graúdos.
No máximo,
um Aécio.
Serra, Alckmin e FHC são os políticos mais blindados do Brasil.
A matéria da Folha em
questão decorre de planilhas apreendidas pela Polícia Federal na casa de um
ex-executivo da Odebrecht em março deste ano. Essas planilhas listaram
possíveis repasses a pelo menos 316 políticos de 24 partidos.
Ecumênica, a
lista da empreiteira aumentou a tensão ao tragar governistas e oposicionistas
–muitos deles integrantes da tropa de choque que votaria o impeachment de Dilma
– para o centro da Lava Jato.
Quem tiver curiosidade
em saber que nomes apareceram na lista só tem que clicar aqui para
ver.
O material foi
apreendido em fevereiro com o então presidente da Odebrecht Infraestrutura,
Benedicto Barbosa Silva Júnior, no Rio, durante a fase Acarajé da Lava Jato.
Os
documentos se tornaram públicos em março.
O Jornal Nacional não
divulgou os nomes da lista afirmando que “não haveria tempo” para divulgar “200
nomes” de envolvidos.
Mas haveria, sim.
Demoraria 15 ou 20 minutos.
Para atacar
o PT durante campanhas eleitorais o Jornal Nacional já usou tempo maior em uma
única matéria.
Imediatamente após a
censura da Globo, Sergio Moro decidiu colocar o inquérito sob sigilo.
Mas que não exaltem
muito a Folha por esse furo de reportagem porque o jornal está apenas sendo
esperto, pois, apesar do antipetismo, pode se dar ao luxo de posar como único
veículo “isento” do país, já que os outros grandes grupos de mídia (Globo,
Estado, Abril) até podem noticiar sua denúncia em algum cantinho de seus
portais ou veículos impressos, mas jamais produziriam matérias como a do jornal
da família Frias contra um tucano tão graúdo.
A Folha se tornou o
maior jornal do país graças à burrice da concorrência, que pratica um antipetismo
suicida, desabrido, escancarado, enquanto blinda os adversários do PT.
A imagem desses veículos
entre quem pensa e pode ou não ser de esquerda, desaba.
Nos círculos sérios,
ninguém leva a sério uma Veja, um Estadão ou uma Globo justamente porque blindam
descaradamente os tucanos graúdos.
O resultado é que a
Folha pode se arrogar o título de único órgão de imprensa isento, ainda que
isso esteja longe da verdade devido ao volume de antipetismo ser muito maior do
que as reportagens e opiniões desfavoráveis para o PSDB, o xodó da mídia do
eixo São Paulo-Rio.
Ao fim de sua segunda
reportagem sobre os 23 milhões de propina a Serra (que, em valores atualizados,
agora são 36), porém, o jornal dos Frias tenta esfriar a denúncia contra o
grão-tucano informando que “(…) Nas conversas preliminares da
Lava Jato com a Odebrecht, além de Serra, vários políticos foram mencionados,
entre eles o presidente Michel Temer, os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff,
governadores e parlamentares.”
Ah, então, tá.
Mas se todos estão
envolvidos da mesma forma, o tratamento a todos é dado da mesma forma pela
mídia, pela Justiça, pelo Ministério Público, pela Polícia Federal?
Alguém aí teria a
cara-de-pau de dizer isso, que mídia e autoridades tratam igualmente tucanos e
petistas acusados da mesma forma?
Provavelmente aparecerá algum desavergonhado
para afirmar tal enormidade, mas todos sabem que é mentira.
A relação de Dilma com a
Odebrecht e outras empreiteiras gerou processo do PSDB contra a ex-presidente
no TSE, afirmando que as doações que ela recebeu das empresas foram produto de
propina.
A mídia trata as doações das empreiteiras a Dilma como propina.
Vaccari está preso por isso. Palocci também. Mantega quase foi preso por isso.
E quanto à propina que a
delação da Odebrecht diz que pagou a Serra e a Alckmin?
Os tesoureiros das
campanhas eleitorais desses dois foram presos? Aliás, alguém investigou?
Quem
foi que comprou a tese criminosa de que as doações legais ao PT são propina e
as doações legais ao PSDB são… legais?
Quanto a Lula, nem se
fala. É ocioso falar. Lula já foi até conduzido coercitivamente por muito menos
do que pesa contra um Serra ou um Aécio, reiteradamente acusados por delatores.
Mas sem investigação fica difícil. E as denúncias se sucedem e não são
investigadas. Até porque, à exceção da folha, a mídia não pressiona por
investigações contra tucanos.
A razão é muito simples:
hoje o Brasil é governado por uma aliança entre a Globo, a Lava Jato, o PSDB e
parte do Supremo.
Assim, podemos todos ter certeza de que a denúncia da
Odebrecht contra Serra vai para as calendas enquanto o mesmo Serra e seu
partido continuarão acusando petistas de terem sido acusados pela Odebrecht…
Alguém discorda?
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