segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

PELAS NARRATIVAS DOS QUE VIVERAM A NOSSA HISTÓRIA, TEMOS DE REVERTER ESSA DESDITA.
NÃO NOS ESQUEÇAMOS DISSO NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES.
novojornal   Publicado em 25/02/2013

EDITORIAL I: UM FANTASMA POLÍTICO
Geraldo Elísio escreve no "Novojornal". Prêmio Esso Regional de jornalismo, passado e presente embasam as suas análises

Por Geraldo Elísio
“Pelo curto tempo que você sumiu / nota-se aparentemente que você subiu /mas o que eu soube a seu respeito / me estristeceu ouvi dizer / que pra subir você desceu / você desceu. Todo mundo quer subir / a concepção da vida admite / ainda mais quando a subida / tem o céu como limite.
Por isso não adianta / estar no mais alto degrau da fama / com a moral toda enterrada na lama”. – Samba de Mauro Duarte – Interpretação de Clara Nunes.

Marco Aurélio Carone em seu editorial raspou os limites do que pode ser dito a Fernando Henrique Cardoso, o fraudador da dívida externa brasileira, segundo o deputado federal delegado Protógenes Queiroz (PC do B/SP), licenciado da Polícia Federal. Mas em se tratando do “príncipe dos sociólogos” há sempre ainda o que dizer.
Pisará a terra de Felipe dos Santos e Joaquim José da Silva Xavier, o “Tiradentes”, talvez o maior de todos os entreguistas, falso esquerdista e cabeça feita pela Ford Fondation. Há tempos quando Fernando Henrique Cardoso, amparado por Antônio Carlos Magalhães, o ACM ou “Toninho Malvadeza”, exercia o seu mandato o jornalista mineiro Tito Guimarães então editando um jornal regional na cidade de Betim, área da Grande Beagá, me pediu para fazer uma entrevista com o ex-presidente da República, ex-vice-presidente e ex-governador de Minas Aureliano Chaves, um dos políticos mais honestos  e transparentes entre os que eu conheci. Esta fita até hoje eu guardo e pretendo transformá-la em CD e postar, quiçá servindo de trilha para um documentário curta-metragem.
Aureliano condenou com veemência a entrega das riquezas nacionais promovidas por Fernando Henrique Cardoso aos grupos internacionais e literalmente afirmou que “o Brasil precisa de professores é nas escolas, respeitados e bem remunerados. Quanto à presidência da República precisamos é de bons administradores. Veja você, em países do chamado primeiro mundo a eficiência dos governantes é medida pelo número de empregos que eles criam. Aqui no Brasil com o presidente Fernando Henrique Cardoso a eficiência é medida pelo número de desempregos que ele promove”.
Vale lembrar que as agruras de todos os aposentados se devem a alteração da Lei, inclusive criando o abominável fator previdenciário cujo processo de votação na Câmara dos Deputados foi comandado pelo então presidente da instituição, na época o deputado federal por Minas Gerais, Aécio Neves.  Quem quiser é só conferir os arquivos de jornais e clippings eletrônicos. Já no segundo mandato de FHC, quando ele comprou a reeleição. A primeira acusação foi do jornal Folha de S. Paulo, de 14 de abril de 1997, através de denúncia da CNBB acusando-o de corrupção, quatro meses depois de aprovada a reeleição. A emenda foi aprovada, em primeiro turno, com 336 votos favoráveis na Câmara e seis votos contra.
Em 13 de maio de 1997, nova reportagem do mesmo jornal relata conversa sobre a compra destes votos. O personagem central o deputado Ronivon Santiago (PFL-AC) dizia ter vendido o seu voto por R$ 200 mil, a favor da emenda da reeleição de Fernando Henrique Cardoso. Ronivon afirmou que recebeu R$ 100 mil em dinheiro e que os outros R$ 100 mil seriam pagos por uma empreiteira a CM, que tinha pagamentos para receber do governo do Acre.
Os compradores do voto do deputado do Acre, segundo Ronivon, foram dois governadores: Orleir Cameli (sem partido), do Acre, e Amazonino Mendes (PFL), do Amazonas. Rovinon não foi o único deputado que se vendeu na votação da reeleição em dia 28 de janeiro de 1997. Outros deputados acreanos foram envolvidos na compra.
Na gravação, Ronivon afirma que os cheques eram do Banco do Amazonas, em nome de uma empresa de Eládio Cameli, irmão de Orleir Cameli. Também foram acusados de participação deputados influentes do Congresso, o então presidente da Câmara, Luiz Eduardo Magalhães (já falecido, filho do senador Antônio Carlos Magalhães, também falecido, presidente do Senado na época), e de ministros do governo Fernando Henrique. Pelas conversas gravadas, o esquema teria sido comandado pelo então ministro das Comunicações, Sérgio Motta (já falecido), que era considerado o homem forte do governo de FHC. Os comprados foram expulsos dos quadros do PFL o que não deixa margem de dúvidas quanto a veracidade das denúncias.
Fernando Henrique Cardoso, quase um aborto político somente chegou aonde chegou por obra e graça do mau humor do ex-presidente Itamar Franco em relação ao PMDB. Fui amigo de um dos mais antigos assessores de Itamar Franco, o advogado, poeta e sambista Roberto Medeiros que enquanto vivo e com saúde freqüentou a minha casa. As tertúlias envolviam em seu imenso percentual a música e a poesia, mas havia espaço para a política. Tenho comigo fitas cassetes que me enchem de saudade do Roberto.
Um dia quando houve espaço para conversar política ele me contou da sua decepção com a escolha de Fernando Henrique Cardoso, reconhecendo que ele próprio, de início, havia aplaudido o nome indicado por Itamar, acrescentando: “Mas hoje deve se fazer justiça ao jornalista Mauro Santayana o único a se manifestar contrário à indicação de FHC quando proposta por Itamar”. O próprio Itamar brigou com Fernando Henrique Cardoso e só ao final do governo dele quase aos beijos fez as pazes para arrecadar algum dinheiro para os falidos cofres do Estado. Foi a primeira herança maldita de Itamar. A segunda é Aécio Neves, que Fernando Henrique quer transformar em presidente para dar continuidade ao processo neoliberal que infelicita o mundo. Gostaria de saber o que tem a dizer os deputados de oposição em Minas Gerais, origem e berço de todos os mensalões, inclusive o do PSDB mineiro, quando o ex-governador mineiro Eduardo Azeredo diz que ele serviu para eleger FHC, o homem que nomeou para o Supremo o ministro Gilmar Mendes, ou Dantas, segundo o jornalista Ricardo Noblat, também citado nas listas de Marcos Valério e o possuidor de capangas segundo o seu colega ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF. Além de autor de dois habeas corpus em 48 horas que beneficiaram o banqueiro condenado Daniel Dantas, do habeas corpus que possibilitou o médico Roger Abdel Massi fugir do Brasil e de outro habeas corpus que livrou da prisão o operador do mensalão, Marcos Valério, mesmo assim tendo os seus bem bloqueados no valor de 14 milhões de reais.
Com um currículo (ou será prontuário?) o que tem Fernando Henrique Cardoso a dizer aos mineiros.
PS – Não tenho procuração do promotor João Medeiros, um profissional sério que desempenha com ética e coragem a profissão que escolheu. Mas ele pode saber que o povo está ao lado dele.
E no caso envolvendo o julgamento do manuseio das verbas de publicidade por parte da senhora Andréa Neves o que tem ela e o seu irmão o senador Aécio Neves a temer, utilizando-se do ex-Procurador Geral de Justiça de Minas Gerais, doutor Jarbas Soares, hoje integrante do Conselho Nacional do Ministério Público?  A questão é meridianamente simples: quem não deve não teme. Será que o trio tem algo a temer. Se não tem deixa transparecer. Não falei com o promotor João Medeiros, mas de alma e mãos limpas certamente ele nada tem a temer. Em nome da transparência e dos requisitos morais os três devem ser os maiores interessados em que tudo seja apurado para conhecimento do povo.
Este espaço é permanentemente aberto ao democrático direito de resposta a todas as pessoas e instituições aqui citadas.