segunda-feira, 15 de abril de 2013

Publicado em 15/04/2013

EDITORIAL:     DESVARIO TUCANO


Geraldo Elísio  escreve no "Novojornal". 
Prêmio Esso Regional de jornalismo, passado e presente embasam as suas análises.

“Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. 
Todo o resto é publicidade.” - George Orwell

Às vezes penso que vivo num País surreal, dividindo tal dúvida com o surrealismo dos políticos. Hora, o Brasil inteiro conhece as agruras dos aposentados em função do fator previdenciário implantado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o fraudador da dívida externa brasileira, segundo o deputado federal delegado Protógenes Queiroz ((PC do B/SP) ao mesmo tempo em que ocorria a desnacionalização das riquezas brasileiras. Tudo isto em memoráveis votações comandadas pelo então deputado federal Aécio Neves quando ele foi presidente da Câmara. Quem quiser conferir basta consultar os arquivos dos clippings eletrônicos e dos jornais e revistas. E será possível ver Aécio sorridente e de braços erguidos satisfeito por ter conseguido aplicar aos que se aposentaram e aos que irão se aposentar uma verdadeira eutanásia econômica.
Porém no último domingo, enviado pelo jornalista Luís Nassif, do blog de Júlia Dualibi, no Estadão, Fernando Henrique Cardoso tem a desfaçatez de dizer que o “PSDB trata os idosos com carinho”. Velho, sem se precisar preocupar com a sobrevivência dele graças a inúmeras falcatruas, desmoralizado por ter mandado o povo esquecer tudo o que ele disse anteriormente quando brincava de ser esquerdista.
FHC segue confiante em que o povo não tem memória e fala em governar “sem jeitinho”, enquanto o governador de São Paulo, Geraldo Alkimim faz contra ponto à presidenta Dilma Rousseff. Será? Fernando Henrique se esquece do “jeitinho” que ele deu para comprar a sua reeleição pagando duzentos mil reais por cabeça aos deputados federais que malandramente resistiam à proposta? Alguém já se esqueceu dos abomináveis Ronivon Santiago e João Maia do PFL do Acre, aquele partido que hoje se chama Democratas, sim eles mesmos, os “demos” a quem em união com os tucanos o internauta Gilson Lima chama de “demonofrênicos tucanopatas”? Alguém já se esqueceu que Fernando Henrique Cardoso chamou os aposentados de “Vagabundos com carteira assinada?” Pelo menos eu não me lembro de Aécio Neves ter saído em defesa dos velhinhos. “Ave Cesar morituri te salutant”, ou seja “Salve Cesar os que vão morrer te saúdam”. Muitos já morreram esbulhados em seus direitos. Os jovens – que Deus os guarde – sem querer terão de fazer esta saudação a FHC e Aécio Neves.  E Fernando Henrique Cardoso ainda tem a coragem de aparecer em inserções na TV em horário de propaganda gratuita dizendo que os tucanos fazem da honestidade uma marca do governo deles?
E Aécio Neves que continua réu implicado em falcatrua no singelo valor de 3,5 bilhões que o TJM decidiu manter a ação na 5ª Vara da Fazenda Pública de Minas Gerais, sendo que em outra ação ele ainda se complica com um valor de mais um bilhão em meio perfazendo um total de 4,5 bilhões. Enquanto a irmã dele “Frau Andréa Goebbels Mãos de Tesoura Neves” gastou dois bilhões com publicidade num Estado onde a saúde, a segurança pública e a educação estão em pandarecos. E assim mesmo foram gastos mais dois bilhões com a construção da precária cidade administrativa e outros tantos bilhões com os estádios de futebol Independência e Mineirão. De qual transporte coletivo digno dos usuários Belo Horizonte possui? Talvez por isto ao contrário da propaganda de “Frau Mãos de Tesoura” Minas Gerais vive a pandemia de dengue.
Mas não satisfeita “Frau Goebbels” ainda quer desmoralizar os Judiciário já abalado junto ao público propondo um sufoco jurídico contra o Novojornal, conforme está denunciado. Os netos do doutor Tancredo Neves parecem desconhecer que a verdade comprovada é irretorquível e suas atitudes somente demonstram medo. Pedem a outros para estabelecer processos, porém no futuro podem muito bem ir morar no exterior e deixar os seus amigos às voltas com problemas judiciários sérios implicando as famílias dos outros. Quando de um naufrágio é conhecido que os ratos são os primeiros a pular dos navios adernados.
Na Minas Gerais irredenta de Tiradentes não são todos os que se rendem às pressões e não são todos os que se predispõem a se vender. Não são todos que se omitem diante de um deputado a exemplo de Carlos Mosconi, do PSDB, acusado em citação em sentença judicial de liderar uma quadrilha de tráfico de órgãos humanos retirados até mesmo de pessoas ainda vivas. O que tem a dizer o inexpressivo presidente da Assembléia Legislativa deputado Diniz Pinheiro? O que tem a dizer do caso a Comissão de Constituição e Justiça? O que tem a dizer a Comissão de Direitos Humanos? Ou tudo e todas se transformaram em peça de ficção? O que tem a dizer a Ordem dos Advogados do Brasil. Seção de Minas Gerais? O que tem a dizer o Conselho Federal da OAB? O que tem a dizer a ABI? O que tem a dizer o Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais? Ou tudo e todos estão num mesmo conluio? O que tem a dizer a mídia mineira, torcendo por um dia onde nada aconteça para publicar somente colunas sociais e pequenos anúncios?
Quem deixará de usar a água da Copasa ou a energia elétrica da Cemig se estas duas empresas baratearem os seus custos e pararem de fazer propaganda. Principalmente publicidade enganosa com fins políticos. Não apenas a Copasa e a Cemig, mas igualmente a Codemig e outros órgãos?
E Fernando Henrique Cardoso, maligna herança do ex-presidente Itamar Franco, da mesma forma como o é o senador Aécio Neves ainda fala do PSDB tratar com carinho os velhos brasileiros. Desconfio que no fundo ele seja um grande gozador. Que tome muito cuidado a turma do stand up comedy se não eles acabarão perdendo os seus empregos. 
Este espaço é permanentemente aberto ao democrático direito de resposta a todas as pessoas e instituições aqui citadas.
geraldo.elisio@novojornal.com