quarta-feira, 1 de maio de 2013

Publicado em 29/04/2013
EDITORIAL:
CANSAÇO
Por Geraldo Elísio
Geraldo Elísio escreve no "Novojornal". Prêmio Esso Regional de jornalismo, passado e presente embasam as suas análises

“A democracia... é uma constituição agradável, anárquica e variada, distribuidora de igualdade indiferentemente a iguais e a desiguais. – Platão

O Brasil é um País que tem ministro do Supremo Tribunal Federal que possui capangas para serem utilizados em seus interesses pessoais? Sim. O presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa afirmou isto durante um debate público através da TV Justiça. Qual o nome do ministro? Gilmar Mendes, chamado pelo jornalista Ricardo Noblat de “Gilmar Dantas”. Não sei se isto se deveu ao fato do ministro Gilmar ter beneficiado com dois habeas corpus relâmpagos o banqueiro condenado Daniel Dantas, preso pelo então delegado da Polícia Federal, Protógenes Queiroz.

Temos “bandidos togados” no sistema do Judiciário brasileiro? Temos também. Quem disse foi a ex-presidente do Conselho Nacional de Justiça – CNJ – ministra Eliana Calmon. Quais os nomes deles? Eu não sei. Ela falou em tese o que dificulta a identificação. Só posso supor que diante da gravidade da acusação ela sabe o que diz. Temos ministro do Supremo que promete benesses aos políticos para ser nomeado para o cargo? Temos. O nome dele é Luís Fux, de acordo com o ex-chefe da Casa Civil da Presidência da República, ex-deputado federal por São Paulo, José Dirceu, condenado a algumas dezenas de prisão por seu envolvimento com o Processo do Mensalão Petista.

Por dizer que o ministro Fux cabalou votos ele foi processado? Até onde eu saiba não.  Temos doutrinadores que se envolvem em tramóias? Sim. Um exemplo? Paulo Medina. E dizem fontes que temos juízes de primeira instância, desembargadores e ministros que vendem sentença ou fazem favores de acordo com o seu bel prazer. Sem faltar o conhecimento de “altas autoridades do Judiciário”, que são  capazes de pagar pensão alimentícia com o dinheiro do povo. Tudo isto sem contar as “maracutaias” de serventuários da Justiça em conluios com advogados, o que foi denunciado por esta esfera do Poder como “danoso para o Brasil”.

Temos presidentes da República, ministros, senadores e deputados federais ladrões? Não resta a menor dúvida. Já houve impeachement do Fernando Collor de Melo; Fernando Henrique Cardoso fraudando a dívida externa brasileira, segundo o deputado federal Protógenes Queiroz (PC do B/SP); Luiz Inácio Lula da Silva com o envolvimento dele com Rosemary Nóvoa de Noronha, parando por aqui para não termos de voltar tanto na história.

Temos ministros, senadores e deputados federais bandidaços? É óbvio que temos. Querem exemplos, pelo menos um de cada categoria? Antônio Palocci, Sarney e José Genoíno com o irmão a tiracolo a carregar dólares na cueca e sendo preso em um aeroporto. Nem precisamos citar Renan Canalheiros, um cruzamento de canalha com Calheiros, pagando a pensão alimentícia da filha dele com a jornalista Mônica Veloso com o dinheiro do povo.

Temos governadores de Estado, secretários estaduais, deputados estaduais, prefeitos e vereadores indignos dos cargos que ocuparam ou ocupam?  Lógico, todo mundo sabe disto! Exemplos? Tudo bem. Um espécime de cada um. Aécio Neves, acusado de se utilizar de drogas ilícitas e de um desvio monumental de dinheiro da Saúde que anda aos pandarecos, sob o argumento de tê-lo utilizado na Copasa, o que a Justiça não aceitou, mantendo-o como réu. Cláudio Mourão, junto com o publicitário Marcos Valério os operadores do Mensalão Mineiro dos Tucanos. O presidente da Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa de Minas, deputado Carlos Mosconi, apontado em sentença judicial como chefe da Máfia dos Transplantes de Órgãos em Poços de Caldas, no Sul do Estado. O prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda e suas peripécias. O presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Belo Horizonte, Leo Burguês, aquele da “cochinha da madrasta” e com histórias a contar na região do Vale do Sereno, em Nova Lima.

Casos a parte a morte da modelo Cristiana Aparecida Ferreira, a garota de programa predileta do Palácio da Liberdade ao tempo do então governador Itamar Franco. Posteriormente assassinada no interior do San Francisco Flat, no centro de Belo Horizonte quando já havia sido promovida a “mula” de transporte de dinheiro do Mensalão Mineiro dos Tucanos, envolvendo no imbróglio o ex-ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, o ex-governador Newton Cardoso e o atual presidente da Cemig, Djalma Moraes, com os quais dizem fazia sexo grupal. É bom lembrar o assassino dela, o teólogo Reynaldo Pacífico em júri popular foi condenado a 14 anos de prisão dos quais não cumpriu nem um dia e ainda por cima se viu beneficiado por um habeas corpus do STF que o deixa livre para sempre, dizem fontes, porquê ameaçou Mares Guia.

Temos uma imprensa, comprada, canalha e corrupta, como em todos os demais casos acima ressalvados as exceções de praxe? Sim temos aos montes. Felizmente para poder facilitar a vida da gente tudo resumido em três letras que formam a palavra PIG – Partido da Imprensa Golpista – mas por uma coincidência, será explicável ou inexplicável (?) em inglês porco é igualmente PIG. Só peço que observem que de forma alguma pretendo ofender os suínos.

Temos muitas coisas erradas neste Brasil? Infelizmente temos. Inclusive esta proposta imoral de retirar os poderes do Supremo. A proposta configura-se um golpe de estado. Se, por exemplo, uma fábrica de cerveja lança ao mercado uma marca ruim a solução não é fechar a fábrica, mas melhorar a qualidade do produto. Que sejam sempre presos todos os que infligirem a Lei quer sejam eles do Judiciário ou do Congresso Nacional, da imprensa, ou seja, lá onde for.  E que da mesma forma que um lado é eleito, que haja concurso para a provisão de cargos de todo e qualquer tribunal. Só assim começaremos a chegar perto do preceito de que todos nós somos iguais perante a Lei. Mas “pero non mucho”. A aposentadoria de um trabalhador fica a distâncias abissais de certas categorias, inclusive, militares e integrantes do Judiciário.

Finalmente! Temos um povo cansado de tantas aberrações? Temos. Acredito sermos dois milhões e poder falar por eles, obviamente sabendo existir as exceções de praxe.

Este espaço é permanentemente aberto ao democrático direito de resposta a todas as pessoas e instituições aqui citadas.

geraldo.elisio@novojornal.com