Publicado em 29/04/2013
EDITORIAL:
CANSAÇO
Por Geraldo Elísio
Geraldo Elísio escreve no
"Novojornal". Prêmio Esso Regional de jornalismo, passado e presente
embasam as suas análises
“A democracia... é uma constituição
agradável, anárquica e variada, distribuidora de igualdade indiferentemente a
iguais e a desiguais. – Platão
O Brasil é um País que tem ministro do Supremo
Tribunal Federal que possui capangas para serem utilizados em seus interesses
pessoais? Sim. O presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa afirmou isto
durante um debate público através da TV Justiça. Qual o nome do ministro?
Gilmar Mendes, chamado pelo jornalista Ricardo Noblat de “Gilmar Dantas”. Não
sei se isto se deveu ao fato do ministro Gilmar ter beneficiado com dois habeas
corpus relâmpagos o banqueiro condenado Daniel Dantas, preso pelo então
delegado da Polícia Federal, Protógenes Queiroz.
Temos “bandidos togados” no sistema do Judiciário
brasileiro? Temos também. Quem disse foi a ex-presidente do Conselho Nacional
de Justiça – CNJ – ministra Eliana Calmon. Quais os nomes deles? Eu não sei.
Ela falou em tese o que dificulta a identificação. Só posso supor que diante da
gravidade da acusação ela sabe o que diz. Temos ministro do Supremo que promete
benesses aos políticos para ser nomeado para o cargo? Temos. O nome dele é Luís
Fux, de acordo com o ex-chefe da Casa Civil da Presidência da República,
ex-deputado federal por São Paulo, José Dirceu, condenado a algumas dezenas de
prisão por seu envolvimento com o Processo do Mensalão Petista.
Por dizer que o ministro Fux cabalou votos ele foi
processado? Até onde eu saiba não. Temos doutrinadores que se envolvem em
tramóias? Sim. Um exemplo? Paulo Medina. E dizem fontes que temos juízes de
primeira instância, desembargadores e ministros que vendem sentença ou fazem
favores de acordo com o seu bel prazer. Sem faltar o conhecimento de “altas
autoridades do Judiciário”, que são capazes de pagar pensão alimentícia com
o dinheiro do povo. Tudo isto sem contar as “maracutaias” de serventuários da
Justiça em conluios com advogados, o que foi denunciado por esta esfera do
Poder como “danoso para o Brasil”.
Temos presidentes da República, ministros,
senadores e deputados federais ladrões? Não resta a menor dúvida. Já houve
impeachement do Fernando Collor de Melo; Fernando Henrique Cardoso fraudando a
dívida externa brasileira, segundo o deputado federal Protógenes Queiroz (PC do
B/SP); Luiz Inácio Lula da Silva com o envolvimento dele com Rosemary Nóvoa de
Noronha, parando por aqui para não termos de voltar tanto na história.
Temos ministros, senadores e deputados federais
bandidaços? É óbvio que temos. Querem exemplos, pelo menos um de cada
categoria? Antônio Palocci, Sarney e José Genoíno com o irmão a tiracolo a
carregar dólares na cueca e sendo preso em um aeroporto. Nem precisamos citar
Renan Canalheiros, um cruzamento de canalha com Calheiros, pagando a pensão
alimentícia da filha dele com a jornalista Mônica Veloso com o dinheiro do
povo.
Temos governadores de Estado, secretários
estaduais, deputados estaduais, prefeitos e vereadores indignos dos cargos que
ocuparam ou ocupam? Lógico, todo mundo sabe disto! Exemplos? Tudo bem. Um
espécime de cada um. Aécio Neves, acusado de se utilizar de drogas ilícitas e
de um desvio monumental de dinheiro da Saúde que anda aos pandarecos, sob o
argumento de tê-lo utilizado na Copasa, o que a Justiça não aceitou, mantendo-o
como réu. Cláudio Mourão, junto com o publicitário Marcos Valério os operadores
do Mensalão Mineiro dos Tucanos. O presidente da Comissão de Saúde da
Assembléia Legislativa de Minas, deputado Carlos Mosconi, apontado em sentença
judicial como chefe da Máfia dos Transplantes de Órgãos em Poços de Caldas, no Sul
do Estado. O prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda e suas peripécias. O
presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Belo Horizonte, Leo Burguês,
aquele da “cochinha da madrasta” e com histórias a contar na região do Vale do
Sereno, em Nova Lima.
Casos a parte a morte da modelo Cristiana Aparecida
Ferreira, a garota de programa predileta do Palácio da Liberdade ao tempo do
então governador Itamar Franco. Posteriormente assassinada no interior do San
Francisco Flat, no centro de Belo Horizonte quando já havia sido promovida a
“mula” de transporte de dinheiro do Mensalão Mineiro dos Tucanos, envolvendo no
imbróglio o ex-ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, o ex-governador
Newton Cardoso e o atual presidente da Cemig, Djalma Moraes, com os quais dizem
fazia sexo grupal. É bom lembrar o assassino dela, o teólogo Reynaldo Pacífico
em júri popular foi condenado a 14 anos de prisão dos quais não cumpriu nem um
dia e ainda por cima se viu beneficiado por um habeas corpus do STF que o deixa
livre para sempre, dizem fontes, porquê ameaçou Mares Guia.
Temos uma imprensa, comprada, canalha e corrupta,
como em todos os demais casos acima ressalvados as exceções de praxe? Sim temos
aos montes. Felizmente para poder facilitar a vida da gente tudo resumido em
três letras que formam a palavra PIG – Partido da Imprensa Golpista – mas por
uma coincidência, será explicável ou inexplicável (?) em inglês porco é
igualmente PIG. Só peço que observem que de forma alguma pretendo ofender os
suínos.
Temos muitas coisas erradas neste Brasil?
Infelizmente temos. Inclusive esta proposta imoral de retirar os poderes do
Supremo. A proposta configura-se um golpe de estado. Se, por exemplo, uma
fábrica de cerveja lança ao mercado uma marca ruim a solução não é fechar a fábrica,
mas melhorar a qualidade do produto. Que sejam sempre presos todos os que
infligirem a Lei quer sejam eles do Judiciário ou do Congresso Nacional, da
imprensa, ou seja, lá onde for. E que da mesma forma que um lado é
eleito, que haja concurso para a provisão de cargos de todo e qualquer
tribunal. Só assim começaremos a chegar perto do preceito de que todos nós
somos iguais perante a Lei. Mas “pero non mucho”. A aposentadoria de um
trabalhador fica a distâncias abissais de certas categorias, inclusive,
militares e integrantes do Judiciário.
Finalmente! Temos um povo cansado de tantas
aberrações? Temos. Acredito sermos dois milhões e poder falar por eles,
obviamente sabendo existir as exceções de praxe.
Este espaço é permanentemente aberto ao democrático
direito de resposta a todas as pessoas e instituições aqui citadas.
geraldo.elisio@novojornal.com