Publicado em 29/05/2013
Governo
de Minas
tenta
aprimorar
censura
Fenaj e ABI avaliam
proposta de restringir divulgação de informações policiais; deputados dizem que
vão trabalhar contra aprovação do item na ALMG
Na Assembleia Legislativa, o texto substitutivo da Proposta de Lei Complementar (PLC) 23/2012, enviado à Casa na última semana, também repercutiu mal, e os deputados prometem trabalhar por sua reprovação, no Rio e São Paulo não existe as restrições.
Para o presidente da Fenaj, Celso Schröder, há uma intenção de dificultar o trabalho dos jornalistas. “Temos que compreender a hierarquia do Estado e a preservação dos processos, mas, em que pese essas justificativas, nós, jornalistas, temos que ter acesso a qualquer informação pública”, avalia Schröder.
Se aprovado, os policiais civis podem ser punidos por divulgarem à imprensa dados ou documentos oficiais, mesmo que não sejam sigilosos. A publicidade de informações, como boletins de ocorrência e inquéritos, passaria a ser transgressão de nível médio e passível de advertência ou até mesmo de desligamento.
O presidente da ABI, Maurício Azêdo, advertiu que, caso o texto seja aprovado, os jornalistas mineiros podem entrar na Justiça com uma ação de inconstitucionalidade. “Não há justificativa para tal restrição”. Já para a presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, Eneida Costa, é “prematuro” se posicionar. “Quem tem que discutir isso são os deputados, não os jornalistas”, disse.
O deputado estadual Durval Ângelo (PT) disse que os parlamentares não irão endossar a proposta, que ele classificou como antidemocrática. “Se os documentos não são sigilosos, não há motivo para não divulgá-los”, disse.
O deputado Sargento Rodrigues (PDT) também se posicionou contrário à norma. “Estão ressuscitando o espírito da ditadura. A proposta fere a Constituição que prevê o caráter de publicidade do Estado”, afirmou. Informações O tempo
O chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Cylton Brandão, negou que haja intenção de dificultar o trabalho da imprensa. “Os policiais podem passar informações, desde que autorizados pelos seus chefes”, argumentou o policial.
Segundo Brandão, a intenção foi atualizar o texto da Lei Orgânica da categoria, de 1969. O texto atual já proíbe a publicação de “fatos ocorridos na unidade policial” que possam causar escândalos ou prejudicar a imagem da corporação. Agora, no entanto, foi acrescentada a proibição para dados ou documentos oficiais. Anteriormente, não havia previsão de punição.
Legislativo. Antes de ser votado em plenário, o projeto tem que passar pelas comissões de Administração Pública, Constituição e Justiça, Segurança Pública e Fiscalização Financeira da Assembleia Legislativa.