quinta-feira, 27 de junho de 2013

AOS COMPONENTES DO GOVERNO MINEIRO:

Publicado em 26/06/2013

Editorial:

PARA QUE POSSAM REFLETIR

Por Geraldo Elísio
“(...) tu vens, tu vens. Eu já escuto os teus sinais” – Anunciação – Alceu Valença


É a primeira vez em minha longa jornada de repórter que presencio os parlamentares terem não o devido respeito pelos eleitores, porém medo. Seria ótimo se tivessem respeito, mas não dispondo de tal grandeza – com raras exceções – que pelo menos utilizem bem o medo. Principalmente os parlamentares mineiros que se acham acima de quaisquer suspeitas, e protegidos sob os mantos enxovalhados do senador Aécio Neves e do anódino governador Antônio Anastasia.

No bojo das revoltas populares estão os gastos absurdos com a organização da Copa do Mundo, fruto da imprevidência de Lula como presidente da República e de uma coorte de governadores de Estado que deviam ser responsabilizados pelos gastos estapafúrdios que fizeram. Por que em primeiro lugar o erro dos outros não se transforma em virtude no PT e pelo menos as últimas cinco Copas, queiram ou não, gostem ou não, acreditem ou não, foram deficitárias. 

Em Minas as suspeitas são grandes e existe na Assembléia Legislativa um pedido de instauração de CPI do Mineirão com o objetivo de apurar irregularidades.
Faltam cinco assinaturas e coincidentemente uma bancada chamada “Da Bola”, formada por parlamentares ligados ao futebol que se recusam a assiná-la: João Leite, o “John Milk”, Marques, Perrela, Alberto “Caixa” e João Vitor Xavier. Por que eles não assinam: medo, covardia, acumpliciamento, desprezo pelo povo, sabem que de fato ocorreram irregularidades e são coniventes ou não pretendem mais voltar ao plenário? 
O assunto deve ser colocado nas redes sociais.
A velocidade com a qual foi votada e derrubada a PEC 37, o número de parlamentares “a favor” e o baixíssimo número de “a favor” e abstinência é um bom exemplo. 

Aliás, por falar nisto, a ação do povo deu força ao Ministério Público, mas ao mesmo tempo aumenta por demais a responsabilidade do MP, agora obrigado por todas as formas morais a não faltar com os seus compromissos doa a quem doer. O procurador Jarbas Soares e a promotora Vanessa Fusco, a “empatesladora de jornais cibernéticos”, por mais afeto que possam ter aos palácios, não podem mais fugir de suas reais funções. 

O povo raivoso enfrenta até a repressão mais dura, hoje modelo ligth, com balas de borracha, mas pode chegar um momento do chumbo tradicional o que não foi suficiente para manter de pé a Bastilha e evitar que algumas cabeças coroadas, mesmo sem ser Salomé, fossem oferecidas ao invento do médico francês Joseph-Ignace Guillotin.

Um povo irado pode muito bem inspirar algum artista frustrado a exemplo do imperador Nero, a tocar lira iluminado por labaredas de um incêndio de proporções gigantescas, sem oferecer qualquer oportunidade aos bravos soldados do Corpo de Bombeiros.

No momento atual as primeiras experiências foram dirigidas aos veículos dos meios de comunicação, comprometidos em seu faturamento com os cofres públicos, como a dizer que o dinheiro do povo não é capim e não deve ser utilizado de maneira errônea. 
Por exemplo, quem deixará de se utilizar da energia da Cemig ou da água da Copasa se estas duas empresas pararem de investir bilhões em propagandas enganosas? 

Falando nisto para que serve a propaganda da Codemig? O que é que ela faz mesmo? E o que faz é de sua obrigação constitucional e estatutária?

Eu não subestimo o povo e acredito que embrionariamente ele está pensando nisto, da mesma forma que não olvida os salários milionários pagos aos parlamentares e membros do judiciário, contrastando com aquilo que é pago ao trabalhador de um modo geral. 
Sem contar a eutanásia econômica imposta aos aposentados pelo fator previdenciário criado por Fernando Henrique Cardoso, após uma votação vencida pelo governo e comandada pelo então deputado federal Aécio Neves, cuja foto com os braços erguidos a comemorar a desdita dos aposentados pode ser vista nos clippings eletrônicos e arquivos dos jornais e revistas da época.

Contudo, como eu sou um otimista incorrigível, acredito que todos estão pensando em tais detalhes e acreditando que melhor é ter muita calma nesta hora, ainda que amargo o remédio, atender o povo.

Geraldo Elísio escreve no "Novojornal". Prêmio Esso Regional de jornalismo, passado e presente embasam as suas análises.

DO BLOGUEIRO:
OS GRIFOS NO ITÁLICO E CORES NO TEXTO ACIMA SÃO DE SUA AUTORIA. É QUANDO SE QUER DAR DESTAQUE À TÓPICOS QUE AGUÇARÃO O ENTENDIMENTO MAIS PRECISO DO LEITOR.