18
DE JULHO DE 2014
VALE TUDO
ELEITORAL
Objetivo da Folha e da
Globo com a divulgação da pesquisa Datafolha
foi levar o povo a
acreditar que Dilma e Aécio estão
empatados
na preferência do eleitorado
RIBAMAR FONSECA
Frase entreouvida na rua nesta sexta-feira:
- Você viu a pesquisa na TV?
A Dilma e o Aécio
estão tecnicamente empatados!
Esse foi exatamente o objetivo da "Folha" e da Globo
com a divulgação, nesta quinta-feira, da pesquisa do Datafolha sobre a intenção
de voto para as eleições presidenciais de outubro vindouro: levar o povo a
acreditar que a Presidenta e o senador mineiro estão empatados na preferência
do eleitorado.
Na verdade a pesquisa
mostrou que se as eleições fossem hoje Dilma venceria no primeiro turno, não
havendo, portanto, nenhuma razão para uma simulação sobre um eventual segundo
turno.
Isto porque o empate
técnico ocorre justamente num hipotético segundo turno que, pelo menos até esta
pesquisa, não dá sinais de que poderá acontecer.
Ao divulgar o resultado da consulta, no entanto, A TV Globo não
justificou a simulação do segundo turno e muito menos destacou o fato de que,
de acordo com os números da pesquisa, a Presidenta se reelegeria ainda no
primeiro turno.
E muita gente passou a
acreditar numa informação inverídica porque estribada numa hipótese forçada
justamente para confundir. A divulgação no "Jornal Nacional" e
repetida no "Jornal Hoje" faz parte, obviamente, desse plano
maquiavélico de minar a candidatura à reeleição da presidenta Dilma Roussef e
facilitar a eleição do candidato tucano Aécio Neves que, mesmo consciente dessa
estratégia da Grande Midia, acabou se empolgando com a simulação, acreditando
que irá ao segundo turno.
Percebe-se, sem muita dificuldade, a partir dos resultados das últimas
pesquisas, que o quadro eleitoral praticamente não se alterou ou sofreu ligeira
alteração: enquanto a Presidenta caiu alguns pontos, como resultado sobretudo
da sistemática campanha dos jornalões, mas mantém ainda assegurada a sua
eleição no primeiro turno, os seus principais adversários – Aécio Neves e
Eduardo Campos – tiveram um crescimento insignificante, o que significa que
apesar do apoio escancarado da mídia não conseguiram ainda sensibilizar o
eleitorado.
E continuam patinando
num determinado patamar por falta de uma bandeira que empolgue o povão, já que
se limitam, única e exclusivamente, a criticar a Presidenta, algumas vezes de
maneira grosseira.
A escandalosa campanha da chamada Grande Imprensa para
defenestrar Dilma do Palácio do Planalto, que esconde a importância da reunião
do BRICS e destaca a vaia no Maracanã, chega ao absurdo de acusar a Presidenta
por tudo de ruim que acontece não apenas no Brasil mas, também, no mundo:
depois que a "Folha" em editorial culpou Dilma, entre outras coisas,
pelo linchamento de uma inocente em São Paulo, uma colunista insinua que ela
também é culpada pela queda do avião da Malasya Airlines na Ucrânia.
Parece que não há
limites para os opositores do governo, para quem, no esforço para conquistar o
poder, os fins justificam os meios.
Os líderes oposicionistas na Câmara Federal também estão fazendo
a sua parte nesse projeto destinado a apear o PT do poder: para eles vale tudo
quando se trata em atingir a Presidenta. Se ela veste vermelho, protestam e
recorrem à Justiça; se faz um pouso técnico em Portugal, criticam e pedem
explicações; se reúne a sua equipe no Palácio da Alvorada, enlouquecem com
ações no Judiciário; se fala através de uma cadeia de rádio e televisão, gritam
que é campanha antecipada e buscam a Justiça Eleitoral; se troca ministros a
gritaria é a mesma; e agora estrebucham e fazem enorme alarido porque ela
hospedou o presidente cubano Raul Castro na Granja do Torto.
Será que esse pessoal não tem o que fazer no Congresso?
Será que pensam que isso é fazer oposição?
Estão subestimando a inteligência da população se imaginam que
com essas bobagens conquistarão os votos de que precisam para ocupar o Palácio
do Planalto. Se não mudarem o discurso, especialmente o ex-governador
pernambucano, que parece ser o eco do senador mineiro, dificilmente conseguirão
mudar esse panorama eleitoral, mesmo com todo o peso da Grande Midia.
Afinal, já se foi o
tempo em que o povo acreditava em tudo o que saía nos jornais e na televisão. O
sucesso da Copa, contrariando o pessimismo insistentemente alardeado por eles,
contribuiu para essa mudança de ótica.
Já era tempo.