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22 DE NOVEMBRO DE 2014
DCM:
'A SINCERIDADE DE SEMLER
VERSUS A HIPOCRISIA DE FHC'
Apesar de não ter citado o ex-presidente, "ficou claro" que o empresário falava do tucano ao se referir com desgosto aos 'envergonhados', que fingem que os problemas da Petrobras só aconteceram depois que o PT chegou ao poder, afirma Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo; "Vergonha é uma pessoa dizer que sente vergonha de algo de que ela mesma se beneficiou. A este tipo de coisa, indignação simulada, você dá o nome de demagogia",
diz o jornalista
Postado em 21 nov 2014
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/
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Um artigo do
empresário tucano Ricardo Semler
publicado hoje na
Folha repercute intensamente nas redes sociais.
Semler recrimina a “santa hipocrisia” com que tantos
comentam o caso Petrobras.
Para ele, o que
ocorrendo agora é motivo de celebração – nomear e punir empresas e executivos
que há décadas corrompem, impunemente, a política nacional.
Semler refere-se com
desgosto aos “envergonhados”, que fingem que os problemas da Petrobras só
aconteceram depois que o PT chegou ao poder.
Ele não citou, mas
ficou claro que ele falava de FHC, que afirmou sentir vergonha ao ver o que se
passa na Petrobras.
Vergonha é uma pessoa
dizer que sente vergonha de algo de que ela mesma se beneficiou. A este tipo de
coisa, indignação simulada, você dá o nome de demagogia.
FHC, que começou tão
bem na política, como um renovador de esquerda depois da ditadura, vai
encerrando sua carreira como um demagogo, um hipócrita, um mistificador.
Que os petistas o
detestem, é previsível: os anos trouxeram uma rivalidade destrutiva entre FHC e
Lula.
Mas quando tucanos
como Semler não seguram a irritação é porque algum limite foi rompido.
FHC virou uma paródia
de si mesmo.
Ele parece ter perdido
a noção das coisas. Poucos dias atrás, ele disse que não falava dos “amigos”
quando lhe pediram uma palavra sobre a mídia.
FHC insultou,
involuntariamente, a si próprio e aos “amigos”.
Um dos maiores
editores de todos os tempos, se não o maior, o americano Joseph Pulitzer, dizia
que a regra número 1 do jornalista é não ter amigos.
Não porque o bom
jornalista deva ser misantropo, mas porque amizades interferem na maneira como
você pratica o jornalismo.
O jornalista que tem
amigos vai tratar de protegê-los.
Para que você tenha
uma ideia da importância do mandamento de Pulitzer, foi exatamente graças aos
“amigos” que FHC escapou incólume no escândalo da compra de votos no Congresso
para a emenda da sua reeleição, no final da década de 1990.
A imprensa engavetou o
assunto, e poupou o “amigo”.
A que preço?
Publicidade governamental portentosa, financiamentos em bancos públicos a juros
maternais, compras maciças de livros das empresas jornalísticas, vistas grossas
para malandragens fiscais – tudo aquilo, enfim, que foi dar nas imensas
fortunas pessoais dos donos da mídia.
Os “amigos” também
jamais questionaram decisões nepotistas como a de entregar a estratégica
Agência Nacional de Petróleo a seu genro, demitido tão logo acabou o casamento.
O papel de FHC na
história foi-se apequenando miseravelmente.
Mesmo a estabilização
– a todo momento citada por seguidores como sua grande contribuição ao país – é
questionada em sua paternidade. Qual o papel de Itamar Franco no Plano Real? É
tão insignificante quanto afirma FHC, ou houve uma usurpação de autoria aí?
A inflação, já que
falamos nela, acabou quando a sociedade decidiu que já não a suportava mais. O
resto foi consequência desse despertar.
O que aconteceu com a
inflação parece estar prestes a ocorrer com FHC, como sugere a manifestação de
Ricardo Semler.
Ninguém aguenta mais.
Caro FHC: o senhor poderia dizer quais foram as mentiras ditas sobre
Aécio?
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