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25
DE JANEIRO DE 2015
LAVA JATO:
MP NÃO SE INTERESSA
POR RELAÇÕES DE
YOUSSEF COM PSDB?
A mídia só quer saber do
PT.
E o Ministério Público, que deveria ser imparcial e evitar se
imiscuir
na vida política do país, acaba entrando no jogo das paixões
partidárias
Não fosse o humor negro
dos internautas, há muito a política brasileira teria se tornado insuportável.
O leitor José Alcy
Nobre, por exemplo, fez um comentário engraçado, apesar de sombrio:
“Se Youssef abrir o bico
e falar de alguém do PSDB irá cumprir sentença na Indonésia.”
Eu acrescentaria o
seguinte: já quando resolve falar do PT, mesmo que mentiras, Youssef é
imediatamente libertado, e ainda leva um prêmio em dinheiro, de alguns milhões.
Pois é.
É engraçado, mas é
sério.
É a mais triste e dura
verdade.
Aliás, isso me lembra
uma matéria que li ontem no Liberación, de Paris, sobre a mídia grega.
A matéria dizia que a
imprensa grega é repleta de escândalos políticos, mas sempre de um lado só,
sempre contra o mesmo grupo político contra o qual ela faz oposição.
No contexto de forte
polarização ideológica que vive a Grécia, é fácil supor que a sua mídia defende
os mais ricos e atacam qualquer político, mesmo de direita, que ouse se
aproximar da classe trabalhadora.
É o que acontece no
Brasil.
A mídia é versátil.
Quando um líder da
esquerda se afasta da classe trabalhadora, a mídia imediatamente passa a
blindá-lo.
Quando um líder da
direita se aproxima da classe trabalhadora, a mídia imediatamente passa a
atacá-lo.
E assim ela vai posando
de imparcial.
O problema da nossa
mídia, além da parcialidade, é o monopólio. É termos as mesmas empresas que
controlam os principais jornais ocupando também a tv, o rádio, os canais
fechados, cinema, revistas e livros.
Com esse poder, a mídia
consegue manipular tudo.
A Lava Jato, por
exemplo.
Trata-se de uma
investigação importante, que pode nos ajudar muito a lutar contra uma corrupção
que vem desde Pedro Alvares Cabral.
Mas a mídia, com seu
pensamento fixo de envolver Dirceu, Lula e Dilma, com seu histerismo
manipulativo, põe tudo a perder. Transforma tudo num circo de horrores que não
gera resultado nenhum.
Youssef, por exemplo,
foi, durante toda a sua vida, operador para o PSDB. Conhece a fundo as
histórias de lavagem de dinheiro, caixa 2 e sonegação fiscal de políticos
tucanos e empresas que bancavam o partido.
Mas a mídia só quer
saber do PT. E o Ministério Público, que deveria ser imparcial e evitar se
imiscuir na vida política do país, acaba entrando no jogo das paixões
partidárias.
É uma pena.