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27
DE JANEIRO DE 2015
ENERGIA
EÓLICA:
BRASIL VIVE REVOLUÇÃO SILENCIOSA
Em meio
a críticas e previsões da oposição e da imprensa de que o País está à beira de
um racionamento, por falta de energia, uma revolução silenciosa acontece em
estados como Rio Grande do Norte, Bahia, Ceará, Rio Grande do Sul e Piauí; é o
avanço da energia eólica, que traz junto com ela uma forte geração de empregos,
aumento da arrecadação e capacidade eólica instalada de cerca de 15 GW até
2018, mais que Itaipu ou Belo Monte; essa fonte abastece hoje cerca de 12
milhões de pessoas – o equivalente à cidade de São Paulo; até o final
desse ano, o Brasil estará entre os dez maiores geradores de energia eólica no
mundo; dados, pouco ou nada divulgados na mídia,
descartam especulação sobre
racionamento
247 – As previsões de racionamento de energia no Brasil, intensificadas
na mídia recentemente devido ao apagão ocorrido em dez estados e no Distrito
Federal na semana passada, vêm acompanhadas, desde 2012, do argumento de falta
de chuvas no Sudeste.
Ignoram, porém, dados importantes sobre uma verdadeira
revolução silenciosa que vem acontecendo, há vários anos, nas regiões Sul e
Nordeste do País.
A evolução da energia eólica, produzida em maior parte nos
estados do Rio Grande do Norte, Bahia, Ceará, Rio Grande do Sul e Piauí, traz
números impressionantes, capazes de descartar especulações sobre racionamento
por falta de energia no Brasil.
O ano de 2014 foi concluído com cerca de 5 GW instalados no
País, que chegará em 2018 com, no mínimo, 15 GW já oficialmente autorizados,
mais que as usinas de Itaipu ou Belo Monte.
Existem ainda novas usinas eólicas sendo frequentemente
liberadas para operação comercial em dezenas de municípios, como mostra o site Energia Mapeada, que compila dados oficiais da Aneel sobre energia limpa.
"Até o fim de 2015, o Brasil já estará entre os dez
maiores geradores de energia eólica no mundo", afirma o engenheiro
eletricista Alarico Neves Filho, responsável pela página.
Atualmente dependente das chuvas para gerar 70% da energia elétrica,
o Brasil tem potencial eólico capaz de abastecer quase três vezes a sua
demanda, segundo estimativas mais recentes do setor.
Além de ser hoje a fonte de expansão mais barata, a energia
produzida através da força dos ventos é também a mais ecologicamente correta.
Viabilidade
Pesquisada há mais de 50 anos, a energia eólica
economicamente viável tem pouco mais de 20 anos. Os países precursores dessa
tecnologia ficam na Europa: Dinamarca e Alemanha.
Recente no Brasil, ela vem contribuindo significativamente
para o desenvolvimento do País, abastecendo hoje cerca de quatro milhões de
casas, ou 12 milhões de pessoas – o equivalente à cidade de São Paulo – segundo
dados da Associação Brasileira de Energia Eólica.
Presente no Senado em um debate sobre o assunto, a
presidente da entidade, Élbia Melo, defendeu que o Brasil precisa superar uma
"visão turva" sobre essa fonte de energia, que a coloca em
desconfiança sob o argumento de que esse recurso seria "sazonal e
intermitente".
Ela destacou que toda fonte que vem da natureza é, por
definição, sazonal e intermitente, mas que é possível conter riscos no caso da
eólica por meio do aumento da quantidade de geradores montados.
Foram contratados desde 2009, a partir do primeiro leilão
competitivo com participação eólica, mais de 12 GW de capacidade eólica
instalada, o que representa cerca de 10% de toda a matriz energética
brasileira, incluindo as fontes nuclear, hidrelétrica, carvão, biomassa e
outras.
A energia eólica hoje
instalada representa cerca de 4% do total de energia para o sistema e deve
crescer fortemente nos próximos anos,
podendo chegar a 10% em 2018.