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AS CRIANÇAS DO POVO INDÍGENA MINEIRO ESTÃO RECEBENDO ESTA MODERNIDADE,
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SEGUNDA-FEIRA, 19 DE OUTUBRO DE 2015
Educação Integral
chega às escolas indígenas
de Minas Gerais
em ação para a
implantação da Escola Integral
Secretaria
de Estado de Educação (SEE) tem como política prioritária o atendimento de áreas e povos em
situação de maior vulnerabilidade social. Para tanto, está formulando políticas
específicas para escolas do campo, quilombolas, socioeducativas e indígenas na
perspectiva da Educação Integral.
Segundo a equipe da Coordenação de Ações de Educação Integral da
secretaria, o que se quer é, além de ampliar o tempo escolar, garantir
aprendizagem significativa, que fortaleça as identidades desses sujeitos, e uma
educação integrada.
No mês de setembro, em uma primeira etapa desse processo, a
equipe da Coordenação de Ações de Educação Integral, juntamente com a
Coordenação de Educação Escolar Indígena, visitou o território Xacriabá, no
município de São João das Missões, no Norte de Minas.
O objetivo foi conhecer a realidade da comunidade e construir
coletivamente uma proposta para o início das ações da Educação Integral nas
escolas do território.
Das nove unidades de ensino do território Xacriabá, cinco
recebiam recursos financeiros do Programa Mais Educação, do Ministério da
Educação (MEC), desde 2013, mas tinham resistência para implementação das
atividades do programa.
Assim, a SEE entendeu que era preciso mobilizar e promover um
processo de formação construindo a concepção de Educação Integral e, ao mesmo
tempo, orientando para correto uso dos recursos e prestação de contas.
Participaram das discussões estudantes, professores, pais,
lideranças indígenas e demais representantes da comunidade. Para a coordenadora
da Educação Integral da SEE, Rogéria Freire, foi oportuno juntar um coletivo
diverso para dialogar sobre a visão que tinham em relação à Educação Integral e
formar uma rede colaborativa para o desenvolvimento de novas ações e com outros
olhares.
“Percebi um encantamento mútuo. Da minha parte, por encontrar
mais de 200 pessoas no centro cultural da aldeia, mobilizadas para conversar
sobre a educação que desejavam. E, da parte deles, por perceber o movimento da
SEE de compromisso e respeito com os vários saberes, o fortalecimento da
identidade dos povos indígenas e com a promoção de uma rede colaborativa que
tem na centralidade a educação como direito”, explica Rogéria.
Para Célia Nunes Correa, que pertence à tribo Xacriabá e integra
a equipe do órgão central da SEE, a inserção das ações da Educação Integral nas
comunidades indígenas trará benefícios não só para os alunos, mas também para
os educadores.
“Essa iniciativa simboliza um fortalecimento muito grande da
nossa cultura. Não serão ações fora da nossa realidade. As aulas serão dadas
pelos anciões da comunidade e também por professores que se formaram no curso
de licenciatura indígena da Universidade Federal de Minas Gerais”, conclui
Célia.
A meta da Secretaria de Educação de Estado de Minas Gerais é
ampliar essa ação formativa iniciada com o povo Xacriabá para as outras etnias.
Educação indígena na rede
estadual
Minas Gerais conta com, aproximadamente, 4.100 alunos indígenas
das etnias Kaxixó, Krenak, Maxakali, Pataxó, Pankararu, Xacriabá, Xucuru-Kariri
e Mokurin.
O Estado tem 17 escolas indígenas e duas turmas vinculadas a
escolas não indígenas. O atendimento escolar indígena é feito em 64 endereços.
As instituições de ensino estão localizadas em sete municípios.
Educação Integral em números
Atualmente, 1.732 escolas estaduais participam das atividades da
Educação Integral, beneficiando 112.479 estudantes. Até 2018, a expectativa é a
de que 309.410 estudantes do ensino fundamental sejam atendidos pela
iniciativa.