domingo, 8 de novembro de 2015

A DESFAÇATEZ DE VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO E SEUS SERVIÇAIS JORNALISTAS. AS DUAS MATÉRIAS POSTADAS ABAIXO, RETRATAM A REALIDADE DO ESTÍMULO DA GRANDE MÍDIA BRASILEIRA NA ALAVANCADA FORMAÇÃO DO ÓDIO EM NOSSO PAÍS, CONTRA PESSOAS E PARTIDOS POLÍTICOS, ENQUANTO SEUS APADRINHADOS SÃO IGNORADOS NOS CONLUIOS DAS REDAÇÕES OBSCURAS PELA AUSÊNCIA DA LUZ DO PATRIOTISMO E DA CIDADANIA...


FCO.LAMBERTO FONTES
Trabalha em JORNALISMO INTERATIVO
Mora em ARAXÁ/MG

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8 DE NOVEMBRO DE 2015
GLOBO RECONHECE:
DENÚNCIA CONTRA
LULINHA ERA MENTIRA


Menos de um mês depois da estreia triunfal do colunista Lauro Jardim, egresso de Veja, o jornal O Globo, da família Marinho, se retrata em sua primeira página para evitar uma dura condenação cível e criminal; no dia 10 de outubro, Jardim deu o "furo exclusivo" da delação de Fernando Baiano, que envolveria o pagamento de R$ 2 milhões a Fábio Luis Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula; a verdade, no entanto, é outra: Fábio não foi nem citado por Baiano, em nenhum de seus depoimentos; neste domingo, o Globo se retratou; resta ver se demais veículos de comunicação que se deixaram cegar pelo ódio a Lula também 
pedirão desculpas nos próximos dias

247 – O risco de uma das mais pesadas condenações judiciais da história da imprensa brasileira, tanto no âmbito cível como criminal, levou o jornal O Globo, dos irmãos Marinho, a se retratar neste domingo. Na retratação, O Globo admitiu que a nota publicada na "estréia triunfal" de Lauro Jardim, egresso de Veja, no dia 11 de outubro, é falsa.
Naquele dia, há menos de um mês, Jardim publicou como "furo exclusivo" que Fábio Luis Lula da Silva, um dos filhos do ex-presidente Lula, teria sido citado na delação premiada de Fernando Soares, o lobista conhecido como "Fernando Baiano", como beneficiário de um pagamento de R$ 2 milhões.
Era mentira. Fábio Luis não foi citado por Baiano e, na retratação de hoje, o Globo restabeleceu a verdade nos seguintes termos:
O GLOBO errou
Lulinha não foi citado na delação premiada de Fernando Baiano
Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do ex-presidente Lula, não foi citado pelo lobista Fernando Baiano na delação premiada que fez na Operação Lava-Jato.
O GLOBO, na coluna de Lauro Jardim no dia 11 de outubro, errou ao dizer que Baiano afirmara ter dado R$ 2 milhões para pagar contas de Lulinha. Na verdade, Baiano não citou o nome e disse que o também lobista e pecuarista José Carlos Bumlai é que pediu o dinheiro alegando que seria para uma nora de Lula.
Ao contrário da notícia de 11 de outubro, que foi manchete, a nota deste domingo não foi a manchete principal do jornal.
Embora tenha saído na primeira página, a retratação não teve o mesmo peso da mentira e os advogados de Fábio Luis ainda não decidiram que providências irão tomar.
Antes de se retratar, Lauro Jardim chegou a usar sua coluna para atacar o advogado Roberto Teixeira, cujo escritório defende Fábio Luís, por meio do advogado Cristiano Zanin Martins (confira aqui).
O Globo deve manter Lauro Jardim em seus quadros, mas o erro grave do dia 11 criou sérios atritos entre Ali Kamel, diretor de jornalismo do grupo, e Ascânio Sêleme, que comanda o jornal.
Como a notícia falsa da coluna de 11 de outubro teve ampla repercussão em outros veículos de comunicação, resta saber se, amanhã, eles também irão se retratar.

8 DE NOVEMBRO DE 2015

POR DENTRO DA MENTE DE UM EDITOR MAL-INTENCIONADO



Escritor Fernando Morais publicou, em seu Facebook, uma análise semiótica de uma página do Estado de S. Paulo, cujo editor quase surtou quando soube que teria que noticiar que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu quase R$ 1 milhão da Odebrecht, em parcelas mensais, ou seja, um mensalão pago por uma empreiteira da Lava Jato; para começar, foi necessário, antes, republicar no topo uma notícia antiga e requentada sobre o ex-presidente Lula; depois, as legendas falam por si; da escolha das fotos, ao uso da ordem direta ou indireta, tudo foi feito para satanizar Lula e poupar FHC; nada, no entanto, chega perto do critério de Veja para suas capas; é esse tipo de mentalidade que leva os veículos a cometer erros vergonhosos, como o do Globo, que publicou notícia falsa sobre o filho de Lula e neste domingo se desculpou

247 – A nova era da comunicação, em que a internet se torna mais influente do que os meios de comunicação tradicionais, antes dominados por quatro ou cinco famílias aristocráticas, tem servido para revelar ao público os cacoetes de colunistas e editores que tentam vocalizar os interesses dos patrões. Todos eles seguem uma agenda política oculta, raramente revelada aos leitores.
Um exemplo quase caricatural dessa lógica ocorreu na edição deste sábado do jornal Estado de S. Paulo, quando o jornal se viu compelido, pela força dos fatos, a noticiar que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu pagamentos mensais da Odebrecht, totalizando quase R$ 1 milhão, por uma palestra que, aparentemente, não ocorreu (leia mais aqui).
Numa situação dessas, o melhor seria ignorar os fatos – o que seria impossível na era da internet. Como, então, noticiar algo constrangedor para um amigo da casa? Foi aí que entrou em cena a criatividade de um editor mal-intencionado. O primeiro passo foi republicar uma notícia velha e requentada sobre o ex-presidente Lula no topo da página.
Depois, as legendas falam por si – da escolha das fotos, ao uso da ordem direta ou indireta, tudo foi feito para satanizar Lula e poupar FHC, como pode ser visto na imagem abaixo:

O partidarismo escancarado da imprensa brasileira encontra seu exemplo mais grotesco em duas capas recentes de Veja – numa delas, FHC é santo; em outra, Lula é bandido.
É por essa militância cega que a imprensa nacional, de forma recorrente, incorre em erros graves, como aconteceu com o jornal O Globo. No afã de condenar o ex-presidente Lula, O Globo estampou em sua manchete que Fábio Luis Lula da Silva era citado na delação premiada de Fernando Baiano. No entanto, era mentira, como se viu na capa de hoje do jornal da família Marinho (leia mais aqui).
A conclusão óbvia é que, ou a imprensa busca maior equilíbrio, ou será cada vez mais desmoralizada, numa era em que a internet impôs vigilância sobre todos os meios.