Trabalha em JORNALISMO INTERATIVO
1 blogspot + 1 página com + de 50 grupos no facebook + twitter + de 629 blogs e comunidades no google+, + 398 conexões no LinkedIn
- - - 428.576 visualizações / 34 meses - - -
2 de Novembro de 2015
DAVIS SENA FILHO
é editor do blog Palavra Livre
As
capas e o conteúdo de Veja e Época no fim de semana são de uma miserabilidade
humana, de uma perversidade de conotação fascista e de um mau jornalismo
inenarráveis. A intenção não é meramente derrotar o adversário político, mas,
sobretudo, destruí-lo, no que é relativo a sua moral, conduta e cidadania.
Trata-se de achincalhe, de linchamento e
de imolação da imagem de uma das personalidades mais conhecidas do mundo
político, bem como admirada por milhões de pessoas, inclusive no exterior por
causa de seu profícuo trabalho à frente da Presidência da República de um País
como o Brasil, lugar onde teve quase 400 anos de escravidão e que luta para ser
civilizado, igualitário e democrático, cujo propósito é dar às pessoas
condições de terem acesso a uma vida de melhor qualidade.
Não existe nada igual no mundo que se
considera civilizado, no ocidente e no oriente, no que concerne à imprensa de
mercado deste País. Empresários bilionários se mobilizam e propagam suas
violências de extrema direita, diuturnamente, contra a maior liderança política
do Brasil e da América Latina, que deixou o poder com índices de aprovação
maiores do que os de Nelson Mandela, o líder negro sul-africano, que derrotou o
apartheid na África do Sul.
As capas e os conteúdos de tais pasquins de
péssimas qualidades editoriais são verdadeiros arremedos de matérias, que Veja
e Época se especializaram e as soltaram nas ruas, como se fossem pit bulls
ferozes e vorazes para atacar, impiedosamente, seus adversários trabalhistas e
socialistas, mas tratados como inimigos viscerais desde 1930 quando Getúlio
Vargas conquistou o poder da República por intermédio de uma revolução. Uma
verdadeira revolução e não uma quartelada de direita, como o foi o golpe
civil-militar de 1964.
Cito sempre o estadista Getúlio Vargas
porque se trata do precursor do trabalhismo brasileiro, corrente política e
ideológica perseguida e combatida a ferro e fogo pela plutocracia, não somente
no Brasil, mas também no Uruguai e na Argentina, países que também tiveram
mandatários que governaram para a maioria da população, mas foram derrubados do
poder, e, por sua vez, perseguidos, exilados e ameaçados de morte.
Dura realidade que ocorreu com Getúlio
Vargas, que se matou em 1954 e remeteu o golpe de direita para o ano de 1964. O
mesmo massacre político aconteceu com Leonel Brizola e João Goulart, que,
expulsos do País, amargaram longo exílio. Brizola ficou exilado 15 anos, o
exílio mais longo de um brasileiro, e Jango somente pôde voltar morto da
Argentina, em 1976, para ser enterrado na cidade de gaúcha de São Borja, onde
se encontram os restos mortais de Getúlio, o pai da industrialização do Brasil
e o criador das garantias trabalhistas e sociais do povo brasileiro, o que o
estadista gaúcho chamou de "código de direitos e carta de emancipação
econômica" do trabalhador brasileiro, em discurso no Estádio de São
Januário, no Rio de Janeiro.
Sempre foi assim no Brasil. A
plutocracia, a burguesia e a pequena burguesia (coxinha de classe média),
despolitizada, colonizada e portadora de complexo de vira-lata historicamente
sempre se mobilizaram para impedir os avanços sociais para barrar a
independência do povo brasileiro, inclusive que ele tivesse acesso à instrução,
à informação e ao conhecimento para se tornar, definitivamente, independente.
Uma fórmula perversa, sórdida e infame de
manter seus privilégios e benefícios, sendo que cada macaco no seu galho, ou
seja, o que é da plutocracia é da plutocracia, o que é da burguesia nacional é
da burguesia nacional e, por fim, o que é do coxinha de classe média é do
coxinha de classe média, que, aliás, trata-se da pior casta, porque é ela que
fica com as migalhas do sistema capitalista e quando percebeu, a partir do
Governo Lula, que pessoas das camadas mais pobres começaram, mesmo que
timidamente, a ter acesso aos benefícios históricos da classe média
tradicional, ela revoltou-se, rebelou-se e atualmente insulta e agride todo
mundo.
As virulências acontecem pelas redes
sociais e também nas ruas, como fizeram com Guido Mantega, Eduardo Suplicy,
Fernando Haddad, Alexandre Padilha, dentre outros, que foram insultados por
coxinhas ferozes, intolerantes e analfabetos políticos, que desprezam o Brasil
de tal maneira, que muitas mulheres inquilinas do "Coxinhaquistão"
estão a ir aos Estados Unidos para parir e terem rebentos norte-americanos.
Macaquice maior não há e nem haverá, pois
incomparável e inigualável.... Só que as coxinhas americanizadas e colonizadas
retornam com os recém-nascidos para o Brasil. E por quê? Porque não são
totalmente beócias ou neófitas. A resumir: não são trouxas, porque ganham
dinheiro no Brasil, por meio de seus negócios ou de seus bons empregos.
Todavia, a imbecilidade e a ignorância são tão descabidas, que o sentimento
realmente é o de pena dessa gentinha tão medíocre e totalmente desprovida de
nacionalidade, sensatez, noção e racionalidade.
São os pequenos mussolinis de almas
nazifascistas, mentecaptos que levam há décadas lavagens cerebrais das mídias
imperialistas de caracteres hegemônicos e totalitários. Trata-se de grupos sociais
que se recusam a dividir o bolo (renda, riqueza e benefícios), que sempre
tiveram acesso, com a cooperação do Estado.
Beneficiários do status quo, cujas
conquistas sempre vieram em forma de acesso à universidade pública, à escola
particular, ao plano de saúde, à casa própria via bancos públicos, automóveis,
eletroeletrônicos, viagens, bolsas de estudo, shopping, cinema, restaurante,
aeroportos, além do "sonho" idiota e ridículo, porém, sectário,
presunçoso e preconceituoso, que é o de se considerar parte da "American
way of life".
Contudo, dentre os preconceitos, o de
racismo se torna o mais tangível a essa gentalha de direita e racista, de moral
pequena e extraviada, como ocorreu agora com a atriz negra, Taís Araújo. A
artista foi impiedosamente e cruelmente insultada por ser negra e, diga-se de
passagem, uma mulher bela, talentosa, vitoriosa em sua profissão e vida
familiar. Que Taís Araújo seja redimida e que se faça justiça. Porém, seria
salutar que o bárbaro episódio lhe sirva de aprendizado e que a atriz se torne
mais politizada e consciente de sua condição de brasileira, mulher, negra e que
tem o poder de lutar, por ter influência, contra o hediondo preconceito racial,
que remonta aos tempos da escravidão.
Trata-se da burguesia (ricos e média
alta) e da pequena burguesia (média tradicional coxinha) que negam estabilidade
política ao País e reverberam os ataques e as intenções de golpe da direita
partidária, liderada pelo PSDB e pelas mídias mercantis, com a cooperação
indevida e ordinária de setores da Justiça, do Ministério Público e da Polícia
Federal. E o fim desse processo draconiano de desmoralização e criminalização
de lideranças políticas do PT está longe de acontecer.
Quisera estar enganado, mas a imprensa
comercial e privada deste País, um cartel pertencente a meia dúzia de famílias
bilionárias, que não medem consequências para terem seus interesses políticos e
econômicos concretizados, continuará, até o dia das eleições presidenciais de
2018, a repercutir todo tipo de acusações, denúncias, mentiras e manipulações
sobre os fatos e as realidades, porque o que importa é derrotar o ex-presidente
Lula, a presidente Dilma, o PT e as esquerdas.
As capas de Veja é Época são de essência
nazifascista. Se o Brasil não tivesse uma Justiça e um Ministério Público tão
vinculados ao status quo e completamente dedicados a selecionar fatos e
acontecimentos para detonar o Governo Dilma e desconstruir a imagem de Lula,
bem como ter a intenção de prendê-lo, porque o objetivo é fazer com que o
Partido dos Trabalhadores não tenha nunca mais a oportunidade de conquistar o
poder central, seria muito difícil se criar instabilidade política e crise
institucional.
Acontece que a Justiça, o MP e a PF
(grande parte de seus contingentes) são parceiros da oposição de direita
capitaneada pelo PSDB, assim como dos grandes grupos econômicos midiáticos, que
não aceitam a inclusão social dos brasileiros pobres, que é a maioria da
população. Sabotam e boicotam os programas sociais por intermédio de críticas
incessantes pelas mídias imperialistas dos magnatas bilionários de imprensa e
sonegadores de impostos.
Os direitistas discordam e por isto são
intransigentes quanto ao projeto de País dos últimos 13 anos, que valoriza a
igualdade de oportunidades, a valorização de empresas públicas, a exemplo da
Petrobras e o Pré-Sal, além de os governos petistas efetivarem uma diplomacia
independente e não alinhada aos Estados Unidos. Os yankees que sempre tiveram e
tem interesses geopolíticos no Brasil, bem como desejam entrar no poderoso
mercado interno brasileiro livre de tarifas e taxas, além de impor a Alca, que
o presidente Lula mandou para o espaço.
O estadista trabalhista e socialista
preferiu fortalecer o Mercosul, a Unasul, a Caricom e construir uma ponte para
um futuro melhor por intermédio dos Brics e do G-20, blocos poderosíssimos,
tanto nos aspectos populacionais e geográficos quanto no que concerne ao poder
político, econômico e militar dos cinco países, que depois da crise do
capitalismo selvagem e neoliberal de 2008, que empobreceu os trabalhadores da
Europa Ocidental e dos EUA, tornaram-se protagonistas de uma nova era.
Uma era que não cabe mais a prepotência,
a arrogância e a violência desmedida de países como os EUA, Inglaterra, França,
Alemanha, Japão, Canadá, dentre outros menores, como a Espanha e a Austrália,
que viveram nababescamente durante décadas, com seus povos a viver em alto
padrão às custas da exploração de riquezas dos países emergentes e pobres, a
impor "camisas de força" a inúmeros povos por intermédio de receitas
econômicas vampirescas e aviadas sordidamente pelos FMI, Bird, OMC e OMS, que
se tornaram infames em suas próprias vilezas, pois assassinos da autoestima
alheia.
Inúmeros países pagaram suas dívidas
externas ou as diminuíram bastante. E eram essas dívidas que mantinham parte
importante do alto padrão dos povos dos países ricos, que continuam menos
ricos, mas ainda ricos e, indelevelmente, poderosos.
São estes fatores e realidades, além de
outros citados neste artigo, que estão a levar ao desespero a escravocrata e
provinciana casa grande brasileira — a guardiã colonizada dos países
imperialistas. A casa grande traidora e apátrida, historicamente subordinada e
submetida aos interesses da gringada esperta e descolada, de alma pirata e
perversa, mas que se finge de civilizada, nobre e aristocrata quando colocam
seus reis e rainhas dentro de uma carruagem de luxo para que seus povos,
redondamente equivocados e enganados, se sintam melhores e, consequentemente,
não se revoltem por bancar o luxo dos ricaços, que deitam, rolam e se
locupletam — a rirem da cara de todo o planeta.
E é exatamente disto que se trata: o
domínio dos que são os inquilinos da ponta da pirâmide social. Prender o ex-presidente
Lula não é apenas uma questão ordinariamente política. É muito mais do que
isto. Destruí-lo moralmente é como se a plutocracia desse um aviso aos que vem
de baixo e querem crescer em busca de igualdade de oportunidades e democracia
real. O aviso é este: "Fique no seu quadrado, porque o dinheiro, as
terras, os meios de produção, a instrução escolar, o poder político, a Justiça,
o MP e as polícias estão submetidos aos nossos interesses. Se tentar pôr a
cabeça de fora, ela será decepada". Ponto.
É assim que a banda do establishment, ou
seja, do sistema de capitais toca. Por isto temos capas sórdidas, infames, o
jornalismo bandido e de esgoto da Veja, da Época e da IstoÉ. A violência nas
ruas, a intolerância, as expressões racistas e os preconceitos de classe sempre
estiveram na essência moral e ideológica de parte importante da sociedade
brasileira.
Contudo, a direita brasileira e os
segmentos sociais que a apoiam por votar nela ou simplesmente convergem para
suas ideias e propósitos estão a perder o controle e, evidentemente, que a
sociedade fica dividida e os ânimos afloram em forma de crise e conflitos,
sendo que muitos deles chegam às vias de fato. É o que tem acontecido no
Brasil, mas a oligarquia que controla os meios de comunicação, os coronéis midiáticos
e seus empregados de confiança se eximem de quaisquer culpabilidades e tocam a
vida como se nada tivesse acontecido, enquanto o País pega fogo e fascistas do
Congresso, do empresariado, da Justiça, do MP e da PF colocam a mão na massa
com o objetivo de não deixar Dilma Rousseff governar, se possível derrubá-la
por meio de um impeachment à moda paraguaia e, finalmente, destruir,
desconstruir e linchar o ex-presidente Lula para que ele nunca mais ouse sair
da pobreza e se tornar o presidente mais importante da história da República,
juntamente com Getúlio Vargas, dois trabalhistas, e, se tem uma coisa que a
direita, a casa grande, a oligarquia detesta é mandatário trabalhista no poder,
seja quem for e na época que se der.
A capa de Veja com Lula de presidiário é
um acinte, uma molecagem sórdida e infame da famiglia Civita, que há décadas
tenta desestabilizar a democracia brasileira, bem como conspira para que
presidentes de esquerda sejam derrubados e se edifiquem crises constitucionais
sem precedentes, de forma que a direita brasileira, fascista, violenta e
preconceituosa, continue a se locupletar com o poder do Estado e com as
riquezas do Brasil para ela gastar bilhões lá fora, além de sonegar e enganar o
Fisco, como acontece nos escândalos do HSBC, Zelotes e Banestado, cuja parte
influente do PIB brasileiro está envolvida.
Por seu turno, a imprensa panfletária e
autora do jornalismo bandido e de esgoto finge que não vê. E mais do que isto:
protege a plutocracia e volta seus canhões para o Lula e o Lulinha, seu filho,
que virou alvo de uma juíza, cujo irmão é prefeito do PSDB em Santa Catarina, e
de um promotor do DF, cuja promotoria há anos persegue o líder petista e
inconvenientemente faz política para favorecer a oposição de direita. Ponto.
Sobre a PF, não é necessário falar muito. Trata-se de um órgão policial criado
pela ditadura militar e que até hoje vive na Guerra Fria e se comporta como uma
guarda pretoriana dos interesses da direita brasileira.
Se vivêssemos em um País que a Justiça é
séria e republicana, os magnatas bilionários donos da Veja, da Época e da IstoÉ
estariam presos ou a responder processos severos, com multas milionárias. A
leviandade dessa gente é incomensurável e rompe com todos os limites do
respeito, da civilidade e do que é leal e honesto. E por quê? Porque
adversários e até inimigos políticos podem se conduzir a respeitar a democracia
e os direitos garantidos pela Constituição, independente da luta política e
pelo poder.
Como pode o empresariado de comunicação
fazer o que quer e como lhe aprouver? E juiz, promotor e policial se dar ao
direito de se partidarizar e criminalizar qualquer ação de governo, bem como
judicializar a política? Respondo: pode. E por quê? Porque setores da Justiça,
do MP e da PF são intrinsecamente vinculados ao status quo, ao sistema
capitalista, como ele se apresenta: injusto e explorador. Esses setores do
Estado defendem, antes de tudo, o patrimônio privado e os interesses da casa
grande.
Veja, Época e IstoÉ se
superaram e no momento são as porta-vozes do verdadeiro e genuíno jornalismo de
esgoto, o jornalismo de molecagem — o jornalismo bandido. Que o digam todos os
contraventores da democracia e do Direito — os áulicos do Coxinhaquistão.
É isso aí.