quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

NAS DUAS MATÉRIAS ABAIXO, DOIS DESTAQUES DESTE DIA PELA IMPRENSA LIVRE BRASILEIRA: DEMISSÃO RELEVANTE NO SISTEMA GLOBO DE TELEVISÃO PELA PERDA CONSTANTE DE AUDIÊNCIA NO BRASIL, FATO TIPIFICADO PELA PARCIALIDADE DESTA REDE TELEVISIVA COM A DIREITA E SEUS PARTIDOS POLÍTICOS, ... NA MATÉRIA SEGUINTE UMA ANÁLISE DE JUSTIFICATIVA EQUILIBRADA PELAS AÇÕES DA " OPERAÇÃO LAVA JATO ", QUE PARECE FADADA Á TÉRMINO MUITO EM BREVE:::



FCO.LAMBERTO FONTES
Trabalha em JORNALISMO INTERATIVO
Mora em ARAXÁ/MG

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6 DE JANEIRO DE 2016

TV GLOBO DEVE TER DEMISSÃO EM MASSA NO PROJAC

Emissora estuda dispensar 700 funcionários ainda no mês de janeiro; audiência em programas de entretenimento, assim como no núcleo de jornalismo, tem registrado quedas históricas


247 – A TV Globo planeja fazer uma demissão em massa ainda neste mês de janeiro. Os cortes atingiriam até 700 funcionários e ocorreria no setor de entretenimento, o chamado Projac.
Segundo o site "Famosidades", que cita o jornal O Dia, "muita gente que trabalha na produção do canal de Roberto Marinho está procurando emprego na Record".
Nos últimos anos, a audiência em programas de entretenimento da Globo, assim como no núcleo de jornalismo, tem registrado quedas históricas.

A MAIS SENSATA ANÁLISE 

SOBRE A LAVA JATO

Ela foi produzida pelo economista Gesner Oliveira e seus sócios na GO Associados; embora apontem que a operação reduziu o PIB em dois pontos e a massa salarial em R$ 42 bilhões, os autores afirmam que a Lava Jato foi crucial para enfrentar a corrupção e deve deixar um legado de melhores práticas nas empresas e nos governos; Gesner faz uma defesa enfática dos acordos de leniência e diz que as empresas devem ser preservadas, como ocorreu com a Siemens, pivô do maior escândalo corporativo da história; "Não basta trocar o governo. O país precisa de um salto de governança que exige uma mudança cultural na sociedade e os acordos de leniência certamente são um poderoso instrumento para isso";

247 – Na mais sensata análise sobre a Operação Lava Jato produzida até hoje, o economista Gesner Oliveira e seus sócios na GO Associados F. Marcato, Andrea Curi e Andrea Vasconcelos defendem de forma enfática o acordo de leniência e a preservação das empresas envolvidas em corrupção, como ocorreu com a Siemens, pivô do maior escândalo corporativo da história.
"Do ponto de vista técnico e de interesse público, condenar o fortalecimento dos acordos de leniência pouco agrega à solução do problema", dizem. 
"Não basta trocar o governo. O país precisa de um salto de governança que exige uma mudança cultural na sociedade e os acordos de leniência certamente são um poderoso instrumento para isso", acrescentam.
Recentemente, a assinatura pela presidente Dilma Rousseff da MP 703, conhecida como MP da Leniência, gerou polêmica e críticas do Tribunal de Contas da União, que pediu explicações ao governo.
Os autores do artigo são favoráveis à medida. "Em vez de longos processos, é melhor para todos que haja um final mais rápido dentro dos marcos legais e com os órgãos competentes", argumentam.
Embora apontem que a operação da Polícia Federal reduziu o PIB do Brasil em dois pontos e a massa salarial em R$ 42 bilhões, os autores do artigo, publicado nesta quarta-feira 6 no jornal Valor Econômico, afirmam que ela foi crucial para enfrentar a corrupção e deve deixar um legado de melhores práticas nas empresas e nos governos.

Leia abaixo a íntegra do texto:

Futuro e legado da Lava-Jato

O futuro da Lava-Jato é chave para determinar como e em que condições a economia brasileira pode superar a atual crise. Os anos de 2015 e 2016 deverão ser a primeira vez desde 1930 em que o Brasil registrará dois anos consecutivos de recessão. 2015 fechará com a maior taxa de contração do PIB desde 1990.
Ninguém questiona a legitimidade da investigação e a condenação de eventuais culpados. Há, porém, duas questões que não estão bem respondidas. A primeira é como a sociedade pode atenuar o custo que a investigação tem no curto prazo. Qual é o futuro da Lava-Jato?
A segunda, como os resultados da operação histórica poderão ser revertidos em ganhos institucionais duradouros que eliminem a possibilidade de malfeitos serem repetidos. Qual é o legado da Lava-Jato?
Em relação à primeira pergunta, é incorreta a tese de que a investigação não teria gerado custo em termos de emprego e produção. É claro que ela não é o único, nem o mais importante fator explicativo da crise. Mas é certamente relevante.
Mesmo sob hipóteses conservadoras, que levam em conta que uma parcela do investimento da Petrobras e de grandes construtoras nacionais teria diminuído independentemente da Lava-Jato, os efeitos diretos, indiretos e os impactos na renda são expressivos.
Quase 2% do PIB, 2 milhões de empregos e mais de R$ 42 bilhões em massa salarial.
Quer dizer que a Lava-Jato deve ser inibida? Ao contrário, deve ser aprimorada para gerar mais resultados com menores custos. E isso é possível.
A redução de seus custos passa por três pontos. Primeiro, pela blindagem da capacidade de financiamento, investimento e de produção e geração de emprego das empresas envolvidas. Milhões de trabalhadores nada têm a ver com os crimes eventualmente cometidos por suas empresas.
Afastados os responsáveis pelas irregularidades, a sociedade tem interesse que tais empresas continuem a produzir e gerar empregos.
Vale citar a experiência do maior caso de corrupção corporativa do mundo, envolvendo a Siemens.
Autoridades alemãs e americanas promoveram, com o apoio do comitê de auditoria da empresa, ampla investigação dos desvios encontrados em várias jurisdições de diversos países.
Ao final impuseram obrigações de melhoria institucional e de governança à empresa, sem puni-la de maneira desmedida e sem interromper as suas atividades.
Segundo, pela não exclusão destas empresas do mercado de obras públicas e do crédito.
O país precisa de mais concorrência e, portanto, de um maior número de companhias disputando a oportunidade de fornecer bens e serviços. Excluir empresas de licitações públicas significa maiores custos ao Governo.
Terceiro, pela agilidade na negociação de acordos que estabeleçam multas adequadas à gravidade dos danos causados.
Em vez de longos processos, é melhor para todos que haja um final mais rápido dentro dos marcos legais e com os órgãos competentes, como a Controladoria Geral da União (CGU), o Ministério Público Federal (MPF) e o Cade.
O primeiro grande passo foi dado com a Medida Provisória nº 703, publicada em 21.12.2015. A medida altera a Lei Anticorrupção - nº 12.846/2013 - para dispor sobre acordos de leniência com empresas investigadas em casos de corrupção.
Há, porém, setores da sociedade que não apoiam a medida.
Em 23/12/2015, o jornalista Elio Gaspari critica a MP no artigo "Dilma aderiu aos Oligarcas". Segundo ele, com a MP, a presidente estaria enfraquecendo punições às empresas envolvidas na Lava-Jato.
Do ponto de vista técnico e de interesse público, condenar o fortalecimento dos acordos de leniência pouco agrega à solução do problema.
Diferentemente do que ocorria no século XIX, na Era Vitoriana, o direito penal moderno prevê instrumentos de colaboração entre investigadores e investigados, os quais têm servido em vários países como uma forma efetiva de desmantelar organizações criminosas e concluir processos rapidamente.
Mas como assegurar que no futuro não haverá novas Lava-Jatos? Como garantir um legado em termos de melhor governança ao Brasil?
A MP oferece algumas respostas ao obrigar as empresas que firmarem os acordos de leniência a implantar ou aprimorar programas de compliance. 
Trata-se de procedimento aderente às práticas internacionais que consideram a existência desses programas como parte das obrigações de uma companhia condenada por corrupção.
Casos internacionais mostram que a criação e a constante melhoria desse tipo de programa devem ser consideradas como atenuantes na aplicação de penas por corrupção.
Cada empresa deve criar seu programa de compliance adequado às suas características e porte, o qual deve refletir os princípios da governança: transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa. A aplicação efetiva do compliance diminuiria não só a chance de novas Lava-Jatos, mas também melhoraria o desempenho das instituições.
Não basta trocar o governo. O país precisa de um salto de governança que exige uma mudança cultural na sociedade e os acordos de leniência certamente são um poderoso instrumento para isso.
Por trás da crítica contra as oligarquias empresariais não se pode embutir um ranço ideológico contrário à atividade empresarial. Dela dependem os empregos de milhões de brasileiros. 
Garantir tais postos passa necessariamente pela saúde financeira das empresas, que só se perpetuarão com uma política sustentável e transparente de relacionamento como governo. Forjar essa política pode ser o principal legado da Lava-Jato.
Gesner Oliveira, ex-presidente do Cade e da Sabesp, é professor de economia (FGV) e sócio da GO Associados
Fernando S. Marcato, professor de direito na FGV-SP e sócio da GO Associados, atuou no caso Siemens, assessorando o departamento de Justiça americano
Pedro Scazufca, mestre em economia pela FEA-USP, é sócio da GO Associados
Andrea Curi, doutora em economia pela FGV-SP, é coordenadora de projetos da GO Associados
Andrea Vasconcelos é advogada da GO Associados