terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Conhecida por listar os maiores bilionários do mundo, a revista Forbes publicou uma reportagem com os pastores mais ricos do Brasil. O texto também destacou a influência pessoal dos religiosos e o crescimento da igreja evangélica no Brasil, que da década de 70 até os dias de hoje passou de 15.4% para 22.2% da população.
O primeiro da lista é o fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, Pastor Edir Macedo, com uma fortuna calculada em 2 bilhões de reais. A revista também destacou o poder midiático do pastor, dono da TV Record e da Folha Universal do Reino de Déus, um jornal com circulação estimada em 2,5 milhões de exemplares. Não ficaram de fora os escândalos relacionados a Edir Macedo.

AÇÕES JUDICIAIS CONTRA ESTA IGREJA SÃO COMUNS EM TODO O PAÍS
LEIA À SEGUIR...apenas mais uma:

Extraído de: Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios  - 01 de Fevereiro de 2013

Igreja Universal do Reino de Deus terá de devolver quantia doada por fiel


A 5ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) confirmou sentença da 9ª Vara Cível de Brasília, que determinou à Igreja Universal do Reino de Deus a devolução de R$ 74.341,40, doados por uma fiel que posteriormente se arrependeu. O valor deverá ser restituído atualizado monetariamente pelo INPC desde as datas das compensações dos cheques e acrescidos de juros de mora de 1% ao mês. Os cheques foram compensados em dezembro de 2003 e janeiro de 2004, mas ela só entrou na Justiça, pedindo a nulidade da doação e a restituição do valor doado em 2010.
De acordo com os autos, a fiel frequentava a Igreja Universal do Reino de Deus, pagando seus dízimos em dia. Ao enfrentar um processo de separação judicial, ficou atordoada e fragilizada, sendo induzida pelo Pastor Jorge a aumentar suas contribuições. Ao receber uma alta quantia por um serviço realizado, alega que passou a ser pressionada pelo Pastor para doar toda a quantia que havia recebido.
Ela acabou doando dois cheques totalizando o valor de mais de R$ 74 mil. Pouco tempo depois, ao perceber que o Pastor sumira da igreja, a fiel entrou em depressão, perdeu o emprego e ficou na miséria. Por isso, pediu a nulidade da doação e a restituição de todo o valor.
A Igreja, por sua vez, afirma que a fiel sempre foi empresária, que não ficou sem rendimentos em razão da doação, e que ela tinha capacidade de reflexão e discernimento para avaliar as vantagens de frequentar a Igreja e de fazer doações. Afirmou, ainda, que "a liturgia da Igreja baseia-se na tradição bíblica, ou seja, que é a Bíblia que prevê a oferenda a Deus em inúmeras passagens, destacando, na passagem da viúva pobre, que doar tirando do próprio sustento é um gesto de fé muito mais significativo".
Ao condenar a Igreja Universal do Reino de Deus a restituir os valores doados, a juíza considerou que a fiel teve o seu sustento comprometido em razão da doação realizada, até porque há testemunhos no processo de que houve carência de recursos até mesmo para alimentação. Segundo ela, a sobrevivência e a dignidade do doador é que são os bens jurídicos protegidos pelo art. 548 do Código Civil (É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador).
A Igreja Universal do Reino de Deus recorreu, mas a sentença foi confirmada por unanimidade pela Segunda Instância, não cabendo mais recurso de mérito no TJDFT.
Processo: 2010011108554-4 APC