segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013


novojornal
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Editorial : PESOS E MEDIDAS

Por Geraldo Elísio
“Que vantagem tem os mentirosos? A de não serem acreditados quando dizem a verdade”. - Aristóteles
Existem profissões que não sei por qual razão carregam uma espécie de carma. Tomemos duas delas, por exemplo, justamente umas que vivem se enfrentando e com as devidas ressalvas na metodologia de ação têm pontos em comuns: a polícia e a imprensa.
Vamos lá às similitudes. Policiais e jornalistas devem investigar fatos. No caso dos policiais, crimes e infrações de diversas naturezas para encaminhar criminosos e infratores às barras da Lei. No caso do jornalismo investigativo, os repórteres devem fazer o mesmo para dar cumprimento à divulgação de todo e qualquer fato de interesse popular, visto não ser a noticia uma propriedade do repórter e sim do povo. Pode o jornalista brigar com quem quiser, menos com a verdade dos fatos.
Não vamos nos estender muito, pois não nos dedicamos a tratados sobre polícia e jornalismo, ambas as profissões não raras vezes com falsos espíritos corporativistas. Mas igualmente não é disto que vamos tratar. Se não teríamos de nos aprofundar em questões ligadas a jornalistas e policiais venais que traem os compromissos assumidos com as respectivas instituições. Lúcio Flávio Vilar Lírio, filósofo da bandidagem carioca sentenciou que polícia é polícia e bandido é bandido. Vamos a dois aspectos bem concretos.
Os policiais que ao concluírem um trabalho não prendem os seus alvos em percentual muito alto dos casos, não o fazem por determinação de interesses superiores. Por uma questão de lógica não tento precisar os índices dos que possam sucumbir diante do dinheiro. Da mesma forma como profissionais de imprensa ao finalizar um trabalho de jornalismo investigativo em números igualmente altos não publicam o que investigaram e apuraram em função dos mesmos interesses superiores. A mesma lógica igualmente recomenda não tentar precisar quantos sucumbem às tentações argentárias. Repórter é repórter e notícia é notícia.
Se um policial prende qualquer marginal que invade armado a casa de um respeitável cidadão e sua família, naquele momento ele transforma-se em herói, na melhor pessoa do mundo. Porém, se o mesmo policial tiver de prender o respeitável cidadão pela prática de algum delito com rapidez impressionante ele se transforma no diabo em pessoa.
Um jornalista, caso publique a foto de um respeitável cidadão e sua família em um acontecimento festivo não ganha a aura de herói, mas transforma-se em extremamente simpático. Mas ai dele se noticiar que o mesmo respeitável cidadão se envolveu num grave acidente de trânsito com uma de suas amantes. É o quanto basta para que o noticiado agora o veja como o mais execrável dos seres humanos.
Mesmo com todo o otimismo não creio que esta situação possa mudar ao longo de muito tempo. Entretanto, a internet tem contribuído pelo menos para estampar a verdade e o fator mais emblemático desta situação seja talvez Julian Assange, dos   WikiLeaks,  agora exilado do Equador e anunciando a volta das suas atividades, prometendo a divulgação de milhares de documentos que tornarão o povo mais informado, inclusive a respeito do Brasil. Vejamos a entrevista de Asssange no Youtube.
Este espaço é permanentemente aberto ao democrático direito de resposta a todas as pessoas e instituições aqui citadas.