segunda-feira, 4 de março de 2013


novojornal    Publicado em 04/03/2013
Porque Aécio Neves ataca a Petrobras?
Robson Andrade, presidente da CNI, é o pivô das críticas. Sua empresa, Orteng, perdeu a exclusividade de painéis de controle e pode ser descredenciada

Robson Andrade, companheiro de juventude de Aécio Neves em São João Del Rei, Minas Gerais, veio para Belo Horizonte tão logo Tancredo Neves ganhara o governo mineiro em 1983, passando a mediar vendas de produtos elétricos para a Cemig, por apresentação e indicação de Aécio.
Passo seguinte, Robson adquiriu o direito de produzir e vender para Cemig um padrão de energia feito de lata, produzido anteriormente pela empresa JMS que o retirara do mercado, pois fora descredenciado pela própria concessionária de energia por ser o mesmo inadequado.
A partir daí, uma relação que anteriormente era de amizade passou a ser o que muitos consideram uma sociedade oculta. A verdade é que desde então a empresa Orteng, de Robson Andrade, não parou de crescer, assumindo outros setores da área de eletricidade, sendo hoje dona de diversas PCHs e uma das maiores exploradora de gás natural em sociedade com a Codemig, no norte de Minas.
A ida de Robson Andrade para a presidência da FIEMG sabidamente fora uma exigência de Aécio Neves que, através da entidade, criou diversos programas, a exemplo da “Estrada Real”, para dar sustentação a sua promoção política. Porém, bem antes, ainda no governo FHC, quando Aécio Neves ocupou o cargo de deputado federal, conseguiu introduzir a Orteng como fornecedora da Petrobras.
Por nítida interferência política a Orteng obteve a partir de então o monopólio de fornecimento de painéis de controles e outros equipamentos eletro eletrônico para a Petrobras, além de dominar o setor de obras e manutenção elétrica nas plataformas marítimas e em diversas refinarias espalhadas pelo Brasil.
Chegou a existir na Petrobras o “Padrão Orteng”. Daí nasceu a até hoje inexplicável amizade entre o senador Delcídio Amaral do PT ex-dirigente da Petrobras com Aécio Neves. Porém, no início de seu governo, a presidente Dilma, ciente do que vinham ocorrendo, determinou que fossem apuradas as diversas irregularidades ocorridas na prestação de serviço e vendas feitas pela Orteng.
O resultado das investigações encontra-se em três auditorias realizadas, onde se apurou irregularidades de toda ordem. De superfaturamento à entrega de produtos com qualidade inferior a especificada, pondo em risco instalações de refinarias e plataformas marítimas. Estando hoje a Orteng para ser descredenciada da Petrobras, o que gerou a ira de Aécio Neves.
Segundo fontes do PSDB, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) estreará uma campanha "temática" para apontar o que considera falhas do governo Dilma Rousseff. O primeiro "round" será a Petrobras, ou o que o PSDB chama de "gestão temerária" do PT na companhia de petróleo. Porém se vê claramente que Aécio Neves mais uma vez não está pensando no País e sim na manutenção dos privilégios de seus parceiros.