quinta-feira, 11 de abril de 2013

Publicado em 10/04/2013
Santiago:
Promoção relâmpago de promotor a desembargador
O jogo do poder em Minas Gerais virou teatro do absurdo, carreiras são construídas em função de pareceres e decisões que atendem a elite governante

Dr. Francisco Santiago, polêmico promotor das causas midiáticas, já declarou nos corredores do Fórum que o Júri da Galoucura, onde pretende condenar inocentes sem provas, deve ser um dos últimos de sua vida no Ministério Público.

Não que esteja se retirando da vida jurídica. Mas já está tudo acertado para sua promoção ao cargo de Procurador do MP, e indicação na lista do quinto constitucional, sendo o escolhido pelo Governador Anastasia, para Desembargador do TJMG.

Segundo seus próprios colegas; “em agradecimento aos bons serviços prestados à sociedade mineira, segurando por anos o processo do Mandante do Crime da modelo Cristiana Aparecida Ferreira, envolvida diretamente com o mensalão tucano ocorrido em Minas Gerais”.

Nem nos tempos das capitanias hereditárias, a coisa era tão descarada. Os cargos no TJMG viraram moeda de troca de favores e negociatas.

Assim como disse Joaquim Barbosa que a criação dos TRFs, foi feita de maneira escusa, a nomeação de um promotor a procurador e imediatamente a desembargador, mostra o limbo escondido nas entranhas do Judiciário, desrespeitando outros procuradores, que também ambicionavam tal cargo, mas não participam de chicanas jurídicas.

Porém, como a Justiça Humana, ao contrário da Justiça Divina, é cheia de falhas, ele irá ocupar a cadeira deixada vaga pelo Desembargador Hélcio Valentim, afastado do TJMG, por venda de Habeas Corpus para traficantes e que foi aposentado compulsoriamente, recebendo proventos de R$16.000,00 mensais.

Juristas afirmam que Santiago ocupará a cadeira que merece e que diante da punição recebida por seu antecessor e de seu posicionamento já previamente divulgado, no futuro, o novo desembargador, favorável ao Ministério Público, certamente que decisões parciais irão ser tomadas em casos que ele julgar, o que contamina definitivamente qualquer chance dos recursos impetrados pelos advogados.

Ação Penal Pública Subsidiária distribuída, tendo como réu Walfrido dos Mares Guia em função do  assassinato da modelo Cristiana Aparecida Ferreira, foi coincidentemente distribuída para Santiago, permanecendo parada e conclusa com ele desde fevereiro deste ano.

Neste diapasão, a Justiça Mineira se atola cada vez mais em seus próprios erros.


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