sexta-feira, 12 de abril de 2013


EDITORIAL: FAXINA GERAL
Por Geraldo Elísio
Geraldo Elísio escreve no "Novojornal". Prêmio Esso Regional de jornalismo, passado e presente embasam as suas análises

“A moral, propriamente dita, não é a doutrina que nos ensina como sermos felizes, mas como devemos tornar-nos dignos da felicidade”. -Immanuel Kant
Em resposta a pedido da Procuradoria para formalizar apuração do depoimento do publicitário Marcos Valério, a Polícia Federal abriu inquérito para apurar suposto envolvimento de Luiz Inácio Lula da Silva no mensalão. As acusações de Valério foram feitas em setembro do ano passado.
Assessores da Polícia Federal informam que o caso ficará sob a responsabilidade da Delegacia de Combate a Crimes Financeiros e com um prazo de 30 dias para analisar as informações. Lula não comenta o assunto. Marcos Valério por sua vez está condenado a 40 anos de prisão por ter sido o operador do mensalão.
Junto à Procuradoria Geral da República o empresário afirmou que Lula sabia do esquema e inclusive chegou a ter despesas pessoais com parte do dinheiro obtido ilicitamente. Valério acrescentou às suas informações que no início de seu mandato Lula teria negociado repasses ilegais para o Partido dos Trabalhadores com Miguel Horta, então presidente da Portugal Telecom.
Alguns petistas têm reclamado que nos últimos dias várias notícias desse porte ocupam espaço tanto na imprensa nacional quanto na estrangeira, sugerindo uma espécie de conspiração orquestrada para atingir o governo de Dilma Rousseff e as pretensões dela de se reeleger em 2014.
Não digo que sim ou que não. Entretanto repito o que já escrevi várias vezes, citando um antigo ditado popular: “Quem não deve não teme”. Além do mais nenhum cidadão brasileiro está acima de qualquer suspeita e não acredito que o ex-presidente Lula pense isto. Sem contar que diante da responsabilidade do cargo que ocupava ele não saber é até pior do que saber.
Sou plenamente favorável a que se apurem tudo. Se Lula tiver culpa no cartório que ele pague por seus erros. Se não tiver culpa que se proclame a inocência dele e que a imprensa, nos mesmos espaços, formas e tamanho utilizados divulguem.
E que fundamentado nos mesmos princípios de que, “quem não deve não teme” e “nenhum cidadão ou cidadã brasileira está acima de quaisquer suspeitas” sejam instaurados inquéritos e apurado da mesma forma as responsabilidades dos erros praticados pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e outros antecessores; de todos os ministros de Estado, atuais e passados, logicamente Walfrido dos Mares Guia; dos atuais governadores, inclusive de Minas Gerais, Antonio Anastasia, ibdem idem, o que envolve Eduardo Azeredo e Aécio Neves ambos do (PSDB/MG); dos secretários de Estados, lógico no caso mineiro Danilo de Castro; de todos os senadores; deputados federais; deputados estaduais; prefeitos de qualquer cidade brasileira, em termos mineiros Márcio Lacerda e antecessora; e vereadores de todo o território nacional envolvidos em qualquer maracutaia, no caso específico de Belo Horizonte, Leo Burguês;obviamente assinalado que as medidas ficarão restritas a crimes ainda não prescritos.
Além do mais, que a medida saneadora possa resultar em um expurgo que atinja o Judiciário brasileiro onde existe um ministro do Supremo Tribunal Federal que “possui capangas”, Gilmar Dantas (segundo o jornalista Ricardo Noblat), denunciado em debate público televisado em rede nacional pelo seu colega Joaquim Barbosa, atual presidente do STF e do CNJ; “bandido de toga”, segundo a ex-ministra corregedora do Conselho Nacional de Justiça, Eliana Calmon; e ministro do Supremo cabalador de votos, Luís Fux, segundo o ex-ministro condenado por diversas responsabilidades no Mensão, José Dirceu. Para completar vale lembrar que o senador impinchado Fernando Collor de Mello pediu o impeachmente de Roberto Gurgel, Procurador Geral da República, sem contar o antecessor dele Geraldo Brindeiro que passou à história como o “Engavetador Geral da República”, um título nada honroso para o Ministério Público o “Guardião da Lei (?). 
Sei do alto custo da Operação Limpeza com vassouras, saponáceos, detergentes, água sanitária, desinfetantes e panos de chão, além do pagamento do pessoal especializado em faxinas, mas o Brasil sinceramente merece.  
Porque o pior de tudo é que essa gente eventualmente decide os nossos destinos e como a ex-ministra Eliana Calmon falou da bandidagem em termos genéricos, não temos como identificar os marginais. E se houver outros que se venderam,  prestaram favores ilícitos ou cabalaram votos para ascender a cargos superiores?  Da mesma forma quantos igualmente dispõem de capangas se beneficiando do silêncio? Eu não creio em bruxarias, mas que elas existem, existem, me ensinou o velho técnico de futebol, o espanhol dom Miguel Trichant. Por falar nisto, juízes de Direito hoje estão em nível de juiz de futebol.  Todas as torcidas têm deles mal conceito e as senhoras mães do mesmo é que injustamente pagam pelos erros dos filhos.
Este espaço é permanentemente aberto ao democrático direito de resposta a todas as pessoas e instituições aqui citadas.