Publicado em 17/04/2013
Editorial:
MUNDO, MUNDO...
Por Geraldo Elísio
“Nenhum homem é uma ilha, um ser inteiro em si mesmo. Todo homem é uma partícula do continente, uma parte da terra. Se um pequeno torrão for carregado pelo mar deixa menor a Europa, como se todo um promontório fosse, ou a herdade de um amigo seu, ou até mesmo a sua própria, também. A morte de um único homem me diminui, porque eu pertenço à humanidade. Portanto, nunca procures saber por quem os sinos dobram. Eles dobram por ti.” -John Donne
Fundamentado no mesmo conceito de
Donne expresso minha condolência ao povo norte-americano pela tragédia ocorrida
em Boston. Da mesma forma que me solidarizo com cada judeu, palestino,
iraquiano, sírio, vietnamita, russo, gente de qualquer nacionalidade ou cor
vítima dos processos de qualquer guerra, grupal ou isolada de um “lobo
solitário”. Positivamente todos os governos pensam em tudo e em nome do povo
nunca pensam nele.
Os impérios em particular cometem um
grave erro. Os seus governantes e a gente mal informada entendem que eles são
muito patriotas e democráticos, porém se esquecendo que em outras nações
igualmente existem patriotas convictos de opções democráticas onde até eles
mesmos podem servir de exemplo. Sem contar as explosões de revoltas internas.
Principalmente no mundo moderno onde a
guerra é terceirizada, os códigos morais dos antigos soldados não valendo mais
nada com a prevalência dos “cães de guerra” que há qualquer momento, em
qualquer ponto do planeta podem irromper em forma de “rebeldes” provenientes de
causas que não são as suas, excetuando o dinheiro de qualquer matiz. A
Venezuela é uma forte candidata com a estreita vitória de Maduro e o
inconformismo de Capriles, pois os Estados Unidos da América do Norte que são
resistentes a aprender lições não querem reconhecer o resultado eleitoral pós
Hugo Chaves.
Será que vale a pena ser um império
confinado, temeroso de deixar suas fronteiras e chegando ao cúmulo de perder a
paz interna? Sei que o combate ao terrorismo também se industrializou. Mas
quais as matrizes deste terror, o que os gera e alimenta? Na terra só existe
uma raça, a humana, como um todo passageira desta imensa bola a girar no espaço
até a consumação dos tempos. Todos com um destino igual.
Já passa da hora da Teoria do Destino
Manifesto, aquele que diz sobre a existência de raças superiores destinadas a
traçar o destino dos outros, perder a validade. Mesmo porquê, o terrorismo vai
ficando cada vez mais sem rosto com as ausências de Saddam Hussein, Bin Laden e
Muamar Kadafi.
Temo hoje o terrorismo de estado e,
mais do que ele, aquele que tem como matriz primicial o desespero e a falta de
esperança.
PS - Uma carta endereçada ao presidente dos EUA, Barack Obama, com uma
"substância suspeita", identificada depois pelos laboratórios do FBI
como um letal pó de rícina, capaz de matar se for aspirado, foi interceptada na
quarta-feira (17) pela Casa Branca, afirmou o porta-voz do Serviço Secreto
americano.A carta chegou na terça-feira (16), no mesmo dia em que um envelope
com uma substância tóxica e mortal foi enviada ao senador republicano Roger
Wicker.O FBI afirmou que a investigação sobre as cartas não encontrou ligação
com os ataques na maratona de Boston, ocorridos na última segunda-feira (15) e
que deixou 3 mortos e mais de 100 feridos.
Se fosse em Belo Horizonte, Minas
Gerais, Brasil, cartas com pó branco letais apenas diante de consumo excessivo
(over dose), enviadas a certos políticos importantes não causariam nenhum
constrangimento às autoridades de segurança. Pelo contrário, seriam comemoradas
com rojões como ocorre quando da chegada de matéria prima às “bocas” situadas
nas favelas. Em matéria de pó o máximo que já usei foi o velho rapé que o
garçom símbolo de Belo Horizonte, Olympio Perez Munhoz, o “Anjo Anarquista”
costumava oferecer aos seus clientes amigos na Cantina do Lucas, no Edifício
Arcângelo Maletta. Por sinal ótimo para descongestionamento nasal e prevenção
da gripe.
Este espaço é permanentemente aberto
ao democrático direito de resposta a todas as pessoas e instituições aqui
citadas.