sábado, 27 de abril de 2013

Publicado em 25/04/2013
EDITORIAL: A VIDA NÃO PÁRA
Por Geraldo Elísio
Geraldo Elísio escreve no "Novojornal". Prêmio Esso Regional de jornalismo, passado e presente embasam as suas análises

(...) O sol nas bancas de revista / Me enche de alegria e preguiça / Quem lê tanta notícia / Eu vou, por entre fotos e nomes / Os olhos cheios de cores / O peito cheio de amores vãos / Eu vou, por que não, por que não? (...) – Alegria, alegria – Caetano Veloso

Para muitos repórteres da imprensa, trabalhar em um meio de comunicação era o posto sonhado, mas desde alguns anos isto está mudando. Os baixos salários, as escassas promoções e os altos níveis de stress que impedem uma compatibilização da vida pessoal e profissional e uma indústria de mídia em queda livre fizeram do jornalismo a pior profissão de 2013. A situação no ranking é um indicador da qualidade de vida do empregado, segundo os informes.
O pior é que a perspectiva não é muito positiva. A chegada da era digital ao setor está propiciando que as redações se tornem menores que o pressuposto e se reduzindo ao mínino e a competência se torna cada vez “mais feroz” entre as mídias na Internet para que os consumidores possam acessar as informações, a maioria da vezes  de forma gratuita. Além do mais se trata de um setor muito afetado pela “elevada tensão do trabalho, os prazos de entrega combinados e a necessidade de trabalhar sob qualquer condição para encontrar a melhor reportagem”
Para os que seguirem trabalhando, as exigências do trabalho continuará absorvendo muito mais os profissionais. Em 2006 o setor obteve benefícios da ordem de 49.200 milhões de dólares e em 2011 as cifras caíram para 23.900 milhões levando milhares de profissionais de roldão.
O internauta até agora pode estar pensando que eu estou falando da situação do jornalismo no Brasil. Lógico, qualquer semelhança é mera realidade, porém a matéria publica no jornal espanhol “El País”, em sua edição de 26 de abril de 2012, diz respeito aos Estados Unidos da América do Norte onde o jornalismo está sendo considerada uma das piores profissões.
Em 1985, existiam 1.730 jornais em circulação nos EE UU ainda que em 2010 fossem 1.382. Apesar disto há espaço para o otimismo, acrescentando alguns que a reportagem não é uma arte em extinção, os informes dizendo que os desafios podem ser superados às novas adaptações exigidas, mesmo porque o jornalista digital ainda conta igualmente com baixos salários.
Uma conclusão triste é a de que a produção de material de melhor qualidade em tempo menor reduz igualmente a qualidade de vida dos profissionais. O salário médio de um jornalista digital nos EUA é de 28.000 mil dólares ao ano, enquanto o de um repórter de outras mídias é da ordem de 36.000 dólares. Resultado final: ser jornalista é uma das dez piores profissões nos Estados Unidos.
A qualificação foi elaborada pela consultora Career Cast, uma empresa que se dedica há 25 anos a este tipo de trabalho, pesquisando os piores e os melhores empregos do mercado norte americano. Segundo eles, esta situação adversa levará uns 6% dos repórteres daquele país para fora do mercado e os salários continuarão sendo rebaixados até 2020, segundo dados da Oficina de Estatística Laboral (BLS) em sua sigla em inglês e a Associação de Jornais da América, através do Centro de Investigação Pew.
Em termos de Brasil, profundas transformações estruturais terão de ser feitas não apenas na correção das grades curriculares das escolas de jornalismo, bem como a adequação dos futuros profissionais a sólidos conhecimentos de informática que os transformará em profissionais multimídia, conhecimento sem os quais ficarão inviabilizados para o mercado futuro.
Sem contar que para este quadro sombrio contribuem os empresários midiáticos com a sua sabugisse agora detonada pelas redes de comunicação social, a autocensura e a censura oficial como a que exerce em Minas Gerais a primeira irmã “Frau” Andrea “Goebbels” Neves, também respondendo por “Mãos de Tesoura”, feito uma bruxa má a acrescentar lenha na fogueira. E sem que possamos pedir o Pai que a perdoe porquê ela sabe o que faz.
Este espaço é permanentemente aberto ao democrático direito de resposta a todas as pessoas e instituições aqui citadas.


CONSIDERAÇÕES DO BLOGUEIRO...


DIANTE DA RECORRÊNCIA NOTICIOSA SOBRE AS DISSIMULAÇÕES E FALCATRUAS NO CONGRESSO NACIONAL,  O EDITORIALISTA ACIMA CONSIDEROU COM MUITA PROPRIEDADE O QUE REALMENTE SOMOS HOJE EM TERMOS DE PROFISSÃO E SALÁRIO.

SERIA MELHOR SE FIZÉSSEMOS UM CURSO RÁPIDO DE PROFISSIONALIZAÇÃO COMO GARÇONS (QUEM SABE, ASCENSORISTAS), E NOS CANDIDATÁSSEMOS COMO SERVIDORES DE SUAS EXCELÊNCIAS, DEPUTADOS E SENADORES???  

TERÍAMOS ÓTIMOS SALÁRIOS...

Situação de garçons com altos salários é regular, diz Senado
Sete garçons (três com atuação exclusiva no plenário e quatro na copa) recebem remunerações 
entre R$ 7,3 mil e R$ 14,6 mil

O Senado considera “regularizada” a situação dos sete garçons que ganharam cargos de confiança graças a um ato secreto, recebem remunerações de até R$ 14,6 mil e tiveram os salários aumentados por meio de promoções ao longo de 12 anos servindo o cafezinho dos senadores em plenário. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse na quarta-feira (24) que levantaria os dados sobre a situação dos servidores para informar até o fim do dia o que poderia ser feito. No fim da tarde, a Secretaria de Comunicação Social do Senado divulgou nota em que nega a existência hoje de atos secretos. “Todos os atos estão devidamente regularizados e publicados, inclusive os citados na reportagem”, diz a nota.
Desde a chegada à presidência do Senado, em fevereiro, Renan vem anunciando medidas de cortes de gastos, uma forma de melhorar a imagem da Casa e do próprio senador, denunciado pela Procuradoria Geral da República por peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso num suposto esquema de notas frias. Renan foi perguntado se poderia adotar uma medida em relação aos garçons. Ele já decidiu encaminhar 20 médicos e outros profissionais de saúde concursados do Senado para a rede pública no Distrito Federal.
— Vou levantar as relações trabalhistas (dos garçons em atuação no plenário e no cafezinho contíguo) e depois a gente se fala — disse Renan.
O GLOBO mostrou na quarta-feira que sete garçons (três com atuação exclusiva no plenário e quatro na copa por onde circulam os parlamentares) recebem remunerações entre R$ 7,3 mil e R$ 14,6 mil. Eles ocupam cargos comissionados, de assistentes parlamentares, e chegaram à função de uma só vez, em 17 e 18 de outubro de 2001. A nomeação ocorreu por ato secreto assinado pelo então diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, hoje deputado distrital. O ato é de 20 de setembro de 2001, dois dias após o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) renunciar à presidência da Casa.
Todos estão vinculados à Secretaria Geral da Mesa e conseguiram mais do que dobrar as remunerações, com a conquista de cargos de confiança mais bem remunerados na hierarquia de salários. A maior remuneração bruta em março foi de José Antonio Paiva Torres, o Zezinho. Dos R$ 14,6 mil que constam no contracheque do garçom, R$ 5,2 mil se referem a horas extras. Outro servidor com atuação exclusiva no plenário, Jonson Alves Moreira recebeu R$ 7,3 mil para servir cafezinho.
O Senado sustenta que as “atividades de apoio” prestadas pelos assistentes parlamentares estão previstas no regulamento administrativo. O ato de Agaciel Maia deu cargos comissionados a 13 pessoas, boa parte delas terceirizadas. “Eles estão em exercício na Secretaria Geral da Mesa, Presidência, 1ª Secretaria e residência oficial”, diz a nota. “Remunerações acima dos valores disponíveis no Portal da Transparência tem caráter eventual e representam o pagamento por exercício de atividade extraordinária”, alega o Senado, em relação às horas extras.
Na Câmara, um acordo de cooperação com o Senac em vigor desde 2008 garante os serviços de atendimento aos deputados, sem custos para a Casa, segundo a assessoria de imprensa. Garçons servem apenas os deputados que ficam na Mesa do plenário. No restaurante contíguo, café, água e comida são servidos aos parlamentares, assessores e visitantes. As informações são do O Globo.
...É O BRASIL DOS DISSIMULADOS POLÍTICOS.