PARA CONHECIMENTO DOS MERITÍSSIMOS JUÍZES DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS NO FÓRUM DE ARAXÁ
E DOS PROMOTORES DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS EM ARAXÁ:
DOCUMENTOS DO
TOMBAMENTO DA PRAÇA
E DOS PROMOTORES DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS EM ARAXÁ:
DOCUMENTOS DO
TOMBAMENTO DA PRAÇA
GOVERNADOR VALADARES
EM ARAXÁ/MG/BRASIL
Praça Governador Valadares
Datam da década de 1870 os
registros mais antigos do “Largo da Conceição” ou “Largo do Carmo”, como era
indistintamente chamada a atual Praça Governador Valadares.
O primeiro nome devia-se à vizinhança com a Igreja
de Nossa Senhora da Conceição que foi construída dentro das três primeiras
décadas do século XIX, como pode ser verificado em um testamento de 1838 onde
aparece como uma das beneficiárias. A Rua do Carmo (hoje nossa Senhora da Conceição)
era uma das vias que delimitavam o Largo.
Estes “largos” eram em
princípio espaços amplos e abertos ou alargamento das ruas vizinhas às Igrejas
que com o tempo se converteriam em praças ao receber o tratamento adequado para
este fim.
Em Araxá temos, além do
Largo da Conceição, exemplos como o do Largo do Rosário, hoje Praça Hely
França, o Largo da Matriz, hoje Praça Coronel Adolpho e o Largo de Santa Rita,
hoje Praça 31 de Março.
Uma exceção foi o Largo de
São Sebastião que teve a maior parte de seu espaço utilizado para a construção
do primeiro conjunto residencial financiado pela Caixa Econômica Federal em
Araxá, em 1949.
Bem de
acordo com a modernização proposta e a valorização dos espaços públicos como os
locais de diversão das cidades naquele período, em 1918 a imprensa noticiava
que os jardins de Araxá, assiduamente freqüentados, causavam admiração pela
beleza do gramado e das flores dos canteiros. No entanto, registrava alguns
atos de depredação para os quais a polícia prometia punição como único meio de
por fim a estes inconvenientes. Neste mesmo ano noticiava-se a intenção do
Prefeito Bernardo Aroeira de realizar melhoramentos no “Jardim da Conceição”,
conforme relatório enviado a Câmara Municipal. Em 1919 o Jornal de Araxá assim
descrevia os projetos em andamento:
“O Prefeito Dr. Bernardo Aroeira
determinou o ajardinamento do Largo da Conceição achando-se bem começados os
respectivos serviços. O jardim, segundo o delineamento do Dr. Bernardo Aroeira,
vae ser magnifico ponto de diversões em Araxá, pois ali se estão preparando
campo para o jogo de tennys e rink para patinação. Será também construído um
pavilhão destinado a coreto e um bar. A fim de impedir que por ali passem
cavalleiros e até boiadas, que perturbam os serviços e tem mesmo estragado
canteiros já feitos, aquelle Prefeito mandou cercar, provisoriamente, a area do
jardim com arame farpado e moirões toscos, que serão substituídos por outros
definitivos e decentes, logo que esteja quasi prompto o logradouro público, que
vai (.....) as delicias das senhoritas e dos rapazes araxaenses, de bom gosto.
A nota, porém, mais interessante
do jardim projectado pelo Dr. Prefeito, vae ser a gruta de Lourdes, muito
condicente com o espírito religioso do nosso povo.”
Analisando as fotografias
antigas da praça, a arquiteta Laura Mourão observou características que
conduzem a Reinaldo Dierberger como possível autor daquele primeiro projeto.
Reforçando esta teoria, está o fato do autor ter estado em Araxá na década de
1920, projetando os jardins do Barreiro.
São também de autoria deste
renomado paisagista paulista os projetos dos jardins do Parque de Cambuquira,
do Novo Hotel e Termas, da Fonte dos Amores e do Parque dos Macacos, em Poços
de Caldas.
Ainda de acordo com Laura
Mourão, os jardins e praças de Dierberger eram formais, projetando um rigor
simétrico de concepções neoclássicas entre os elementos por ele utilizados esta
a topiaria, balaustras, grutas e caminhos simétricos.
Na década de 1930-1940,
durante o governo de Fausto Alvim, foi realizada, pelos engenheiros Carvalho
Lopes e Honório de Paiva Abreu, uma planta do centro da cidade onde a Praça foi
nitidamente desenhada, provavelmente segundo o traçado que devia exibir na
época.
Em 1942, simultaneamente à
implantação do inovador projeto paisagístico de Burle Marx, no parque do
Complexo Hidrotermal do Barreiro, a Praça da Conceição foi totalmente
remodelada, segundo um projeto do engenheiro Agostinho Carlos Cattela, que
fazia parte da comissão de construção deste Complexo junto com Luiz Signorelli,
Roberto Pena, Kurt Urban, Willy Guilherme Gerber e o engenheiro José Ferreira
de Andrade Júnior, superintendente desta comissão.
De acordo com um esboço do
projeto que se encontra em arquivos da Fundação Cultural Calmon Barreto, o
mesmo previa canteiros de rosas, dálias, lírios, gardênias e gladiolos
perolados em volta do centro da praça e passarelas simétricas com bancos.
Este projeto não foi
executado na íntegra. A versão final da praça após sua execução, apresentava
somente os dois pergolados que ainda hoje se encontram ladeando a entrada pela
Rua Presidente Olegário Maciel. Os canteiros circulares internos foram
substituídos por outros em forma de estrela, como podemos observar em
fotografias da época.
No novo projeto não havia
espaço para o rinque, a ponte e a gruta que foi retirada e reconstituída em uma
das entradas da Santa Casa, onde até hoje se encontra. A nova praça foi batizada
com o nome de Benedito Valadares, então Governador do Estado, e ao centro foi
instalado um obelisco com seu busto, assinado por J. Bahia. Entretanto, os
araxaenses insistem em chamá-la, até hoje, de “Jardim Novo”.
Considerando-se a
simultaneidade dos dois projetos e guardadas as devidas proporções, o modelo
acadêmico e tradicional adotado para a principal praça da cidade contrastava
definitivamente com a proposta inovadora de Burle Marx para o parque e jardins
do Barreiro, que infelizmente não chegou a ser implantado integralmente.
Eram duas visões opostas a
menos de cinco quilômetros uma da outra, porém, separadas por séculos de
tradição.
Não temos notícias de que se
tenha realizado modificação alguma no traçado da Praça nos 50 anos após sua
reformulação. Aparentemente, as alterações ocorreram apenas no seu inventário
botânico, que com o passar dos anos foi sendo alterado com espécimes diferentes
às originais e mais de acordo com os gostos e a moda que passaram a vigorar
posteriormente.
Em 07 de outubro de 1998, através do Decreto nº 589, a Praça Governador
Valadares foi tombada.
Arquivos da FCCB.
CONSIDERAÇÕES
DE UM CIDADÃO ARAXAENSE
E JORNALISTA DESTE BLOG:
TEMOS SUPORTADO PACIENTEMENTE AOS DESMANDOS DO PREFEITO JEOVÁ MOREIRA DA
COSTA QUE VEM DESCARACTERIZANDO E DESTRUINDO O URBANISMO DE NOSSA CIDADE, ATÉ
AOS LIMITES DOS CRIMES AMBIENTAIS.
NESTA PRAÇA ACIMA REFERIDA, INSTALOU INDEVIDAMENTE UMA BANCA DE
REVISTAS, IMPROVISANDO O LOCAL ENQUANTO EFETUAVA A INCIPIENTE E INDEVIDA OBRA
NA REFORMA DA AV. ANTÔNIO CARLOS E PRAÇA CORONEL ADOLFO.
E PARECE NÃO FICAR POR AÍ A SUA OUSADIA EM FAZER O QUE LHE
APETECE.
ESTAMOS SENDO ALERTADOS POR CONCIDADÃOS QUE AUTORIZOU E ESTÁ PREPARANDO
UM PONTO PARA LÁ COLOCAR MAIS BANCAS.
SENDO O LOCAL COM TOMBAMENTO, SE PRESUME QUE NÃO SE DEVA INTERFERIR NA
SUA ORIGINALIDADE, NEM MESMO NO SEU ASPECTO E CONCEPÇÃO PAISAGÍSTICA.
PORTANTO, SENHORES REPRESENTANTES DAS INSTITUIÇÕES
JUDICIÁRIAS EM NOSSA ARAXÁ, AQUI DESTE ESPAÇO JORNALÍSTICO E PÚBLICO, ESPERAMOS
QUE ABRAM PROCEDIMENTOS, NÃO PERMITINDO À ESTE GESTOR MUNICIPAL À CONTINUAR COM
ESSA INTERFERÊNCIA INDEVIDA EM UM MUNICÍPIO QUE NÃO É DE SUA PROPRIEDADE.
FRANCISCO LAMBERTO FONTES
CI:134.175 – SSP.GO -
TIT. ELEITOR: 0006.7670.1058-ARAXÁ-MG.
Registro de Jornalista: MTE-16.257/DRT/MG.