Publicado em 06/05/2013
Candidatura
de Aécio
só
existe na imprensa
Em nenhum dos oito Estados atualmente governados pelo PSDB Aécio teria hoje um palanque para sua candidatura à presidência da República.
Com dificuldades para
formar alianças com outros partidos, o senador Aécio Neves, potencial candidato
do PSDB à Presidência no ano que vem, terá que se empenhar também para segurar
palanques tucanos pelo país.
Atualmente o PSDB governa
oito Estados, mas cinco desses palanques podem ruir ou acabar divididos entre
eles os dos dois maiores colégios eleitorais do país, São Paulo e Minas Gerais.
Aécio já conversou com
aliados locais e terá na formação de candidaturas regionais uma de suas
principais missões após sua esperada eleição como presidente nacional da
legenda, no final do mês.
"Ele vai pilotar isso
pessoalmente. Mas os Estados já governados pelo PSDB são as alavancas maiores
do projeto nacional", diz o presidente do PSDB-MG, deputado federal Marcus
Pestana, que rechaça dificuldades com os aliados tucanos.
Em São Paulo, há problemas
em vista porque o governador Geraldo Alckmin (PSDB) trabalha para manter em seu
governo o PSB de Eduardo Campos, que deve ser adversário de Aécio.
O temor é que Alckmin não
se empenhe na candidatura do mineiro para não atrapalhar seu projeto de
reeleição.
O palanque está bambo
também em Minas, terra natal de Aécio, onde um dos cotados para concorrer é o
vice-governador Alberto Pinto Coelho, do PP, partido que integra a base do governo
Dilma Rousseff (PT).
A sigla ficou neutra nas
eleições de 2010, mas seu novo presidente, o senador Ciro Nogueira, já defendeu
apoio à petista no ano que vem. Porém, como a maioria dos pré-candidatos
pepistas é mais ligada aos tucanos do que ao PT, aliados de Aécio dizem não
esperar problemas.
Em outros três Estados, os
candidatos dos governadores tucanos são de outras siglas ou podem migrar para
novas legendas e apoiar Campos.
O governador de Roraima,
José de Anchieta Júnior (PSDB), atualmente apoia seu vice Chico Rodrigues,
recém-filiado ao PSB do governador pernambucano.
Embora aliados de Anchieta
afirmem que a mudança não causa preocupação, já que a candidatura do
pernambucano ainda não está definida, Rodrigues já decidiu seu lado.
"Eu sou do PSB. Se o
Eduardo Campos for candidato, então ele será meu candidato", afirma
Rodrigues.
Já o titular de Alagoas,
Teotônio Vilela, tem como principal nome para sua sucessão o vice Thomaz Nonô
(DEM), cotado para migrar para o PSB.
Nonô diz que ainda aguarda
uma conversa com Campos para definir seu destino. Mas mesmo que não mude de
sigla, o DEM, tradicional aliado dos tucanos, já deu sinais de que pode apoiar
Campos.
A candidatura do
pernambucano também virou um fantasma para Aécio no Tocantins, onde o
governador Siqueira Campos (PSDB) planeja eleger seu filho, Eduardo Siqueira
Campos (PSDB), que também está sendo sondado pelo PSB.
A Artificialidade que
cerca a candidatura de Aécio Neves é tamanha que o secretário-geral do PSDB,
deputado federal Rodrigo de Castro, afirma que o partido trabalha com a
perspectiva de ter oito governadores apoiando o mineiro. "Os governadores
apóiam Aécio e têm falado que irão deixar um palanque favorável", afirma.
Na tarde desse domingo, 5,
na convenção estadual do PSDB de São Paulo, o nome de Aécio não foi mencionado
em nenhum discurso.

