Publicado em 03/06/2013
FHC
já admite que Aécio
não tem condições de ser candidato
Segundo o jornalista Carlos Chagas, FHC comentou com
importante prócer do PT que Aécio não vai fixar-se porque não tem estatura,
continua pequeno
Há
quinze dias Novojornal noticiou; “PSDB S/A. De partido político a
empresa de Sociedade Anônima”, informando a maneira pouco ortodoxa
que o senador Aécio Neves pretendia administrar o partido, descrevendo ainda
à cilada que representava assumir a presidência nacional do PSDB, a
interferência do denominado “Grupo Mineiro”, e seu total despreparo para
pleitear sua candidatura à presidência da República em 2014.
Talvez
porque Minas Gerais seja hoje um Estado com sua imprensa sitiada, a mídia
nacional pouco ou quase nada soubesse sobre Aécio Neves e o denominado “Grupo
Mineiro”. Porém, não foi necessário muito tempo para que o conhecimento
ocorresse.
Enquanto
em Minas Gerais a imprensa regional continua nada escrevendo a este respeito,
no restante do País a denominada grande imprensa já admite abertamente a
falta de condições da candidatura do senador e presidente nacional do PSDB
Aécio Neves à presidência da República.
Neste
sentido o jornalista Carlos Chagas escreveu na Tribuna da Imprensa neste
domingo 02 de junho:
“Deve
cuidar-se o senador Aécio Neves. Quem assistiu esta semana o programa de
propaganda partidária gratuita do PSDB e pertence ao bloco dos ingênuos terá
desligado sua televisão impressionado com a unidade e a euforia
dos tucanos.
O
novo presidente do partido, ainda que sem ter sua candidatura presidencial
alardeada pelos colegas paulistas, surgiu como o aglutinador do partido, o
D’Artagnan dos mosqueteiros José Serra, Geraldo Alckmin e Fernando Henrique.
Nas
telinhas, tudo pareceu encaminhar-se para a sagração posterior de Aécio como
candidato.
Ledo
engano. Athos, Portus e Aramis rejeitam o ex-governador mineiro. José Serra é
candidatíssimo. Geraldo Alckmin trabalha com a hipótese de disputar o palácio
do Planalto, oferecendo a Serra a candidatura a governador de São
Paulo.
E
Fernando Henrique, tido como incentivador de Aécio, ainda há dias comentava
com importante prócer do PT que o senador não vai mesmo fixar-se porque não
tem estatura, continua pequeno…
A
força dos paulistas é grande no ninho. A estratégia deles parece
deixar que Aécio Neves apareça como candidato por conta própria e sabotá-lo
mais ou menos como quem come mingau: pelas bordas.
Deixar
que ele percorra o país, como já prometeu mais de uma vez, mas sem
respaldá-lo, até que no começo do ano que vem possam constrangidamente
concluir que ele não emplacou e melhor seria concorrer ao governo de Minas,
aguardando tempos presidenciais mais promissores.
É
claro que de ingênuo o senador não tem nada. Conhece em detalhes a artimanha
de seus companheiros e, mais ainda, a personalidade de cada um deles, que
começou a acompanhar desde os tempos do avô, Tancredo Neves, que abominava
Fernando Henrique, não confiava em Serra e desconhecia Alckmin.
O
importante para Aécio é evitar a impressão de uma guerra entre paulistas e
mineiros, até porque, do seu lado da fronteira, conta apenas com os índios,
sem nenhum cacique de peso.
Conseguiu
eleger-se presidente do PSDB, ainda que hoje já desconfie de haver caído numa
armadilha. Sabe da importância de tornar-se conhecido, mais do que já é, bem
como da necessidade de cautela em seu confronto com os três
mosqueteiros.
O
ideal seria dividi-los. Imprescindível também se torna buscar alianças, como
com o governador Eduardo Campos, o candidato ideal para seu companheiro de
chapa. Sem esquecer Sérgio Cabral.
Em
suma, a escalada é íngreme e a montanha, escarpada, para Aécio Neves.
Vitoriosa, porém, sua fixação como candidato deixaria clara a impossibilidade
de os tucanos paulistas voarem alto”.
O
Jornalista Janio de Freitas da Folha de São Paulo também neste domingo 02 de
junho escreveu:
“Haja paciência
Até
a eleição faltam 16 meses, mas a intensidade do assunto faz parecer que
estamos no ano que vem.
Até
a eleição presidencial, faltam 16 meses. Mas, forçada pelos jornais e por
dois aspirantes à disputa, a intensidade do assunto faz parecer que estamos
no ano que vem. Não é novidade. É, talvez, apenas exagero da precipitação
habitual, entre outras deformações que se tornam exageradas demais no
jornalismo de uma política muito medíocre.
Aguentar
mais 16 meses desse funk é uma ideia aterradora, se já agora fica difícil
suportar as caras diárias de Aécio Neves e Eduardo Campos nos jornais. Ainda
bem que, no Brasil, a justiça tarda, mas não chega. O que chega, até sob a
forma de sentença, é a vingança. O nosso tédio será vingado.
Eduardo
Campos já adotou o sistema senta/levanta. Faz uma aparição e some um período.
Não está forçado a isso por discordâncias levantadas contra sua candidatura
no seu PSB, as quais não se aplacarão só porque o governador de Pernambuco
fique um tanto mais no governo onde deve estar.
A
investida da exposição pessoal de Eduardo Campos em grande parte do país, com
ênfase no Sudeste e no Sul, não lhe rendeu politicamente nada. Além disso, o
périplo acentuou a evidência de sua contradição, ao mesmo tempo integrante da
"base governista" e pré-candidato de oposição a Dilma. E para isso
Eduardo Campos não teve resposta aceitável, frustrada a expectativa de
explorar um divórcio que Dilma não quis efetivar.
A
pausa para meditação, com aparições que apenas marquem presença, tanto indica
que Eduardo Campos deu a partida com antecipação e modo errados, como aponta
para a necessidade de trabalho agora redobrado. Inclusive, para tentar a
correção do problema que criou no seu partido, com o excesso de personalismo.
A
meta inicial de Aécio Neves é a mesma de Eduardo Campos: fazer-se conhecido.
Ainda não decorreu tempo suficiente para aferir-se o resultado de seu célere
"tour" pelo país. Deu, sim, para uma dúvida e uma constatação.
Aécio Neves, tendo iniciado tão cedo sua campanha e com tanta intensidade,
será capaz de sustentá-la, com o necessário crescendo, por mais 16 meses? É
muito improvável, nem suas características pessoais combinam com tamanha
exigência.
A
constatação decorre de suas falas. Aécio utiliza-se de referências frequentes
a Tancredo Neves, na busca de uma identificação familiar com extensão ao
destino político. Tancredo, porém, em todas as circunstâncias de sua vida
política, caracterizou-se por só falar quando teve o que dizer. E o
pré-candidato Aécio Neves só tem falado o que não precisa dizer, porque vazio
de interesse ou banal como crítica.
Eduardo Campos leva sobre Aécio Neves, porém, uma vantagem significativa: pode dar as costas a José Serra sem maior risco”.
A
respeito da fuga de lideranças do PSDB a imprensa nacional noticia:
“Deixou
sequelas entre tucanos o estilo “trator” do senador Aécio Neves (MG), para
viabilizar sua candidatura a presidente. Se ele não tratar melhor uma das
estrelas do PSDB, senador Álvaro Dias, por exemplo, o paranaense vai acabar
aceitando um dos convites de outros partidos.
Preterido
por Aécio para permanecer na liderança do PSDB, Dias tem feito falta à
oposição quase inexistente no Congresso Nacional. Ele ainda sonha em disputar
o governo paranaense contra o tucano Beto Richa, que é também seu desafeto.
O
senador Álvaro Dias (PSDB/PR) pode estar deixando o ninho tucano. Ele tem
convite de outros partidos, como o PV, e sonha com a disputa do governo do
Paraná em 2014, contra Beto Richa, seu desafeto, que é do PSDB. Em sua coluna
deste sábado, Claudio Humberto aborda os dilemas do senador.
O
Partido Verde cogitou lançar a candidatura do senador Álvaro Dias (PR) à
Presidência da República, quando Fernando Gabeira parecia hesitar sobre esse
projeto. Mas o político do PSDB, apesar de honrado com a possibilidade, ainda
não vê motivos para deixar seu partido”.
Como
se não bastasse todo clima desfavorável, novo desespero tomou conta da
campanha de Aécio após pesquisa do Instituto Vox Populi apontando que a
população considera o governo FHC pior do que as administrações petistas em
todos os aspectos: na gestão da economia e da educação, no combate à
corrupção e mesmo na luta contra a inflação; a despeito disso, Aécio está
convencido de que não faz mais sentido esconder o ex-presidente do eleitor em
2014.
Eis alguns pontos:
-
na geração de empregos, 7% dos entrevistados disseram que FHC atuou melhor,
enquanto 75% responderam que Lula e Dilma o superaram;
-
na habitação, 3% para FHC e 75% para Lula e Dilma;
-
nos programas para erradicar a pobreza, 4% ficaram com FHC e 73% com os
petistas; na educação, FHC foi defendido por 5% e Lula e Dilma por 63%;
-
na política econômica, em geral, FHC foi avaliado como melhor por 8% e os
petistas por 71% dos entrevistados;
-
no controle da inflação, FHC teve seu melhor resultado: 10% acharam que foi
melhor que os sucessores, mas 65% responderam que Lula e Dilma é que agiram
ou agem melhor;
-
no combate à corrupção, FHC teria atuado melhor que seus sucessores para 8%, enquanto
48% dos entrevistados afirmaram que Lula e Dilma foram-lhe superiores.
Os
dados são eloquentes e revelam que o eleitor ainda guarda uma boa memória
sobre o governo FHC. Aécio, no entanto, tem ouvido economistas que fizeram
parte de seu governo, como Armínio Fraga e Pedro Malan, e tem feito questão
de valorizar seu legado, como fez no programa do Ratinho, quando disse que
FHC é o verdadeiro pai do Bolsa Família.
Depois
de perderem duas eleições escondendo FHC, os tucanos mudaram de estratégia.
Mas falta ainda convencer o eleitor de que essa é uma boa estratégia.
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