domingo, 2 de junho de 2013

NOVOJORNAL


EDITORIAL:
BRASIL PARA ESTRANGEIRO
VER E LEVAR

Geraldo Elísio escreve no "Novojornal". Prêmio Esso Regional de jornalismo, passado e presente embasam as suas análises

Por Geraldo Elísio

"Quem quer não a liberdade, mas o Estado, não deve brincar de Revolução" – Bakunin

Até a Central Única dos Trabalhadores encabeça uma carta dirigida à presidente Dilma Rousseff, protestando contra o reinício do ciclo das privatizações. Grandes-pequenos jornais, a mídia como um todo defender a entrega dos portos e principalmente das reservas de petróleo não se trata de nenhuma novidade. O fato novo é que estas entregas de nossas riquezas ao capital internacional estão sendo promovidas pelo Partido dos Trabalhadores – PT – o mesmo que esperneou igual a porco a caminho da sangria contra os crimes de lesa pátria cometidos pelo abominável Fernando Henrique Cardoso, os mesmos que o pré candidato tucano à Presidência da República, Aécio Neves, promete retomar caso venha a ser eleito.
Como sempre o argumento utilizado é a falácia, uma suposta deficiência provocada em função de tais empresas se transformarem em cabides de emprego para políticos eventualmente derrotados em eleições. Ora, se o governo brasileiro não tem capacidade de legislar, votar e aprovar uma Lei que ponha fim a tal tipo de abuso, como pretende este mesmo governo dar continuidade à governança de um País que quer inclusive fazer parte do Conselho Permanente de Segurança da ONU, inclusive com direito a veto? É algo assim como um proprietário de uma casa comum que venha a público confessar a sua impossibilidade de administrar o banheiro de sua residência utilizando o mote para vender a casa. Cabides de emprego como já foi dito podem ter fim imediato com a promulgação de uma Lei que os impeça.
Mas o diabo é que a exemplo de um Maquiavel trapalhão – sem nenhuma intenção de ofender o quarteto de comediantes que fez a alegria de tantas gerações, o PT e simpatizantes tende a crer que o pecado dos outros, neles, imediatamente se transforma em virtude o que realmente não é aceito pelos teólogos. Os movimentos sindicais e populares já se movimentam no sentido de obter o cancelamento dos leilões de petróleo realizados em 14 e 15 de maio de 2013 e o cancelamento do processo que prevê a privatização das hidrelétricas de Três Irmãos, localizada no estado de São Paulo, e Jaguara, em Minas Gerais, áreas absolutamente estratégicas. Será a estratégia do PT é unicamente tornar ricos os seus integrantes? Será a vocação da esquerda brasileira é ser capitalista? Bakunin, em pleno auge das ideologias advertiu a Marx que ele não conseguiria destruir a burguesia então existente e, pelo contrário, criaria uma segunda.
Todas são obras construídas com o dinheiro, o suor e lágrimas do povo brasileiro e tais atos representam um tapa no rosto de grandes nacionalistas a começar de Felipe dos Santos, passando por Tiradentes, até chegar a Monteiro Lobato, professor Bautista Luzardo, professor Osório da Rocha Diniz, Moniz Bandeira, Celso Passos, Jorge Ferraz e o brigadeiro do ar Ivan Frota. Dilma e muitos dos que hoje estão no governo participaram das lutas clandestinas do pós-golpe civil militar de 64. Para quê? Com guerrilheiros de tal porte a repressão nem precisava preocupar com inimigos. Vale lembrar foi depois das privatizações que as tarifas de energia elétrica ascenderam a mais de 400%, o mesmo acontecendo em relação ao petróleo. Creio o colega Amaury Ribeiro Júnior ainda terá que se debruçar muito sobre um computador, no mínimo para, a exemplo de Jeday, pelo menos para de imediato começar a escrever “Privataria – O Retorno”.
O processo iniciado com o Fernando Collor de Melo levou o povo brasileiro a eleger Lula duas vezes seguida e na sequência Dilma Rousseff. A gente certa de que a privataria não era algo bom para os brasileiros, mas ambos se mostram, bem como os seus eventuais adversários a exemplo de Geraldo Alkimim, Serra e Aécio Neves com a fisionomia de Joaquim Silvério dos Reis, o que dedurou a Inconfidência Mineira.
Se é para entregar, o que sou absolutamente contrário, em sendo inevitável, opto até por razões afetivas que se devolva o território a Portugal com um imenso pedido de desculpas pelo estrago.
Este espaço é permanentemente aberto ao democrático direito de resposta a todas as pessoas e instituições aqui citadas.
geraldo.elisio@novojornal.com

Editorial:
ORGULHO NACIONAL

Por Geraldo Elísio

“É no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade.” - Immanuel Kant

Mais importante do que ser pentacampeão do mundo, o jornal espanho El País anuncia que o Brasil domina o índice das melhores universidades da América Latina segundo a avaliação de organismos encarregados de observar as melhores instituições do gênero no mundo. A USP de São Paulo é a primeira da latinoamérica ficando a Universidade Federal de Minas Gerais em quarto lugar. Oitenta e uma universidades brasileiras estão contidas nesta relação. Na sequência da classificação aparecem o México, a Colômbia, a Argentina, o Chile e o Perú.
Entretanto na relação dos maiores centros de ensino do mundo o Brasil não aparece entre as cinquenta maiores no que diz respeito ao quesito ciência e tecnologia, mas a Forbs apesar disto destacou aimportância que vem ganhando o sistema universitário brasileiro. Um dos destaques da revista diz respeito ao fato das universidades públicas serem “muitos superiores” ao ensino das universidades privadas, com “seleções rigorosas e competitivas”. A mesma Forbs diz que as universidaders brasileiras começam a se interessar mais pela ciência e invenções.
E destacado ainda que importantes centros internacionais estão abrindo as suas portas para estudantes brasileiros, além de transferirem unidades para o Brasil. E que, seguindo o modelo chinês, o governo de Brasília se prepara para enviar milhares de jovens para completar formações acadêmicas nos melhores centros educacionais do mundo.
A nota dissonante e triste é que o Brasil precisa melhorar o seu ensino primário que continua a aparecer nos últimos lugares do ranking mundial. Segundo o jornal espanhol, há um destaque negativo para o Brasil ainda não ter atingido a escola integral – projeto que foi defendido por Leonel Brizola e o professor Darcy Ribeiro – salientando que as nossas crianças chegam a outros cursos com uma porcentagem de até 30% de rapazes e moças sem saber ler e escrever corretamente e, principalmente, sem entender o significado do que lêem, o que os torna analfabetos funcionais.
Enquanto isto o Estado de Minas Gerais (observação do editorialista) constrói o faraônico projeto da Cidade Administrativa, gasta dois bilhões com publicidade, reconstrói dois estádios de futebol, e paga mal aos funcionários da segurança e saúde pública, sem contar os professores da rede pública submetidos a um eterno calvário. O que joga por terra a propaganda enganosa do déficit zero e o choque de gestão propalado pelo ex-governador Aécio Neves, através da sua irmã “Sinhá” Andréa “Goebbels” Neves, a “Mãos de Tesoura”, diuturnamente dedicada a comprar elogios para o seu irmão e sufocar a imprensa mineiro que vai falecendo a cada dia que passa tendo como causa mortir o silêncio e a omissão.
Pimentel e seus dilemas
A Escola Periptética de Aristóteles, quando ele abriu a primeira instituição do Liceu, em Atenas, caracterizava-se basicamente em função do por quê? Indagação que servia para levar à reflexão por que árvore é árvore, folha é folha e assim por diante. Sempre teve uma caracterização empírica em contraposilão à Escola Platônica.
Aristoteles ministrava as suas aulas de forma ambulante, caminhando pelo Liceu ou sob as árvores que o circundavam. Longe de mim a heresia de sequer ter a imaginação   de me comparar ao grande filósofo grego. Entretanto, como repórter, gostaria de dar um giro pelo Parque Municipal de Belo Horizonte na agradável companhia do ministro Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, questionando alguns por quês.
Inevitável começar indagando por que ele, depois de 16 anos de mandato do PT à frente da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, com ampla aprovação popular – ou isto era mentira (?) resolveu se unir ao então governador Aécio Neves e entregar o Poder de mão beijada a Márcio Lacerda, o Clóis Boarnay da quarta feira de cinzas.
Por que ele não responde os ataques de Aécio Neves depois de ter sido eleito presidente do PSDB à presidente Dilma Rousseff – sua fada madrinha que ainda o mantém no ministério, apesar de todas as acusações que surgem contra ele na imprensa nacional?
Se ele espera, apesar do andamento da carruagem, que Aécio, mesmo sendo pré-candidato à Presidência da República, o que obviamente prejudica a sua fada madrinha Dilma Rousseff, venha a apoiá-lo como candidato petista ao governo de Minas Gerais? E se em caso de uma resposta positiva neste sentido se as pretensões pessoais e grupais dele estão acima das vontades partidárias?
Ou então se a vontade de Lula e do núcleo partidário estão a latere do PT formando um quebra cabeças que eu confesso não entender, a não ser que seja ordem da banca que domina o mercado?
Por que ele, escorado no ditado popular segundo o qual “quem não deve não teme” não responde a todas as acusações  que contra ele se alevantam? Se ele gosta de cinema e, influenciado pela obra prima do diretor Elio Petri se sente um cidadão acima de quaisquer suspeitas?
Em termos filosóficos, diante das realidades que se antepõem à frente de um repórter, prefiro mais o estoicismo. Mas diante do quadro que envolve o ministrto Fernando Pimentel fico a pensar diante de um imaginável passeio matutino pelas alamedas do Parque Municipal de Belo Horizonte, nós dois conversando, eu com os meus por ques e ele com a sua problemática da qual não imagino a “solucionática”, se não me transformaria em peripatético e ele, mais atormentado, não se quedasse patético? Sem contar que eu, diante de tantas contradições sem explicações não passemos eu e o povo de nada mais nada menos do que uns patetas.
Este espaço é permanentemente aberto ao democrático direito de resposta a todas as pessoas e instituições aqui citadas.
geraldo.elisio@novojornal.com

PMDB desautoriza, mas
Clesio manda Adalclever
negociar com PSDB

Na tentativa de melar aliança nacional do PMDB com o PT, senador Clesio Andrade simula desconhecer, mas manda Adauclever negociar com o PSDB

A tradicional postura do Senador Clesio Andrade em utilizar de maneira inadequada os diversos partidos e os cargos políticos que ocupa como moeda de troca e ganhos pouco republicanos volta em cena, desta vez sua vítima é o PMDB.
Desde a década de 90, Clesio participa do jogo político mineiro através do pagamento de suborno para conseguir melhores tarifas de ônibus e do financiamento de diversas campanhas. De vereadores a governadores, sendo as de maior destaque em 1998, quando foi candidato derrotado a vice de Azeredo e em 2002 quando se elegeu vice de Aécio Neves.
Atualmente no cargo de senador, em função de ocupar a primeira suplência de Elizeu Rezende que faleceu, Clesio anteriormente fora suplente do ex-senador e governador de Minas Gerais Francelino Pereira. Jamais obteve qualquer voto popular.
Autêntico político empresário, como dito anteriormente, Clesio concentra seus investimentos no financiamento de diversas campanhas políticas, espalhando seus tentáculos pelos diversos partidos, via parlamentares, por ele patrocinado. É através desta “bancada” que o senador vem negociando com o governo federal e estadual.
Há três semanas diante da prevista união entre o PT e o PMDB a nível nacional e regional, o Deputado Estadual pelo PMDB Adalglever Lopes foi procurado pelo presidente estadual do PSDB, Deputado Federal Marcos Pestana em busca de um acordo para inviabilizar tal aliança.
O encontro fora agendado por Clesio, insatisfeito com a indicação do então presidente do PMDB mineiro Antonio Andrade para Ministro da Agricultura. Clesio queria ser o escolhido para ocupar o cargo de Ministro dos Transportes, porém os diversos processos a que responde perante o STF, principalmente o do Mensalão, impediram que Dilma o atendesse.
Clesio e Aécio, além de terem ocupado o governo de Minas, mantém grande “afinidade financeira”, pois o PSDB mineiro tem hoje sua principal fonte de receita nos concessionários de ônibus, todos filiados à CNT, Confederação Nacional de Transportes, presidida por Clesio. Esta relação Clesio não esconde, tendo dias atrás a confirmado através da imprensa, informando que tem conversado permanentemente com Aécio Neves.
Desde sua reunião com Marcos Pestana, Adalclever evita comparecer ao PMDB e até mesmo ao plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Segundo colegas de partido, não foram poucas as vezes que ele foi questionado sobre seu comportamento e nada respondeu.
Os mesmos colegas informam que Adalclever e Clesio vêm agindo sem qualquer orientação ou conhecimento partidário. Consultado oficialmente o partido informa que sabe apenas da reunião ocorrida entre Marcos Pestana e Adalclever em seu gabinete na Assembleia, não tendo conhecimento do que foi tratado, desconhecendo ainda qualquer outro encontro.
Para poupar-se e manter uma imagem de oposicionista principalmente em função dos cargos conseguidos, de suas bases eleitorais e dos diversos financiamentos e benefícios obtidos no governo federal para as mesmas, Adalcever transferiu as negociações para seu assessor e advogado conhecido no meio político como Eltinho. 
O assessor de Adalclever há quase três semanas despacha diariamente na Cidade Administrativa diretamente com interlocutores do Governo de Minas, em função deste fato já existe uma movimentação no PMDB exigindo que os comportamentos de Adalclever Lopes e Clesio Andrade sejam analisados pelo conselho de ética do partido.
Adalclever tem se reunido com Marcos Pestana na residência do mesmo, destas reuniões já participaram o presidente da COPASA, da CEMIG e por último, quando se reuniu junto com Clesio, o presidente da CODEMIG acompanhado da irmã de Aécio, Andréa Neves.
Para integrante do PMDB esta dubiedade tem trazido sérios prejuízos eleitorais ao partido e descrédito perante a sociedade, que não vê no mesmo um partido confiável e sim um grupo de políticos sem ética em busca de vantagens. 
A posição de Adalclever coloca em risco a permanência de Marcos Lima na presidência do CEASA-MG, pois o mesmo foi indicado para o cargo pelo deputado. 
As interferências de Clesio Andrade não se restringem apenas ao deputado estadual Adalclever Lopes, o deputado federal mineiro Leonardo Quintão, seguindo orientação do senador mineiro e de Aécio Neves, mobilizou seus conterrâneos e conseguiu reunir assinaturas suficientes para instalar a CPI da Petrobras.
Tal fato permitiu que o líder do PMDB na Câmara Federal, Deputado Eduardo Cunha, homem de confiança do governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, companheiro e parente de Aécio Neves, orientasse seu vice-líder, deputado Lúcio Vieira Lima, para disparar farpas contra o ex-deputado Antônio Andrade, atualmente ministro da Agricultura.
"Em vez de ficar preocupado com cargos, o ministro deveria trabalhar para conter a bancada mineira do PMDB, que, com seis deputados, conseguiu assinaturas para a CPI da Petrobras. Ele (Antônio Andrade) é quadro do partido na Esplanada, só está lá para isso, acalmar seus correligionários, mas nem isso ele conseguiu. Dilma Rousseff deveria cobrá-lo".
Novojornal tentou por 15 dias falar com o deputado Adalclever Lopes, com seu assessor, com o Senador Clesio Andrade e com o presidente do PSDB de Minas Gerais, deputado Marcos Pestana, e não conseguiu.