terça-feira, 18 de junho de 2013

Publicado em 18/06/2013
EDITORIAL:

O CARA DE PAU!
Por Geraldo Elísio
Geraldo Elísio escreve no "Novojornal". Prêmio Esso Regional de jornalismo, passado e presente embasam as suas análises

O ser humano, único ser inconveniente, que faz verdades inconvenientes serem convenientes. - Raíza Robert Silva

Em show explícito de falta de senso e cara de pau o ex-governador de Minas Gerais e atual senador pelo Estado, Aécio Neves, postou matéria no FaceBook criticando o Governo Federal a quem responsabiliza pelas manifestações de rua que ocorrem no Brasil e que acabam por ganhar lugar de destaque na mídia internacional.
Ninguém, nem os políticos, os cientistas políticos ou jornalistas têm explicações para tão súbita erupção popular a não ser uma insatisfação generalizada e reprimida que de repente explode atingida pela fagulha dos 20 centavos de reis no aumento dos preços das passagens em São Paulo, contaminando todo o Brasil.
Porém, mais difícil do que isto é tentar explicar a falta de senso de Aécio Neves ou de algum assessor extremamente burro que no afã de prestar serviço o induziu a tamanha parlapatice. Devem ter aproveitado um momento em que ele cheirou cocaína para induzi-lo à tamanha inconveniência. Não creio que serei processado por isto ficando prevalecendo a minha informação. Se for processado isto faz parte do jogo democrático e terei a oportunidade de me utilizar do recurso da exceção da verdade. Ele e sua irmã Sinhá Andréa Goebbels Neves, a Mãos de Tesoura, sabem muito bem disto, a exemplo de contas escondidas em paraísos fiscais e um rastro de mortes nebulosas em festinhas de embalo regadas a pó.
Os manifestantes que as próprias forças repressivas não identificam como militantes políticos, preferindo o vocábulo vândalos para defini-los só conseguem identificar com clareza os reclamos contra os maus salários pagos aos professores da rede pública estadual e municipal, os médicos e paramédicos, os agentes da segurança pública e a má qualidade do transporte coletivo em Belo Horizonte, sem contar o stress provocado por um trânsito conturbado na outrora Cidade Jardim onde ninguém mais consegue trafegar, apesar de bilhões gastos com obras ineficientes na tentativa de resolver a questão. E para completar os gastos monumentais e superfaturados com estádios de futebol visando a Copa do Mundo de 2014.
Ou o senador Aécio Neves, em virtude do uso continuado de drogas se esquece das coisas mais elementares ou então acredita que todos nós somos uns perfeitos idiotas.
Na estratégia publicitária traçada por Sinhá Andréa Frau Goebbels Neves a Mãos de Tesoura ele foi um dos que mais se empenhou junto com Lula para que a inconveniente Copa do Mundo de 2014 viesse para o Brasil e para Minas Gerais, ambos se esquecendo que os últimos eventos sobre os auspícios da corrupta FIFA foram deficitários.
No governo dele e do insosso Anastasia, por ele apadrinhado, foi que a segurança pública entrou em colapso, a saúde adoeceu, a educação foi pauperizada e os donos dos transportes coletivos ganharam dinheiro a rodo para brindar o povo de Belo Horizonte com um dos piores serviços do mundo. Que autoridade moral, portanto tem Aécio Neves para se utilizar das redes sociais engrossando a onda de protestos?
Estive a pensar no assunto e do ponto de vista da lógica só um fato me ocorreu plausível. Cansado, enfarado, com larga preferência pelas festas de embalo das quais participa no Rio de Janeiro o play boy do Leblon quer se suicidar politicamente e dedicar por inteiro seu tempo ao lazer. Ou então eu me emburreci de tal forma que não estou entendendo mais nada.
PS – Também o que escrevo não serve de álibi para a defesa de qualquer outro partido, inclusive o PT, hora sim outra também muito amigo dos tucanos. Vide o ministro Fernando Pimentel. Nem a matéria que se segue tem a ver com a primeira parte do editorial de minha inteira responsabilidade.
O que realmente está por trás das manifestações no Brasil?
Está matéria da CNN solicitamos o envio através do internauta Hércoles Jaci, renomado psicoterapeuta e amigo de longos anos, estudioso igualmente de outros problemas de ordem comportamental.
Os protestos que vêm ocorrendo no Brasil vão além do aumento de R$ 0,20 na tarifa dos transportes públicos.
O Brasil está experimentando atualmente um colapso generalizado em sua infra-instrutora. Há problemas com portos, aeroportos, transporte público, saúde e educação. O Brasil não é um país pobre e as taxas impostos são extremamente altas. Os brasileiros não vêem razão para uma infra-instrutora tão ruim quando há tanta riqueza tão altamente taxada. Nas capitais, as pessoas perdem até quatro horas por dia no tráfego, seja em automóveis ou no transporte público lotado que é realmente de baixíssima qualidade.
O governo brasileiro tem tomado medidas remediadoras para controlar a inflação apenas mexendo nas taxas e ainda não percebeu que o paradigma precisa compreender uma aproximação mais focada na infra-instrutora. Ao mesmo tempo, o governo está reproduzindo em escala menor o que a Argentina fez há algum tempo atrás: evitando austeridade e proporcionando um aumento com base em interesses da taxa Selic, o que está levando à inflação alta e baixo crescimento.
Além do problema de infra-instrutora, há vários escândalos de corrupção que permanecem sem julgamento, e os casos que estão sendo julgados tendem a terminar com a absolvição dos réus. O maior escândalo de corrupção da história do Brasil finalmente terminou com a condenação dos réus e agora o governo está tentando reverter o julgamento usando de manobras através de emendas constitucionais inacreditáveis: uma, o PEC 37, que aniquilará os poderes investigativos dos promotores do ministério público, delegando a responsabilidade da investigação inteiramente à Polícia Federal. Mais, outra proposta busca submeter as decisões da Suprema Corte Brasileira ao Congresso – uma completa violação dos três poderes.
Estas são, de fato, a revolta dos brasileiros.
Os protestos não são movimentos meramente isolados, unificados ou badernas de extrema esquerda, como parte da imprensa brasileira afirma. Não é uma rebelião adolescente. É o levante da porção mais intelectualizada da sociedade que deseja pôr fim a esses problemas brasileiros. A classe média jovem, que sempre se mostrou insatisfeita com o esquecimento político, agora “despertou” – na palavra dos manifestantes.