terça-feira, 2 de julho de 2013

ADVERTÊNCIA...

PUBLICADO EM 01 DE JULHO DE 2013

EDITORIAL:
UMA ADVERTÊNCIA
Geraldo Elísio escreve no "Novojornal". Prêmio Esso Regional de jornalismo, passado e presente embasam as suas análises

Por Geraldo Elísio
“Raio não cai duas vezes no mesmo lugar”. – Ditado popular brasileiro

Enumerar diversos golpes de estado que se sucederam na América do Sul, principalmente no Cone Sul da América do Sul é enfadonho, principalmente a partir de greves de caminhoneiros que geralmente terminam em crise de desabastecimento e uma conseqüente revolta popular que atingem os governos.
Entretanto, o mais intrigante é que o novo movimento grevista tem início em Minas Gerais, em 1964, o berço aparente do golpe civil militar que resultou no dia que durou 21 anos. Isto não isenta de forma alguma a culpa de Minas Gerais contra a instituição democrática, por que o golpe tramado em realidade pela Casa Branca e o Pentágono via entendimentos dos presidentes John Kennedy e posteriormente Lyndon Johnson com o embaixador Lincoln Gordon e o adido militar general Vernon Walthers com um grupo de militares brasileiros, alinhado teria Minas Gerais como epicentro com a Polícia Militar sustentando os primeiros combates com eventuais forças leais a Jango, até o desembarque dos “marines” norte-americanos da “Operação Brother Sam”, inclusive com a presença de um porta aviões da classe “Forrestal”,  sua guarnição entre os quais seis destroyers e mais toda a frota de aeronaves compatíveis com uma belonave desta categoria.
Os “marines” desembarcariam em Carapebus, atualmente colônia de férias da PMMG e em marcha acelerada se dirigiriam para Belo Horizonte “transformando o Brasil em um novo Vietnã”, segundo depoimento do coronel PM Heimar Mattos até hoje o original por ele autenticado está guardado em meu poder. Seria declarado um estado insurrecional e pedido o reconhecimento de governos externos. Mas em situações similares tudo tem de ser combinado com todos e se isto não acontece e alguém discorda é grande a possibilidade de erro.
Se as duplas Kennedy e Johnson, Lincoln Gordon e Vernon Walthers sonhavam com um Brasil alinhado aos interesses de Washington, exatamente, a linha mais dura dos militares brasileiros não concordou com a divisão do País em dois e, em 1968 acabou havendo o “Golpe no Golpe”, título do capítulo de um livro que eu estou escrevendo chamado "Baú de Repórter". Daí, resultando as preocupações de Henry Kissinger em impedir “o surgimento de uma nova China ao sul dos trópicos”.
Mas isto foi nos idos de 64. Em 2013 a situação é bem outra. O Brasil é a sexta economia do mundo, os Estados Unidos da América do Norte já dispõem de várias frentes de lutas abertas e, principalmente, não sei de poderão enviar outro porta aviões para as costas do Espírito Santo, quando inclusive lutam desesperadamente para salvar a sua própria economia interna diante da insatisfação do grupo "Occupay Wall Street". Sem contar que as redes sociais e sites detêm muito mais poder de comunicação do que a mídia tradicional.
Além do mais, em 64 as lideranças de então eram bem mais sólidas do que as que se apresentam agora. O povo por todas as manifestações de ruas está tomado de insatisfação, mas não vê em Fernando Henrique Cardoso, o fraudador da dívida externa brasileira, segundo o deputado federal delegado Protógenes Queiroz, do PC do B/SP, o salvador da Pátria, logo ele que doou o Brasil às multinacionais e condenou os aposentados e quem ainda irá se aposentar à eutanásia econômica com a criação do Fator Previdenciário, aprovado em votação no Congresso Nacional sob o comando do então deputado federal Aécio Neves, hoje condenado em Tribunal Superior pelo desvio de 4,5 bilhões de reais destinados ao setor de saúde; acusado de ser usuário constante de cocaína, com várias internações no Hospital Mater Dei, em Belo Horizonte, portador de contas milionárias em paraísos fiscais; envolvimento em festas de embalos que terminaram num rosário de mortes de jovens embevecidas com as luzes do chamado “jet set”; a construção da “Aeciolândia”, também conhecida como Cidade Administrativa; o gasto conjunto com a irmã dele “Frau” Andréa “Goebbels” Neves, a “Mãos de Tesoura”, de dois bilhões de dólares com publicidade; e o gasto excessivo e superfaturado com estádios de futebol, este também não. Somos pentacampeões do mundo em termos de Copa do Mundo e tricampeões mundiais da Copa das Confederações, título este conquistado no último domingo. Mas e a partir de segunda 01 de julho se alguém precisar de segurança pública, saúde, transporte coletivo, cultura e educação de qualidade como é que ficamos? José Serra e Geraldo Alkimim também não fazem a cabeça do povo.
Fator Previdenciário dado sequência por Lula e Dilma Rousseff, que agora eu quero ver se irão fazer ouvidos de mercador à voz rouca das ruas. Que, diga-se de passagem, não está tão rouca assim e dando mostras da sua exuberância, excetuados os vândalos e baderneiros que nunca representaram, não representam e nem representarão ninguém de bem.
Aliás, por falar em povo o que ele está querendo é ver os mensaleiros do PT já condenados atrás das grades. Quer assistir ao julgamento dos implicados no mensalão dos tucanos mineiros e do DEM, vendo-os também por trás das enxovias; assistir ao julgamento e condenação dos implicados na Lista de Furnas; ver banidos da vida pública os “bandidos de toga”, como disse a ex-corregedora do Conselho Nacional de Justiça – CNJ – ministra Eliana Calmon, e todos os que afrontam a Lei pagando por seus pecados.
Então fica difícil! Pode até ser que alguém pretenda um golpe. Mas não será com Aécio ou o ministro Carlos Mário Velloso que isto será viabilizado, ainda que com o apoio da "Rede Globo" ou qualquer instituição da mass mídia, valendo o aviso igualmente para os radicais petistas que sonham com o poder ad infinitum, ainda que para isto seja sacrificada a democracia.