quarta-feira, 10 de julho de 2013

QUANDO BRILHA O OURO???

Publicado em 09/07/2013

Editorial:


NEM TUDO QUE RELUZ É OURO

Por Geraldo Elísio

“Em política é impossível andar em dois carrinhos” – Aforismo dos velhos políticos mineiros

Talvez nenhum jornalista tenha feito tantas e contundentes críticas ao ex-prefeito de Belo Horizonte e atual ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (PT), quando ele, em momento de infeliz inspiração, aparentemente movido pelo egoísmo mais genuíno, resolveu se juntar ao ex-governador Aécio Neves (PSDB) para eleger Márcio Lacerda, o “Clóvis Bornay da Quarta Feira de Cinzas” o prefeito de Belo Horizonte.

Não que eu tenha ligações com quaisquer outros postulantes e muito menos partidos, muito antes pelo contrário. Mas a análise política requer o uso da lógica e as coisas incompreensíveis exigem indagações plausíveis, principalmente num episódio onde o Partido dos Trabalhadores de Belo Horizonte, há 16 anos no poder e com boa avaliação resolveu de mão beijada transferir o mando para o fidagal (?) adversário (?) tucano.

A Escola Peripatética de Aristóteles, luminar da antiga filosofia grega, obviamente recomenda em tal situação o emprego dos por quê. Será que na melhor das hipóteses tanto Pimentel quanto Aécio nunca desfrutaram da aceitação popular que a publicidade mostrou? Em termos médios, o apoio velado dos tucanos mineiros foi um efeito devastador para o paulista José Serra? Ou em termo máximo, tal aliança culminaria com benefícios velados para mensaleiros petistas, tucanos e “demos”, o que agora se tornou mais difícil depois que o gigante acordou, estando a bocejar também a famosa Lista de Furnas e outros escândalos menos votados?

Seja lá o que for o certo é que ao que tudo indica os petistas estão “cristianizando” o ministro Fernando Pimentel, enquanto a grande mídia começa a bater de com força no amigo dileto de dona Dilma Rousseff, companheiros de ações políticas na clandestinidade ao tempo da resistência aos governos militares do golpe civil militar de pós 64.

Segundo o ex-presidente Tancredo Neves, “certos acertos com as esquerdas tornam-se difíceis porquê eles são iguais a macacos rodados.”  Na ocasião eu o acompanhava em uma viagem fazendo cobertura para o jornal “O Estado de Minas”. Ele deu um sorriso e me contou uma história que por sinal eu já sabia, mas sem fazer analogia com a política.

“No sertão ali pelos lados de Três Marias as crianças conseguem pegar micos que são abundantes na região. Depois ficam à espreita em algum barranco de rodovia e quando vem um veículo ao longe rodam os bichinhos com toda a força segurando-os pelo rabo, até que eles fiquem muito zonzos e quietinhos. Quando o carro se aproxima eles sinalizam e vendem os miquinhos como se fossem bastante mansos. Os incautos compram e dez minutos depois quando já estão rodando de novo em direção aos seus destinos a zonzeira passa e os bichos viram um inferno. A única solução é soltá-los de volta ao cerrado”.

Não disponho de nenhuma prova que me permita provar, mas tenho sérias desconfianças de que – copy rigth by doutor Tancredo Neves – o ministro Fernando Pimentel comprou um “macaco rodado.”
Macacos me mordam!