segunda-feira, 9 de setembro de 2013

PF EM MINAS GERAIS...BUSCAS E APREENSÕES.

Publicado em 09/09/2013 

PF faz busca e apreensão na 
Cidade Administrativa e na Fiemg
Entre os detidos estão ex-deputados e membros do governo Estadual e Federal apontados como principais operadores finaceiros do esquema de desvios

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta segunda-feira (9), a operação Esopo contra desvios de verbas no Ministério do Trabalho. Quarenta e nove mandados judiciais, incluindo de prisão, de busca e apreensão de condução coercitiva foram expedidos pela Justiça de Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro, Recife e Vitória. Entre os que tiveram prisão decretada, estão Paulo Roberto Pinto, ex-ministro interino do Trabalho, Anderson Brito Pereira, assessor do ministro Manoel Dias, o servidor do ministério, Geraldo Riesenbeck e Antonio Fernando Decnop Martins, ex-CGU e atualmente lotado na Funai. O ex-ministro Paulo Roberto Pinto foi conduzido coercitivamente, os demais foram presos preventivamente.
O prédio do Ministério do Trabalho, em Brasília, está sendo alvo de busca e apreensão de documentos. Em BH, o Instituto de Desenvolvimento do Norte de Minas Gerais (Idene), na Cidade Administrativa, sede do Governo de Minas, e a sede da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), tiveram mandado de busca e apreensão autorizados pela Justiça.
 
De acordo com as investigações, a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), Instituto Mundial do Desenvolvimento e da Cidadania (IMDC), uma entidade com sede em BH, realiza convênios de fachada com o Ministério do Trabalho. Nos últimos cinco anos, segundo a PF, cerca de R$ 400 milhões saíram do ministério e foram parar nos cofres do IMDC. Os federais ainda sabem ao certo o valor desviado, mas somente em alguns contratos analisados foi descoberto um rombo de R$ 55 milhões no montante de R$ 79 milhões repassados pelo ministério.
 
O jovem empresário mineiro Deivson Oliveira Vidal, presidente do IMDC, é apontado como o líder da organização criminosa e principal operador financeiro do esquema de desvios. Em sua residência, uma mansão localizada no condomínio Alfa Vile Lagoa dos Ingleses, na região de Nova Lima, região metropolitana de BH, foram apreendidos R$ 80 mil em dinheiro, jóias e carros importados. O presidente da comissão de licitações da Fiemg, Nelson de Souza Dabés Filho, e o ex-diretor do Idene, Walter Antonio Adão, também foram presos. A ex-braço direito do operador Marcos Valério, Simone Reis Lobo de Vasconcelos, que tinha uma empresa de fachada que fornecia notas forjadas de empenho para a entidade, foi conduzida coercitivamente para prestar depoimento. Simone tinha uma empresa de aluguel de carros e, apesar de ter apenar um veículo registrado, ela forneceu notas fiscais para justificar a prestação de serviço de R$ 400 mi para o evento conhecido como Minas Tren Preview. O IMDC executava programa do Pro-Jovem, entre vários outros.
 
O lobista Marcos Vinícius da Silva, ex-assessor do deputado federal Ademir Camilo (PSD-MG), teve a prisão decretada, mas está foragido. Outro lobista, Rubens Costa Leite França, teve a prisão decretada no Rio de Janeiro. O ex-deputado federal mineiro Osmânio Pereira de Oliveira, que já teve o nome ligado a máfia dos sanguessugas, foi preso no Bairro Funcionários, região Centro Sul de BH. Vários ex-prefeitos da região do Norte de Minas tiveram a prisão decretada. Além da PF, a operação Esopo conta com Receita Federal e Controladoria Geral da União (CGU). As informações são do O Globo.
 
Nota da redação: 
 
Ao contrário do informado pela matéria do “O Globo” o senhor Nelson de Souza Dabés Filho não é o presidente da comissão de licitação e sim Superintendente de Administração e Finanças da Fiemg. 
 
 
Entidades investigadas pela Operação Esopo: 
 
 
 
 
Imagem que complementa a matéria:
Sede da Fiemg encontra-se fechada e funcionários sem acesso, 
enquanto a Receita Federal promove busca e apreensão.
 
 
Atualizado às 15h39m do dia 09/09/2013:
 
PF ouve ex-braço direito de Marcos Valério sobre desvios no Ministério do Trabalho
 
O secretário-executivo do Ministério do Trabalho durante a gestão de Carlos Lupi (PDT), Paulo Pinto, e Simone Vasconcelos, ex-braço direito de Marcos Valério Fernandes de Souza, operador do mensalão, foram encaminhados pela Polícia Federal para prestar depoimento nesta segunda-feira (9).
 
Esses depoimentos, segundo a reportagem apurou, fizeram parte da Operação Esopo, deflagrada pela PF como consequência de investigações sobre desvios de verbas no Ministério do Trabalho em dez Estados e no Distrito Federal. A fraude pode ter movimentado por volta de R$ 400 milhões em cinco anos, estimam os policiais.
 
Uma empresa de Simone Vasconcelos é acusada de fornecer notas forjadas para o esquema, organizado por uma Oscip, o Instituto Mundial do Desenvolvimento e da Cidadania (IMDC), que realizava convênios de fachada com o ministério no Distrito Federal e em dez Estados.
 
Os recursos desviados vinham de quatro frentes, segundo informaram delegados da PF em entrevista há pouco em Belo Horizonte: programas federais, estaduais e municipais, além do projeto Minas Trend, voltado ao setor de moda, com apoio da Fiemg, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, que também usava recursos federais.
 
Dos 25 mandados de prisão temporária, 22 foram cumpridos na manhã desta segunda-feira. Das 12 "conduções coercitivas" (obrigatórias) para depoimento, 11 foram efetivadas - entre elas, as de Paulo Pinto e Simone Vasconcelos. A Justiça expediu 44 mandados de busca e apreensão e 20 de sequestro de valores e bens. Ao todo foram 101 mandados.
 
A Justiça autorizou ações no Ministério do Trabalho em Brasília, na sede do governo estadual em Belo Horizonte e em várias prefeituras no interior de Minas Gerais.  As informações são da Folha.
 

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