Manobra do governo de Minas ameaça falir instituto de previdência do
estado
Foto: Sandro Abreu
Deputados da oposição e sindicalistas
mobilizados contra a aprovação das propostas do governo.
Apesar da grande mobilização dos servidores públicos do
Estado e dos deputados da oposição, entre eles Rogério Correia, as
propostas do governo de Minas sobre as mudanças na previdência do funcionalismo
tiveram tramitação recorde na Assembléia Legislativa e agora já estão prontas
para a apreciação em 1º turno no Plenário. Nesta quinta-feira, 14/11, os
deputados da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO) aprovaram
pareceres favoráveis aos Projetos de Lei Complementar (PLC) 53/13 e 54/13 que
alteram o regime de previdência desses servidores.
Na
reunião da CFFO, o PLC 53/13 teve parecer pela aprovação com as emendas nºs 1 a
3 da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Ele tem o objetivo instituir o
regime de previdência complementar para os servidores efetivos do Estado e
membros dos três Poderes, do Ministério Público, do Tribunal de Contas e da
Defensoria Pública.
Já o PLC
54/13, que passou com as emendas nº 1 e 2 da CCJ, tem o objetivo de
reestruturar o regime de previdência dos servidores, por meio da extinção do
Fundo de Previdência do Estado de Minas Gerais (Funpemg) e da unificação da
administração dos pagamentos dos benefícios previdenciários no Fundo Financeiro
de Previdência (Funfip).
Manobra
Para o
deputado Rogério Correia, essa é mais uma manobra do governo de Minas para
tapar o rombo da falência do estado. “O estado está quebrado e agora o governo
quer que o servidor pague a conta, retirando o dinheiro do Funpemg para arcar
com o custeio da máquina pública”, criticou Rogério. Ele também questionou o
motivo da extinção de um fundo superavitário (Funpemg) com a transferência dos
recursos para outro nitidamente deficitário (Funfip). “Querem jogar o dinheiro
do funcionalismo em um verdadeiro buraco sem fundo; essa manobra vai acabar provocando
a falência do instituto de previdência do estado!”, alertou.
Para o
deputado Rogério Correia, o problema não vai atingir apenas os servidores
públicos, mas toda a população mineira. Isso porque se faltarem recursos do
fundo para o pagamento das aposentadorias, o governo vai retirar dinheiro dos
cofres públicos para conseguir honrar os compromissos, o que representa menos
investimentos nas áreas da Educação, da Saúde, da Segurança Pública etc.
Durante
toda a semana, nas reuniões das comissões onde os PLCs foram apreciados, a
mobilização dos esforços foi em prol da retirada da previdência complementar e
da retomada do plebiscito no qual os trabalhadores pudessem decidir pela
extinção, ou não, desse fundo próprio da previdência. Esse importante instrumento
democrático foi confiscado através da emenda nº 2, de autoria do deputado Zé
Maia (PSDB), que alterou a a Lei Complementar 64, de 2002. “Foi um golpe
contra o servidor estadual, o que comprova, mais uma vez, a falta de
compromisso do governo de Minas com o funcionalismo público”, lamentou.
Criado em
2002, o Funpemg assegura, desde o início de 2013, as aposentadorias e as
pensões dos servidores públicos estaduais efetivados no Estado após 31 de
dezembro de 2001. Atualmente, o fundo tem um patrimônio superior a R$ 3 bilhões
e mais de 65 mil segurados,tornando-se o segundo maior fundo de previdência do
Brasil, atrás apenas da Paraná Previdência, segundo dados da Revista Investidor
Institucional de julho deste ano.
Assista,
abaixo, pronunciamento do deputado Rogério Correia em Plenário nesta
quinta-feira, 14/11.
http://www.youtube.com/watch?v=xiTlNMCxYvg#t=15
Repúdio
Diversas representações
sindicais do estado repudiaram o golpe dado pelo governo de Minas e por sua
base na Assembleia. Os trabalhadores estão inseguros quanto à possibilidade de
não terem resguardado o direito de usufruírem os recursos de sua aposentaria no futuro.
Foto: Sandro Abreu
Andrea
Mirra (Sisipsemg): o governo de Minas
quer dar um verdadeiro calote no servidor.
Foto: Sandro Abreu
Denilson Martins (Sindpol): não
aceitamos
o fim do FUNPEMG! Esse dinheiro é nosso!
Foto: Sandro Abreu
Sandra Silvestrini (Serjusmig): nós
servidores públicos sequer fomos
ouvidos
sobre essa proposta do governo!
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