Publicado em 26/11/2013
2014:
Senador Clésio Andrade
(PMDB-MG) terá
acerto histórico
Além de réu no processo do Mensalão Mineiro
do PSDB, Clésio responderá por crimes contra
a
administração pública e lavagem de dinheiro
O histórico das três últimas décadas, comprovam que
o senador Clésio Andrade (PMDB-MG) construiu sua carreira empresarial e
política rigorosamente a margem da lei, contando sempre com a total
cumplicidade e omissão dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário mineiro,
cooptados desde 1983 pelo ex-governador Hélio Garcia.
Foram trinta anos de muita fartura e total impunidade,
que transformaram um bilheteiro de ônibus em uma das figura mais influentes na
política de Minas Gerais, assim como uma das maiores fortunas do Estado. Sua
primeira grande jogada foi no governo de Tancredo Neves, no apagar das luzes da
extinta Metrobel, desaparecendo com os recursos de quase cinco anos de
arrecadação da “Câmara de Compensação Tarifaria da Região Metropolitana de Belo
Horizonte”.
Recursos estes que deram ao mesmo a
condição de adquirir dezenas de empresas de ônibus espalhadas pelo País, para
em seguida quebrá-las, como foi o caso mais significativo o da CMTC de São
Paulo, onde além de não ter efetuado o pagamento, uma frota de 1.000 ônibus
pertencentes à empresa recém privatizada “desapareceram”. Segundo fontes não
oficiais, foram distribuídos em diversas capitais do País, em dezenas de
empresas que após montarem suas frotas foram vendidas.
Conseqüência? Nenhuma. Pois vigorava
em São Paulo na época o mesmo que em Minas, onde mandavam os poderosos membros
da, “Nova República de Tancredo Neves”, hoje desmascarados em São Paulo através
da apuração do esquema de corrupção conhecido como “Cartel do Metrô”, que
começou com Mario Covas, passou por Serra e veio até Geraldo Alckmin.
Em Minas, o “sumiço” do dinheiro da
“Câmara de Compensação Tarifaria da RMBH”, foi apenas o início, após Hélio
Garcia, veio sociedades com Newton Cardoso e Eduardo Azeredo de quem foi
candidato a vice sendo derrotado em 1998. Finalmente com Aécio Neves, onde na
condição de vice-governador consolidou seu “esquema”, principalmente através da
nomeação da sua então namorada para o cargo de Conselheira do Tribunal de
Contas do Estado.
Foi necessário Clésio Andrade
tornar-se senador para que suas mazelas escondidas nas gavetas do TJMG e
esquecidas pela PGJ fossem por determinações legais encaminhadas para o Supremo
Tribunal Federal-STF, onde não por independência da Corte e sim devido a
circunstâncias políticas, em função do clamor popular expressado nas
manifestações de Julho de 2013, seus processos começaram a andar.
Novos relatores e novas determinações
à Polícia Federal trouxeram a luz um esqueleto de 30 anos.
Segundo integrantes da PGR, além do
processo do Mensalão Mineiro do PSDB, em 2014, Clésio estará respondendo a no
mínimo outros cinco processos criminais que vão de lavagem de dinheiro e
ocultação de patrimônio a crime contra a administração pública. Concluindo,
informam que se condenado em todos os processos, as penas poderão ultrapassar
100 anos, embora nossas leis não permitam tal período de encarceramento.
O senador Clésio Andrade consultado
através de sua assessoria de imprensa pelo Novojornal optou por “nada a comentar” sobre a ação penal e
os inquéritos que tramitam contra o mesmo no STF.
Documentos que fundamentam a matéria:
Pesquisa no STF
contendo a lista de processos e inquérito contra Clésio Andrade.
E-mail
encaminhado ao senador Clésio Andrade pela reportagem do Novojornal.
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