Publicado em 06/11/2013
PSDB não cria projeto
partidário e a história se repete
PSDB não conseguiu ser alternativa de oposição nos últimos anos por não ter projeto viável, regra continua com indecisão de candidato presidenciável
Enquanto Dilma está em campanha e
Eduardo Campos se consolida como candidato com a presença ameaçadora de Marina
Silva, o PSDB vive o mesmo dilema que o assombrou em 2009 e 2010: definir seu
candidato e antecipar sua entrada na campanha.
Para 2014, além de transformar Aécio em
candidato, o cenário ideal para os tucanos seria fazer de José Serra um cabo
eleitoral estratégico no maior colégio eleitoral do País. Todavia, turbinado
pelas pesquisas que o colocam como o mais viável para forçar um segundo turno -
apesar de também aparecer como o mais fácil de ser derrotado pelo PT -, Serra
parece seguir pré-candidato e vem obrigando Aécio a perder tempo na busca de
consenso partidário.
Como
o PSDB não conseguiu se colocar como alternativa de oposição nesses últimos
quatro anos - por não apresentar um projeto de país viável para a sociedade -,
o dissenso tem potencial para promover cizânias internas que podem afetar a
unidade partidária. Seja quem for o candidato em 2014.
Exemplo é a bancada de deputados
federais do partido que pressiona por um anúncio do candidato presidenciável
ainda neste mês.
"Imaginamos que ele [Serra] ia
percorrer o país para fortalecer o relacionamento de ambos, mas jamais que ele
fosse permanecer no PSDB imaginando que fosse o candidato à Presidência",
afirmou Carlos Sampaio (SP), líder da bancada.
Um dos principais aliados de Serra, o
deputado Jutahy Magalhães Jr. (PSDB-BA) reagiu à articulação da bancada tucana
e atacou um dos operadores de Aécio. "É incompreensível a postura do
deputado Marcus Pestana (MG), conhecido em Minas Gerais como exibicionista e
desagregador. Quer se cacifar para conquistar a inalcançável candidatura ao
governo."
E o cenário à volta dos tucanos não
melhora as coisas. Enquanto Dilma permanece bem à frente nas intenções de voto
podendo liquidar a fatura no primeiro turno. Campos, ao lado de Marina, se
aproxima a ponto de ameaçar a presença do PSDB no segundo turno. Mais uma vez o
partido corre o risco de ser vítima da sua própria incapacidade de construir um
projeto partidário.