quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

ESTA EMPRESA ESTATAL CEMIG, QUE FOI ORGULHO DE NÓS MINEIROS, DESDE AS GESTÕES DOS TUCANOS EDUARDO AZEREDO E AÉCIO NEVES NO GOVERNO DO ESTADO, TEM SIDO ENVOLVIDA EM FALCATRUAS DE TODA ORDEM...


PUBLICADO EM 17/02/14
Procuradoria empurra para
Ministério Público de Minas
‘caso Cemig’

MENSALÃO TUCANO


Rodrigo Janot não incluiu desvio de R$ 1,67 milhão em denúncia contra Eduardo Azeredo;

dinheiro teria sido desviado de um contrato de publicidade da Cemig

para financiar a reeleição de Azeredo ao governo de Minas em 1998

Defesa. Azeredo tem afirmado que não autorizou repasse de verbas públicas para sua campanha

Brasília. Na denúncia do mensalão tucano, a Procuradoria Geral da República (PGR) deixou para o Ministério Público de Minas (MPMG) a incumbência de investigar e oferecer denúncia sobre o “caso Cemig”. Ao pedir 22 anos de prisão para o deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG), a (PGR) não levou em conta o suposto desvio de R$ 1,67 milhão (R$ 4,4 milhões em valor atual) da estatal.
O dinheiro, segundo a Polícia Federal (PF) e a própria PGR, foi desviado de um contrato de publicidade da Cemig para financiar a reeleição de Azeredo ao governo de Minas em 1998.
Relatório da PF dedicou 25 páginas para detalhar o que considera ser a simulação de uma campanha educativa pela Cemig, por meio da SMP&B – uma das agências do empresário Marcos Valério. Segundo a PF, além da irregularidade na seleção da agência, o valor repassado pela Cemig à SMP&B foi exatamente o mesmo reproduzido na lista da movimentação financeira da campanha tucana ao governo.

Para a polícia, “o esquema foi utilizado para desviar recursos públicos em benefício do comitê eleitoral” de Azeredo. O episódio, contudo, ganhou apenas uma nota de rodapé na denúncia do procurador geral, Rodrigo Janot, divulgada na semana retrasada e baseada nos desvios de patrocínios fictícios feitos por um banco e duas estatais mineiras.

Na nota de rodapé, Janot afirma ter havido o desvio R$ 1,67 milhão da Cemig e diz que esse dinheiro abasteceu a campanha tucana. Contudo, alega não ter elementos para afirmar que Azeredo tenha ordenado o repasse. “Também houve desvio de recursos públicos da Cemig, no montante de R$ 1.673.981,90, para o financiamento da campanha. Entretanto, pelo menos por enquanto, não há prova do envolvimento direto de Eduardo Azeredo e de Walfrido dos Mares Guia, razão pelo qual o fato será objeto de denúncia na instância adequada”, escreveu Janot na denúncia. Com isso, a identificação de responsáveis no “caso Cemig” ficará a cargo do MPMG.

AUTORIZAÇÃO. Azeredo, que tem reiterado sua inocência, não quis comentar a decisão do procurador de excluir da denúncia do mensalão tucano as acusações envolvendo a Cemig. Azeredo diz que não autorizou nenhum repasse de verba pública que alimentou o caixa de sua campanha e, por isso, não pode ser responsabilizado.
Mas, na peça em que pede a condenação de Azeredo, a PGR afirma que houve desvio de recursos de outros três órgãos estaduais para abastecer os cofres da campanha com o consentimento do então governador.
Coincidências
Comuns. Para a Procuradoria Geral da República (PGR), o chamado mensalão tucano foi o embrião do esquema conhecido como mensalão do PT. O publicitário mineiro Marcos Valério e seus ex-sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach são figuras centrais nos dois escândalos.

Estratégia.  Nos dois casos, as empresas de publicidade de Valério eram usadas para contratos fraudulentos com o poder público para desvio de recursos, envolvendo também bancos.
Diferença. Contudo, o mensalão tucano teria sido usado para financiar a campanha de reeleição de Eduardo Azeredo ao governo de Minas em 1998, enquanto o esquema petista foi para comprar apoio de parlamentares no Congresso.
Clésio
Próximo. A Procuradoria Geral da República também precisa enviar ao Supremo parecer sobre a participação do senador Clésio Andrade no esquema. Á época, ele era vice de Azeredo.