4 DE MARÇO DE 2014
CANTANHÊDE E
SHEHERAZADE:
VERSO E REVERSO DA INSENSATEZ,
DO PRECONCEITO
E DA FANFARRONICE
Cantanhêde é a Danuza Leão que não suporta ver porteiro em
Nova Iorque.
E a Sheherazade é a perversa elite branca do Nordeste e que vem
para o
"Sul Maravilha" dar uma de paladina da moral e dos bons
costumes
Quando vejo e leio informações sobre o
que pensaram(?) e disseram as senhoras jornalistas Eliane Cantanhêde e Rachel
Sheherazade não fico abismado e muito menos surpreso.
Apenas me pergunto o porquê de um site de
política tão importante como o Brasil 247 dá tanta atenção ao que afirmam duas
jornalistas sem qualquer noção de civilidade e solidariedade, que vomitam seus
preconceitos e perversidades, porque são simplesmente favoráveis ao fim do
projeto de País do PT, partido trabalhista que apostou no crescimento do
Brasil, por intermédio de pesados investimentos em programas sociais e
infraestrutura.
Porque, se alguém
parar e pensar com clareza e de forma pontual vai perceber, quase que
instantaneamente, que pessoas elitistas, preconceituosas e intolerantes como
essas duas meninas já com certa idade não têm a importância política e
jornalística que pensam ter e muito menos influenciam no que é relativo ao
caminho que a maioria do povo brasileiro escolheu para trilhar, que se resume
na busca, intermitente, do seu desenvolvimento social e econômico e da continuação
de um programa de Governo apresentado há quase 12 anos à população brasileira,
que hoje parte dela se mostra insatisfeita, porque teve acesso a muitas coisas
até então "proibidas" e, como gostou das novas experiências, agora
quer ter mais.
Querer mais e
reivindicar pacificamente ou violentamente, como ocorreram com as manifestações
"pacíficas", "apartidárias" e "apolíticas", que
somente a imprensa mentirosa e de negócios privados viu e ainda vê por
conveniência política, ao tempo que teve que cobrir os protestos de
helicóptero, porque, do contrário, apanhava nas ruas, não significa que a
maioria dos brasileiros quer mudanças políticas e partidárias, como, por
exemplo, colocar novamente na cadeira da Presidência da República um tucano
neoliberal e que, conforme os anteriores, não tem compromisso com o povo
brasileiro e, sim, com os privilegiados inquilinos da escravagista casa grande.
A verdade é que o povo
pobre, os trabalhadores, a classe média que recentemente melhorou de vida sabe
o que quer. Esses grupos ascenderam socialmente e passaram a ter acesso ao
consumo, sendo que muitos de seus filhos ingressaram nas escolas técnicas, nas
universidades públicas e, consequentemente, conquistaram melhores empregos e
passaram a receber salários mais dignos, bem como perceberam que o direito de
comprar, de frequentar restaurantes e shoppings, além de ocupar os saguões dos
aeroportos, espaços historicamente ocupados pela burguesia, transformou-se em
parte de sua rotina.
Os burgueses e os
pequenos burgueses que se revoltam, babam de ódio e demonstram
desavergonhadamente todo o preconceito e o desprezo adquiridos durante a vida e
herdados de seus ancestrais, como nos casos de Sheherazade e Cantanhêde, a
primeira imbecilmente a clamar pela volta dos militares e a apoiar a Marcha da
Família, prevista para ser realizada em março em São Paulo (sempre São Paulo);
e a segunda, depois de fazer um passeio de madame coxinha no exterior,
desembarca em aeroporto e lamenta, mais do que as obras e as reformas, a
aglomeração de pessoas, a maioria de classe média e média baixa, fato este que,
certamente, causa urticária, danos psicológicos e muita raiva até se
transformar em ira à madame, pessoa que se acha fidalga e com trejeitos
nobiliárquicos. Durma-se com um barulho desses.
Cantanhêde é a Danuza
Leão que não suporta ver porteiro em Nova Iorque. E a Sheherazade é a perversa
elite branca do Nordeste e que vem para o "Sul Maravilha", a convite
do magnata bilionário Sílvio Santos, dar uma de paladina da moral e dos bons
costumes, só que, sem entrar no mérito, comporta-se como uma cangaceira, a
fomentar discórdia e a aplaudir até linchamento de ladrãozinho como ocorreu no
episódio do garoto que foi preso a um poste por uma trava de segurança de
automóvel.
São, realmente, duas
pessoas sem discernimento sobre o que acontece e o que já aconteceu no Brasil,
a exemplo do golpe de 1964 e até mesmo da escravidão, como lembrou o triste e
lúgubre episódio do rapaz preso ao poste. É incrível e por isso surreal que
duas pessoas que tiveram todas as oportunidades para vencer na vida tenham
mentalidades tão obtusas, baseadas em pseudos teorias de uma pretensa
superioridade de classe, como se o mundo pertencesse apenas a algumas pessoas
que se autoproclamam donos das razões e de todo dinheiro que se tem para ganhar
em qualquer mercado, atividade, segmento e profissão.
Em contraponto a essa
farsa ou fraude que são os valores e princípios preconcebidos por gente
perversa e dada à estratificação da sociedade em castas sociais, surge com
força um Brasil disposto a valorizar o trabalho e a distribuir renda e riqueza
ao rejeitar a antiga trapaça de que é preciso fazer crescer o bolo para depois
dividi-lo. Nada disso. O Brasil cresceu economicamente e socialmente, de forma
exponencial, e essa realidade foi como um soco na ponta do queixo da direita
brasileira herdeira da escravidão e acostumada a dominar o poder e a ter a
imprensa alienígena como porta-voz de seus interesses, que geralmente não
coadunam com os do País de ser totalmente independente e com um povo
definitivamente emancipado.
Eliane Cantanhêde e
Rachel Sheherazade são apenas marionetes replicantes de uma "elite"
decadente e que quer a volta de um sistema econômico neoliberal e voltado a
apenas a atender os ricos deste País e do exterior. Lutam para que o Brasil
volte a ser de poucos, como se fosse um clube VIP para a burguesia se
locupletar e se divertir enquanto o restante maior da população fique a ver
navios e a mendigar para ter um simples emprego, como ocorreu no (des)governo
de FHC — o Neoliberal I —, aquele que foi ao FMI três vezes, de joelhos e com o
pires nas mãos, porque o Brasil quebrou três vezes.
Quando resolvo ler
alguma coisa, geralmente não muito realista e inteligente de Cantanhêde, ou
ouvir, o que é muito raro, o palavreado desconexo e desconcatenado de
Sheherazade, custo acreditar que essas pessoas utilizem meios de comunicação de
concessão pública e fiquem a propagar a desestabilização do sistema
democrático, a convocar marchas golpistas e a aprovar, por exemplo, os quebra-quebras
ocorridos neste País e que culminaram com a morte do cinegrafista da Rede Band.
A importância
jornalística e a influência política das jornalistas é nenhuma. Apenas são
provocadoras e contam com as controvérsias e os antagonismos para criarem
crises e confusões artificiais, em nome do establishment e de seus patrões.
Eliane Cantanhêde e
Rachel Sheherazade são o verso e o reverso da insensatez, do preconceito e da
fanfarronice.
É isso aí.