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DE JUNHO DE 2014
DATAFOLHA
E O BEIJO DA MORTE
DE FHC
Simplesmente porque 57% dizem que não votam de jeito nenhum
em um candidato apoiado por FHC.
E, pela quarta vez desde 2002, FHC terá que ser escondido do eleitorado.
Mesmo concedendo o
benefício da dúvida à pesquisa Datafolha – ou seja, que a boa e velha “margem
de erro” não foi usada para corroborar as preferências do jornal que a divulgou
–, pode-se dizer que a Folha de São Paulo, que controla o instituto, manipulou
ao menos as manchetes sobre os números da disputa pela Presidência da
República.
Diz a manchetona de primeira página:
“Dilma mantém tendência
de queda; rivais não sobem”.
Ora, basta ler a
reportagem sobre a pesquisa que se descobre que a manchete é inexata.
O correto
seria dizer que Dilma, Aécio e Campos caem e indecisos sobem.
Segundo o Datafolha, Dilma Rousseff caiu de 37% para 34%, Aécio
Neves caiu de 20% para 19% e Eduardo Campos caiu de 11% para 7%, enquanto que o
pastor Everaldo subiu para 4%.
A manipulação ao relatar os dados captados pela pesquisa não para
por aí e a manchete distorcida nem é a maior das manipulações. Antes de abordar
esse ponto, porém, vale comentar o que escreveu em sua coluna na mesma Folha
Eliane Cantanhêde, casada com um marqueteiro do PSDB e que parece acreditar no
que diz.
Ultimamente, a
colunista vem reclamando de que Dilma tem muito espaço concedido pelo cargo e
que por conta disso a pesquisa é pior para “quem disputa a reeleição”.
Diz ela que “Mesmo com todos os seus instrumentos à mão, mesmo com todas as
entrevistas, mesmo com a maior coligação partidária do planeta, Dilma continua
perdendo pontos”.
A colunista parece
achar pouco que todos os grandes impérios de mídia do país batam no governo e
em sua titular todo santo dia, enquanto poupam seus adversários. Mas, enfim, o
autoengano é quase um direito humano…
Mas o maior escândalo na forma como a Folha noticiou o que seu
instituto de pesquisas apurou não é a manchetona mentirosa que diz que Dilma
caiu e que os adversários “não sobem”, mas um dado altamente relevante da
pesquisa e que ficou muito bem escondidinho em uma das três matérias do jornal
que tratam do assunto.
Uma dessas três matérias foi publicada sob o título “Joaquim
Barbosa é o segundo voto mais influente da eleição” – o primeiro voto mais
influente é de ninguém mais, ninguém menos do que dele, Lula, é claro.
O que a matéria diz de altamente relevante não está aí, mas na
influência que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem sobre o
eleitorado. Lá no finzinho da matéria, bem escondidinha, consta a informação
espantosa que a personalidade com menos influência positiva e mais influência
negativa na decisão de voto do eleitor é ele mesmo, FHC.
É um terremoto, essa notícia. Simplesmente porque 57% dizem que
não votam de jeito nenhum em um candidato apoiado por FHC. Ou seja, os planos
largamente anunciados por Aécio de incluir o ex-presidente em sua campanha,
resgatando seu “legado”, foram para o ralo. E, pela quarta vez desde 2002, FHC
terá que ser escondido do eleitorado.
Afinal, 57% é a maioria do eleitorado e, se não votam em quem é
apoiado por FHC e se este apoia Aécio, em teoria a candidatura tucana está
inviabilizada.
E mesmo para esconder FHC haverá que combinar com os russos. Não
basta Aécio escondê-lo se os seus adversários o trouxerem à luz, lembrando
ainda mais aos brasileiros daquele período que faz com que o eleitor nem queira
ouvir falar do ex-presidente tucano, de triste memória.
E, como se sabe, mais uma vez o PT irá pendurar FHC no pescoço de
um candidato do PSDB.
Há, ainda, a questão da rejeição de Dilma, que subiu para 35%
enquanto que as de Aécio e Campos caíram para 29%. É óbvio que isso teria que
acontecer porque eles pouco aparecem na mídia, enquanto que Dilma só aparece
apanhando. Vamos ver o que acontecerá quando o eleitor for informado de que
Aécio é o candidato de FHC…
Aliás, vale lembrar que a rejeição de Lula é de míseros 17%, ou
seja, enquanto que o ex-presidente terá influência positiva na campanha de
Dilma, o patrono de Aécio terá influência sobre seu desempenho que pode ser
considerada fatal.
Fora isso tudo ainda há muito a comentar sobre a pesquisa
Datafolha recém-divulgada, mas serão outras histórias que a ser contadas ao
longo dos próximos dias, inclusive à luz de outras pesquisas, como uma privada
do Vox Populi que mostra números substancialmente diferentes e que ainda virá à
luz.
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DE JUNHO DE 2014
EM MG,
OBRAS
FEDERAIS NAS ESTRADAS
SOMAM R$
3,1 BIlhões
Embora detenha sob sua responsabilidade menos de 3% da malha
rodoviária mineira, a União, nos dois governos Lula e na gestão de Dilma vem
tocando as principais obras de aumento da capacidade e melhoramento das
estradas no Estado; desde 2003, foram iniciados oito grandes empreendimentos,
somando aproximadamente R$ 2 bilhões em verbas federais;
de 2011 a 2014, no
âmbito do Pac2, estão sendo investidos em 11 obras em andamento
mais R$ 1,1
bilhão
Embora detenha sob sua responsabilidade menos de 3% da malha
rodoviária mineira, a União, nos dois governos Lula e na gestão de Dilma
Rousseff vem tocando as principais obras de aumento da capacidade e
melhoramento das estradas no Estado. Foram iniciadas e concluídas de 2003 para
cá oito grandes empreendimentos, somando aproximadamente R$ 2 bilhões em verbas
federais, sem contar a conclusão no primeiro governo Lula da duplicação da
rodovia Fernão Dias (BR-381 – BH-São Paulo), que se arrastava desde 1993, no
governo Itamar Franco.
De 2011 a 2014, no
âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (Pac2), estão sendo
investidos em 11 obras em andamento mais R$ 1,1 bilhão. Essa conta não inclui a
duplicação da BR-381, recentemente começada, que vai receber um total estimado
de R$ 2,5 bilhões em verbas do Orçamento da União.
A malha rodoviária de Minas é a maior do
Brasil.
Soma 269.546
quilômetros de estradas, o que corresponde a 16% da extensão total de vias
existentes no país. No Estado, são 7.689 quilômetros de rodovias federais,
23.663 quilômetros de estradas estaduais e 238.191 quilômetros de vias
municipais.
Apesar de ter sob sua responsabilidade o triplo de quilômetros
de estradas, o governo mineiro não consegue fazer deslanchar um programa de
obras expressivo. Lançado em 2010 junto com a candidatura de Antonio Anastasia
(PSDB) à sucessão do hoje presidenciável tucano Aécio Neves, o programa
Caminhos de Minas só conseguiu pavimentar até agora 41 quilômetros dos mais de
8 mil quilômetros prometidos, embora a maioria das obras seja de estradas
vicinais, de baixa complexidade de execução e de características modestas.
A lista de obras federais
concluídas e em execução a partir de 2003:
Concluídas:
- Duplicação BR-050 – Delta-Uberaba-Uberlândia
140 km
R$ 400 milhões
- Duplicação BR-050 – Araguari-Uberlândia
R$ 157,39 milhões
R$ 157,39 milhões
- Duplicação da BR-040 – Sete Lagoas – Trevo de Curvelo
47,5 km
R$ 298,8 milhões
47,5 km
R$ 298,8 milhões
- Duplicação da BR-153 – Araporã – Monte Alegre de Minas
58 km
R$ 142,4 milhões
58 km
R$ 142,4 milhões
- Recuperação e implantação de terceira faixa na BR-153 – Monte
Alegre de Minas ao entroncamento com a BR-262 – Prata-Comendador Gomes-Campo
Florido
89,7 km
R$ 143,87 milhões
89,7 km
R$ 143,87 milhões
- Duplicação da BR-262 – Betim – Nova Serrana
83,1 km
R$ 465,3 milhões
83,1 km
R$ 465,3 milhões
- Implantação e pavimentação da BR-265 – Ilicínea – São
Sebastião do Paraíso
136 km
R$ 245 milhões
136 km
R$ 245 milhões
- Implantação e pavimentação da BR-364 – Santa Vitória – Acesso
a Gurinhatã
83,6 km
R$ 138,5 milhões
83,6 km
R$ 138,5 milhões
TOTAL: R$ 1,99 bilhão
Não inclui a conclusão da duplicação da Fernão Dias (BR-381 – BH-Divisa SP no
começo do primeiro governo Lula (2003-2004)
PAC2
- Duplicação da BR-365 - Trevão de Monte Alegre de Minas – Uberlândia
89,1 km
De 2011 a 2014 – R$ 256,25 milhões
Após 2014 – R$ 30,59 milhões
- Duplicação – BR-050 – Araguari-Divisa MG-GO
40 km
De 2011 a 2014 – R$ 187,57 milhões
40 km
De 2011 a 2014 – R$ 187,57 milhões
- Recuperação e melhorias – BR-135 – Montes Claros-Entroncamento
com a BR-040
300 km
De 2011 a 2014 – R$ 120 milhões
300 km
De 2011 a 2014 – R$ 120 milhões
- Pavimentação – BR-135 – Itacarambi – Divisa MG-BA
De 2011 a 2014 – R$ 149,56 milhões
137 km
Após 2014 – R$ 55,02 milhões
De 2011 a 2014 – R$ 149,56 milhões
137 km
Após 2014 – R$ 55,02 milhões
- Travessia urbana de Unaí – BR-251
De 2011 a 2014 – R$ 15,13 milhões
De 2011 a 2014 – R$ 15,13 milhões
- Adequação da travessia urbana de Nova Serrana – BR-262
De 2011 a 2014 – R$ 76,48 milhões
De 2011 a 2014 – R$ 76,48 milhões
- Adequação da travessia urbana de Uberaba – BR-262
De 2011 a 2014 – R$ 35,85 milhões
De 2011 a 2014 – R$ 35,85 milhões
- Pavimentação da BR-265 – Alpinópolis-Jacuí
De 2011 a 2014 – R$ 26,96 milhões
50 km
Após 2014 – R$ 5,75 milhões
De 2011 a 2014 – R$ 26,96 milhões
50 km
Após 2014 – R$ 5,75 milhões
- Construção da BR-364 – Entre o entroncamento da BR-153 –
Comendador Gomes-Campina Verde-Acesso a Gurinhatã
122 km
De 2011 a 2014 – R$ 105 milhões
122 km
De 2011 a 2014 – R$ 105 milhões
- Adequação da travessia urbana de Juiz de Fora – BR-440
De 2011 a 2014 – R$ 46,25 milhões
De 2011 a 2014 – R$ 46,25 milhões
SUBTOTAL: R$ 1,082 bilhão
- Duplicação da BR-381 – Belo Horizonte – Governador Valadares
Obra recém-iniciada no valor total estimado de R$ 2,5 bilhões
Obra recém-iniciada no valor total estimado de R$ 2,5 bilhões