sexta-feira, 4 de julho de 2014

OS TUCANOS DO PSDB EM MINAS GERAIS, TENTAM DAR O GOLPE DA PRIVATARIA TUCANA ANTES DE CAÍREM DO PODER :



          QUARTA-FEIRA, 02 DE JULHO DE 2014

Rogério Correia:
Tucanos querem privatizar o gás,
a água e a energia elétrica
em Minas Gerais

Rogério prestou apoio aos servidores da GASMIG, 
na Coletiva de Imprensa realizada no dia 1º de julho de 2014
Uma Proposta de Emenda Constitucional, a PEC 68, pretende facilitar a venda de empresas públicas que não sejam da administração direta. A manobra, que conta com o apoio de toda a base parlamentar do PSDB, possui endereço certo imediato – a Gasmig –, mas se estende para a venda de subsidiárias da Cemig e da Copasa. Um aceno do senador Aécio Neves para o capital financeiro de retorno à era das privatizações.
Caso aprovada a PEC, a água, a luz e o gás serão privatizados e os preços irão às alturas. Já está em andamento a venda da Gasmig, subsidiária da Cemig, para a empresa espanhola Gas Natural Fenosa (GNF). A negociata já foi, inclusive, notificada aos acionistas e ao mercado financeiro, através de nota à Bolsa de Valores. Embora os termos da sociedade ainda não tenham sido divulgados, estipula-se que a Gasmig terá apenas 30% da holding.
O que impediu até hoje a privatização das estatais em Minas Gerais foi uma emenda constitucional aprovada em 2001, durante o governo Itamar Franco. Esta emenda, que teve como relator o deputado Rogério Correia (PT), exige lei específica para a alienação de ações de empresas públicas, além de 3/5 dos votos dos deputados estaduais e a realização de um referendo popular. A PEC 68 retira a obrigatoriedade dos 3/5 e do referendo no caso de privatização de subsidiárias.
A medida faz parte do modelo neoliberal de governabilidade instaurado em Minas Gerais desde a gestão Aécio Neves. Episódios recentes mostram que, para o PSDB, só é possível trabalhar nos limites da entrega ao sistema privado, como foi feito com o Mineirão e o presídio de Ribeirão das Neves.
A PEC 68 é a confissão de um crime contra o patrimônio público previsto em 2001 por Itamar Franco. Uma ação que só é possível graças à cerca neoliberal erguida em Minas Gerais por Aécio Neves e aliados, que ignoram a ideia de que gás, água e energia sejam bens naturais.
Colocam nossos recursos nas mãos de empresas internacionais, como fazem quando colocam nossas terras à disposição das multinacionais mineradoras. Atuam retirando do Estado a obrigação de um serviço público de qualidade. Uma vergonha da política mineira. Na realidade Aécio dá sinais claros ao mercado do que faria com a Petrobrás. Que o povo nos livre deste mal!
Alternativas à privatização da Gasmig

No caso da Gasmig, a privatização está sendo defendida como uma forma de viabilizar a construção do gasoduto Betim-Uberaba, que tem um orçamento de R$2 bilhões e cujas obras devem terminar em 2016. Só que temos, sem pensar muito, várias alternativas.
A primeira: por que a Gasmig não financia a obra com um empréstimo com o BNDES? Essa opção foi até mesmo divulgada pela imprensa, que em janeiro anunciou a possibilidade do empréstimo. O gasoduto Cacimbas-Catu, ligando Linhares (ES) a Pojuca (BA), com 940 quilômetros inaugurados em 2010, teve um financiamento de R$4,5 bilhões do BNDES.
Outra alternativa vem da própria Cemig, a controladora da Gasmig. Afinal, o Estado acaba de pagar à Cemig R$4,21 bilhões para quitar a dívida contratada pelo então Governador Eduardo Azeredo com a empresa e que deveria ser pago em prestações até 2035. O dinheiro antecipado pelo Estado já daria para cobrir o dobro dos custos do gasoduto, de uma só vez.
Outra alternativa seria ainda um sócio do próprio estado. Segundo o Tribunal de Contas do Estado, a Codemig tem receitas anuais de R$750 milhões provenientes da exploração do nióbio de Araxá. Dois anos de receita da Empresa, o tempo que deve levar a construção do gasoduto, seriam suficientes para bancar a maior parte do custo da Gasmig. Certamente, trata-se de um investimento bem mais justificável do que os R$1,4 bilhão gasto na Cidade Administrativa pela Codemig e uma forma de fazer com que a riqueza do Triangulo gerasse crescimento na própria região.
Em outras palavras, a opção privatização é convicção ideológica do PSDB. Ganha com isto a empresa espanhola escolhida e as campanhas a serem abastecidas financeiramente. Perde o Estado e o povo, que certamente arcará com tarifas mais altas de água, luz e gás.
#ImaginaSeFosseAPetrobras

Saiba mais:    
PUBLICADO EM 02/07/14

 

INSEGURANÇA

Clima na Gasmig
é de medo

Funcionários da Companhia de Gás de Minas Gerais 

temem privatização e onda de demissões

 Parceria. Cemig, sócia majoritária da Gasmig,
depende da PEC 68 para aprovar fusão com espanhola

QUEILA ARIADNE

O clima entre os funcionários da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) é de medo. Entre cafezinhos e almoços, a conversa que circula entre os corredores é que a companhia será privatizada e todos serão demitidos. 
A preocupação, que já existia com o recente anúncio da entrada de um sócio espanhol, aumentou ainda mais com a apresentação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 68, que retira as travas impostas em 2001 pelo então governador Itamar Franco e abre caminho para a privatização.
Uma visita do presidente da Cemig (dona de 59,6% da Gasmig), Djalma Bastos de Morais, na última sexta-feira, espalhou ainda mais o medo entre os 187 funcionários do quadro próprio da Gasmig. 

“Ele prometeu que, no caso da transição, daria estabilidade de um a dois anos para os trabalhadores”, afirma o coordenador geral do Sindicato dos Eletricitários (Sindieletro-MG), Jairo Nogueira Filho.

Segundo um funcionário, que pediu para não ter o nome identificado, os concursados estão com medo de serem mandados embora. “Juntou as informações do sócio espanhol e da PEC que vai facilitar a privatização e está todo mundo em pânico”, comentou.

A Cemig confirmou que Djalma esteve na Gasmig para uma reunião de trabalho, mas não informou o tema. “A visita, somada ao que os funcionários contaram sobre a fala do presidente da Cemig são fortes indícios do interesse de privatizar a Gasmig”, afirma Filho.

Campanha. 

A partir desta quarta, o Sindieletro começa uma campanha contra a PEC 68, para tentar impedir a privatização da Gasmig e de outras subsidiárias da Cemig. “Vamos percorrer a Assembleia e fazer um mapa da posição de cada deputado, para ver quem é contra e quem é a favor dessa PEC. O sócio privado vai querer retorno financeiro e isso significa aumento nas tarifas de gás e energia”, alerta Filho.

Entenda. 

A PEC 50, de Itamar Franco, prevê que ações de empresas de economia mista, com controle direto ou indireto do Estado, só poderão ser vendidas com lei específica e aprovação de um referendo popular. A PEC 68 cria uma exceção e diz que, no caso de subsidiárias, a venda está dispensada de lei e também de referendo.

“É estranho essa PEC ser apresentada agora, em época de Copa. É uma manobra para aprovar a fusão com a espanhola Gas Natural Fenosa, para financiar investimentos como o gasoduto Betim-Uberaba”, afirma o deputado Rogério Correia, que foi relator da PEC 50, em 2001.
“Se não for aprovada essa PEC, o acordo entre a Cemig e a espanhola não pode ser validado sem a lei e sem o referendo”, afirma ele. A Cemig não quis comentar o assunto.
Donos
Fatias. 

Das ações da Gasmig, 59,6% são da Cemig, 40% da Petrobras e 0,4% do município de Belo Horizonte. No dia 13 de junho, a Cemig anunciou a fusão com a espanhola GNF.

Entenda as diferenças
PEC 50 - 2001

Determina que a alienação de ações de sociedade de economia mista e de empresa pública dependem de autorização em lei específica aprovada por três quintos dos deputados e referendo

PEC 68- 2014

Determina o mesmo, mas abre ressalva para a alienação de ações de sociedades cujo objeto social seja, exclusivamente, a participação minoritária no capital social de outras companhias