QUARTA-FEIRA, 02 DE
JULHO DE 2014
Rogério Correia:
Tucanos querem privatizar o gás,
a água e a energia elétrica
em Minas Gerais
Rogério
prestou apoio aos servidores da GASMIG,
na Coletiva de Imprensa realizada no
dia 1º de julho de 2014
|
Uma
Proposta de Emenda Constitucional, a PEC 68, pretende facilitar a venda de
empresas públicas que não sejam da administração direta. A manobra, que conta
com o apoio de toda a base parlamentar do PSDB, possui endereço certo imediato
– a Gasmig –, mas se estende para a venda de subsidiárias da Cemig e da Copasa.
Um aceno do senador Aécio Neves para o capital financeiro de retorno à era das
privatizações.
Caso aprovada a PEC, a água, a luz e o gás
serão privatizados e os preços irão às alturas. Já está em andamento a venda da
Gasmig, subsidiária da Cemig, para a empresa espanhola Gas Natural Fenosa
(GNF). A negociata já foi, inclusive, notificada aos acionistas e ao mercado
financeiro, através de nota à Bolsa de Valores. Embora os termos da sociedade
ainda não tenham sido divulgados, estipula-se que a Gasmig terá apenas 30% da
holding.
O que impediu até hoje a privatização das
estatais em Minas Gerais foi uma emenda constitucional aprovada em 2001,
durante o governo Itamar Franco. Esta emenda, que teve como relator o deputado
Rogério Correia (PT), exige lei específica para a alienação de ações de
empresas públicas, além de 3/5 dos votos dos deputados estaduais e a realização
de um referendo popular. A PEC 68 retira a obrigatoriedade dos 3/5 e do
referendo no caso de privatização de subsidiárias.
A medida faz parte do modelo neoliberal de
governabilidade instaurado em Minas Gerais desde a gestão Aécio Neves.
Episódios recentes mostram que, para o PSDB, só é possível trabalhar nos
limites da entrega ao sistema privado, como foi feito com o Mineirão e o
presídio de Ribeirão das Neves.
A PEC 68 é a confissão de um crime contra o
patrimônio público previsto em 2001 por Itamar Franco. Uma ação que só é
possível graças à cerca neoliberal erguida em Minas Gerais por Aécio Neves e
aliados, que ignoram a ideia de que gás, água e energia sejam bens naturais.
Colocam
nossos recursos nas mãos de empresas internacionais, como fazem quando colocam
nossas terras à disposição das multinacionais mineradoras. Atuam retirando do
Estado a obrigação de um serviço público de qualidade. Uma vergonha da política
mineira. Na realidade Aécio dá sinais claros ao mercado do que faria com a
Petrobrás. Que o povo nos livre deste mal!
Alternativas à privatização da
Gasmig
No caso da Gasmig, a privatização está sendo
defendida como uma forma de viabilizar a construção do gasoduto Betim-Uberaba,
que tem um orçamento de R$2 bilhões e cujas obras devem terminar em 2016. Só
que temos, sem pensar muito, várias alternativas.
A primeira: por que a Gasmig não financia a
obra com um empréstimo com o BNDES? Essa opção foi até mesmo divulgada pela
imprensa, que em janeiro anunciou a possibilidade do empréstimo. O gasoduto
Cacimbas-Catu, ligando Linhares (ES) a Pojuca (BA), com 940 quilômetros
inaugurados em 2010, teve um financiamento de R$4,5 bilhões do BNDES.
Outra alternativa vem da própria Cemig, a
controladora da Gasmig. Afinal, o Estado acaba de pagar à Cemig R$4,21 bilhões
para quitar a dívida contratada pelo então Governador Eduardo Azeredo com a
empresa e que deveria ser pago em prestações até 2035. O dinheiro antecipado
pelo Estado já daria para cobrir o dobro dos custos do gasoduto, de uma só vez.
Outra alternativa seria ainda um sócio do
próprio estado. Segundo o Tribunal de Contas do Estado, a Codemig tem receitas
anuais de R$750 milhões provenientes da exploração do nióbio de Araxá. Dois
anos de receita da Empresa, o tempo que deve levar a construção do gasoduto,
seriam suficientes para bancar a maior parte do custo da Gasmig. Certamente,
trata-se de um investimento bem mais justificável do que os R$1,4 bilhão gasto
na Cidade Administrativa pela Codemig e uma forma de fazer com que a riqueza do
Triangulo gerasse crescimento na própria região.
Em outras palavras, a opção privatização é
convicção ideológica do PSDB. Ganha com isto a empresa espanhola escolhida e as
campanhas a serem abastecidas financeiramente. Perde o Estado e o povo, que
certamente arcará com tarifas mais altas de água, luz e gás.
#ImaginaSeFosseAPetrobras
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PUBLICADO EM 02/07/14
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