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19 de setembro de 2014
O navio
“clandestino”
de uma mídia
que
não ama o
Brasil
Segunda-feira à tardinha, o ilustre cidadão e a esclarecida cidadã que
cruzaram a ponte Rio-Niterói “deram por falta” de um imenso navio azul, coberto
de torres, que se encontrava à direita de quem sai da ponte, logo após a Base
Naval de Mocanguê.
Não que fosse um navio digno de se notar: afinal, tem apenas 345 metros de
comprimento e 58 de largura, o que resulta numa área de três campos de futebol
“padrão Fifa”. Nem que, por “baixinho”, pudesse escapar à visão de quem
passava: afinal, tem 30, 3 metros de altura máxima, o que chega perto da metade
do imenso vão central da ponte.
Pois acredite o amigo leitor que este navio, cujos complicadíssimos
módulos de convés, que filtram, separam, processam e deixa prontos para irem
para os tanques de armazenamento nada menos que 150 mil barris de petróleo por
dia e 6 milhões de metros cúbicos de gás natural, partiu “incógnito”, quase às
escondidas, para o campo de Sapinhoá Norte.
Lá, ele vai tirar este mundo de petróleo do pré-sal da Bacia de Campos.
Porque Sapinhoá, que opera hoje com apenas três poços
ligados à plataforma Cidade de São Paulo, reúne os maiores poços em
produção já registrados no Brasil, com médias que superaram 42 mil barris por
dia. E lá há poços que esperam apenas por um navio-plataforma para produzir.
O Cidade de Ilhabela saiu quietinho, tendo como companhia apenas a bruma
da tarde, porque este país não dá valor ao àquilo que constrói pode fazer
independente.
Em outras terras, o gigante sairia escoltado por recadores e seus apitos,
batizado por jatos d´água merecidos por um herói que, durante 20 anos, vai dar
ao Brasil, todos os dias, perto de US$ 15 milhões.
Isso mesmo, todos os dias, com o petróleo nos preços de
hoje e sem contar o gás.
Mas que horror!
Não se pode deixar que notícias assim se espalhem. É uma
mau exemplo.
Independência é só aquele quadro dos cavalos à beira do
riacho e de um homem de bigodes e espada na mão.
É preciso silêncio total na mídia.
E a Petrobras, devassada e detratada todos os dias na
imprensa, “republicanamente” apanha quieta.
Senão, é capaz de dizerem que o navio sumiu porque o Paulo Roberto Costa
deu sumiço nele.
Guardou na garagem de casa, quem sabe?