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23 DE DEZEMBRO DE 2014
QUE
VENHAM
AS
LUTAS DE 2015
A luta da grande
imprensa triplicou de tamanho:
os blogues se firmaram
como reais formadores de opinião no país;
a audiência e o
número de leitores e assinantes dos grandes
conglomerados
de comunicação definham mês a mês
DANIEL QUOIST *
O ano termina, mas as lutas
continuam.
Vejamos algumas destas:
A luta do governo continua hercúlea como sempre: manter as
políticas de inclusão social; inflação sob controle; governabilidade imune a
humores de uma oposição claramente golpista e reacionária; blindagem a empresas
públicas como a Petrobras em momento onde ícones do neoliberalismo já nem
ocultam o anseio de vê-la na lona, prestes a ser vendida ao capital estrangeiro
na bacia das almas; levar a debate proposta de democratização da mídia;
fortalecer programas como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Mais Médicos,
Ciência Sem Fronteiras, ProUni/Fies; acelerar megaprojetos como a transposição
das águas do Rio São Francisco beneficiando vários estados do Nordeste e tomar
medidas para que as Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016 sejam as mais bem
sucedidas dentre todas as edições dos Jogos Olímpicos dos tempos modernos.
A luta da oposição dobrou de tamanho e é mais que hercúlea:
mostrar maturidade política, não ser instrumentalizada pelo radicalismo de
direita – Bolsonaro, Coronel Telhada, Carlos Sampaio, Reinaldo Azevedo, e
malucos de ocasião como Lobão e gente que ainda considera a democracia um
Ultraje; e o maior desafio - surgido logo após se ouvir a voz das urnas em 26
de outubro de 2014 –c resce exponencialmente e não é outro que o de não cair no
ridículo por absoluta falta de ideias, falta de compostura, falta de
lideranças que possam ser levadas minimamente a sério.
A luta da grande imprensa triplicou de tamanho: os blogues sujos
se firmaram como reais formadores de opinião no país; a audiência e o número de
leitores e assinantes dos grandes conglomerados de comunicação definham mês a
mês, ano a ano e são abertamente questionados sem que nenhuma voz importante –
e que possa falar sem que seja acusada de atuar em causa própria – se levanta
em sua defesa; cresce em força e prestígio movimentos para que o
governo corte ao menos 50% de sua publicidade institucional destinada a
sugadores habituais da impressionante fatia do cobiçado bolo – Grupo Abril
(Civita), Organizações Globo (Marinho), Grupo Estado de São Paulo (Mesquita),
Grupo Folha de S.Paulo (Frias), Grupo Sílvio Santos (Abravanel), Grupo
Bandeirantes (Saad) e Grupo Record (Edir Macedo).
A luta contra os desmandos do
Poder Judiciário aumenta a olho nu: ministro Gilmar Mendes mantém pedido de
vistas por longos oito meses processo em que será voto vencido que criminaliza
doações de empresas para campanhas eleitorais e que já conta com seis votos
favoráveis a tão formidável guinada destinada a cortar pela raiz imensos focos
de corrupção envolvendo empresas, candidatos a cargos eletivos e uma gama de
agentes públicos; juiz paranaense Sérgio Moro instrumentaliza em sua Vara a
Operação Lava Jato como forma de desgastar o governo recém-eleito, vazar
denúncias que compliquem a vida de políticos aliados ao governos, notadamente
gente do PT e do PMDB, e além disso, municiar semana a semana a
oposição mais radical que pede o impeachment da presidente Dilma Rousseff;
juízes que se sentem ofendidos quando lhes dizem em ato de ofício que não são
deuses e outros que dão carteirada a tripulação de companhia aérea por simples
atraso de voos.
A luta contra o corporativismo no Poder
Legislativo: punição a parlamentar que acena com estupro de colega
da Câmara, como é o caso do Jair Bolsonaro; levar a termo processos de
parlamentares que serão denunciados pelo Procurador-Geral da República no
rastro da operação Lava Jato; a guerra pela eleição da Mesa Diretora da Câmara
Federal, tendo como ponta-de-lança o controvertido deputado Eduardo Cunha que, todos
sabem, tem sua “própria Agenda”.
*Daniel
Quoist
Daniel Quoist, 55, é
mestre em jornalismo e ativista dos direitos humanos