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5 DE DEZEMBRO DE 2014
MORO:
CORRUPÇÃO
VAI ALÉM DA PETROBRAS.
CEMIG?
Juiz responsável pelos processos da Lava Jato
diz que "há indícios" de que o esquema de fraude vá "muito
além" da Petrobras, atingindo outros setores públicos; constatação tem
como base uma tabela "perturbadora", segundo Sergio Moro, do doleiro
Alberto Youssef em que são citadas cerca de 750 obras públicas; oposição deve
agora pressionar para que sejam investigados o setor elétrico e todas as obras
federais; teste da imparcialidade, no entanto, será a estatal mineira Cemig,
joia da coroa dos governos Aécio Neves (PSDB), sobre a qual o próprio Moro já
manifestou suspeitas; investigação chegará lá? quando? como? por quem?
247 – Há
indícios de que o esquema de cartel, superfaturamento e pagamentos de propina
investigado pela Polícia Federal na Operação Lava Jato vá "muito
além" da Petrobras, atingindo outros setores. A constatação é do juiz
federal Sérgio Moro, responsável pelos processos referentes ao caso, com base
em uma tabela apreendida com o doleiro Alberto Youssef em que são citadas cerca
de 750 obras públicas em diversos setores de infraestrutura.
"Há indícios que os crimes
transcenderam a Petrobras", disse Moro em despacho publicado na
quarta-feira 3, pelo qual o juiz negou o pedido de revogação de prisão de
Gerson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix.
No documento, ele
classifica como "perturbadora" a tabela de Youssef. Constavam nela
"a entidade pública contratante, a proposta, o valor e o cliente do
referido operador, sendo este sempre uma empreiteira", descreve.
Em declaração recente, Moro disse que grande
parte do esquema se mantém encoberto, sem possibilidade de se prever o tamanho
do escândalo, nem partidarizar os envolvidos. Seu despacho dessa semana
sinaliza que outros setores além do petróleo devem ser alvo de investigação.
A oposição deverá agora
pressionar para que a apuração atinja, por exemplo, o setor elétrico e todas as
obras federais.
Neste cenário, o teste da imparcialidade
será a estatal mineira Cemig, joia da coroa do governo Aécio Neves (PSDB),
sobre a qual o próprio Sérgio Moro já afirmou ver suspeitas.
O juiz apontou, em
novembro, uma comissão de R$ 4,6 milhões paga pela InvestMinas, do empresário
Pedro Paulo Leoni Ramos, à MO Consultoria, uma das empresas de fachada de
Alberto Youssef, na venda de pequenas centrais hidrelétricas à Light,
controlada pela Cemig. O caso será investigado pela PF.
A justificativa da InvestMinas para o
pagamento a Youssef é a de que ele intermediou a venda, por R$ 26,5 milhões, da
participação acionária da companhia na Guanhães Energia para a Light Energia,
com intervenção da Cemig Geração e Transmissão S.A.
O Ministério Público
suspeita que os contratos e notas referentes à negociação sejam fraudulentos.
Sérgio Moro já
classificou a negociação, que não estaria relacionada aos desvios na Petrobras,
como "suspeita".
A pergunta é:
a nova leva de investigações,
além Petrobras,
atingirá a jóia tucana?
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